Pés Descalços - Uma Epopeia Dourada
SINOPSE
África. Berço da humanidade. De divindades. De heróis. Deus Jah e seus anjos e arcanjos abençoam sua morada.
Em meio ao deserto, surge um oásis. Das suas águas emerge Lucy. O primeiro ser humano. Divina enviada por Jah para ser a mãe das mães a fertilizar o mundo.
Nesse paraíso, nasce a Etiópia. Abissínia. A terra dos homens de rostos queimados.
Dali brota um reino: o Império de Axum. Uma glória aos reis. À rainha candace.
Kandakê Makeda de Sabea, ou simplesmente, Rainha de Sabá. A primeira monarca da dinastia etíope. Pérola negra em forma de mulher.
Adoradora do Sol, a luz do ser supremo ilumina seu enlace com Salomão. O fruto é a chegada de Menelik. O futuro Rei Davi.
Sob carruagem flutuante, Davi conduz a Arca da Aliança, que contém a tábua dos Dez Mandamentos, até Axum. Local onde a Arca repousa até hoje.
Passam-se séculos. O Império Romano, que por gerações ameaçara a paz com ambição desmedida, planeja retornar aos tempos de glória e profanar a terra sagrada.
Jah se vê obrigado a sair do lar celestial e vir à terra, em forma humana.
Surge o messias negro. O Negus Negast supremo Haile Selassie. O Leão de Judá. O novo imperador da Etiópia.
Em grandes muralhas de pedra, seus poucos guerreiros marcham sobre os italianos, que retrocedem ao sentir o poder do Exército do Leão de Judá.
Do culto a Selassie e sua paz superior, nasce uma religião, de culto semeado na Jamaica: o Movimento Rastafári.
A luz clareia novamente os céus da África Oriental. É o prenúncio que o último membro da Santíssima Trindade está por vir.
Lá aparece um menino, filho de um pastor de ovelhas. Seu nome: Abebe Bikila.
Sua vida difícil faz com que integre a guarda celestial, cuja forma terrena é a Guarda Imperial de Selassie.
A mando de Jah, um anjo traz a mensagem de que o soldado Abebe Bikila se torne um atleta. Um corredor. Um maratonista.
Sua missão: correr na cidade que tanto horror causou aos etíopes. A temida Roma.
A capital italiana queria se redimir dos males e tenebrosos ataques sangrentos que protagonizou por milênios, sediando o grande encontro dos povos da Terra: os Jogos Olímpicos.
Um humilde cordeiro negro do rebanho do senhor, após cravar suas velozes pegadas pelas planícies abissínias, abraça a causa.
Sua demonstração de amor e lealdade à sua nação é correr descalço durante mais de 42 quilômetros, sob olhares dos guardas romanos com tochas em punho.
A 1.500 metros da linha de chegada, Abebe Bikila avista o Obelisco de Axum, roubado de sua terra, 25 anos antes, pelos italianos.
Exatamente daquele ponto, resignado e guiado pela luz do luar, acelera seus passos para a glória no arco do triunfo.
Foram necessários um milhão de soldados italianos para a invasão à Etiópia. Mas bastou apenas um soldado etíope para conquistar Roma.
"Queria que o mundo soubesse que meu país, a Etiópia, sempre tinha conseguido suas vitórias com heroísmo e determinação". Desta forma, justifica sua jornada com os pés negros nus.
Pouco tempo depois de ser condecorado e promovido por Selassie, ainda em meio às honrarias, ocorre uma tentativa de golpe contra o imperador.
Mesmo sob ordens soberanas, o agora cabo da Guarda Imperial Abebe Bikila se recusa a executar autoridades. A tirar vidas no confronto.
Prontamente apoiado pelo povo, o Guerreiro Dourado da Paz, apesar da desobediência, é perdoado por Selassie.
Quatro anos depois, um novo triunfo para a eternidade. A Terra do Sol Nascente é o palco da elevação do mito. Da consolidação da lenda.
Dias antes, uma nova adversidade em seu caminho. Mesmo na paz dos belos jardins, seu ventre é combalido. É preciso uma intervenção cirúrgica. Superação para a nova glória.
Dessa vez calçado, um dos grandes Leões Conquistadores Abissínios da modernidade ganha as ruas de Tóquio, conquistando o bicampeonato olímpico da maratona.
Além do novo recorde mundial, seu legado se estabelece. O atletismo africano torna-se potência.
Graças àquele herói negro que vingou sua pátria-mãe e fez a opressora Roma curvar-se diante de seus pés descalços.
Um ser grandioso que, devido a um acidente automobilístico, vive seus últimos dias numa cadeira de rodas. Mas sem a felicidade lhe abandonar.
Mesmo com os movimentos limitados, o esporte continua correndo por suas veias, ao disputar torneios paraolímpicos de arco e flecha.
Um mortal, como todos o são. Imortalizado por falar por um país. Por um povo que tanto sofreu, orgulhando os de sua raça. De sua pele.
O definitivo exemplo de como o esporte pode ser um catalisador de sonhos. De fantasia. Da glória sem ter que derramar uma gota de sangue do inimigo.
Muito obrigado, Abebe Bikila!
Presidente: Marco Maciel
Carnavalesco: Murilo Duarte
Autor do Enredo: José Mauro da Silva
Intérprete: Antônio Carlos
Leia a sinopse de 2012 da BambasLeia a sinopse de 2011 da BambasLeia a sinopse de 2010 da Bambas
Nenhum comentário:
Postar um comentário