quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

COLIBRIS

COLIBRIS

PRESIDENTEMurilo Sousa
CARNAVALESCO Eduardo Nunes
INTÉRPRETE Murilo Sousa e Leandro Thomaz
CORES Azul e Branco
FUNDAÇÃO03/2003
CIDADE-SEDEValença-BA

Nascida em berço esplêndido! A Colibris surgiu em março de 2003, comemorando o sétimo título de sua madrinha, a Beija-Flor de Nilópolis. Azul e branco triunfal e sem igual, foi a máxima representante da escola de Nilópolis na LIESV. Com fundação em João Pessoa (antiga sede), já foi sediada em Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Agora em São Gonçalo comprova cada vez mais que ela tem a cara do Brasil e como o povo brasileiro é uma escola guerreira que não desiste nunca.

Em seu primeiro carnaval exaltou uma guerreira - Clara Nunes e Colibris uniram-se em uma única imagem, cantaram e choraram a saudade de um encontro que não veremos mais. O samba é considerado o primeiro grande clássico da LIESV, apesar da escola ter sido apenas a quarta colocada na apuração.
A escola sempre teve como característica apostar em desfiles fortemente ligados à cultura brasileira, chegando ao vice-campeonato em 2005, com "Casa Grande e Senzala". Após o carnaval de 2006, acabou descumprindo o regulamento da LIESV quanto ao recadastramento, sendo rebaixada.

A mudança da presidência, que passou a Guilherme Dourado, deu novo fôlego para a escola. Com o trabalho de Murilo Duarte e do intérprete Pedro Ferraz, a escola acabou sendo campeã do Grupo de Acesso de 2007. Porém, no ano seguinte, a tradicional agremiação acabou rebaixada para o Grupo de Acesso em 2009. Antes dos desfiles, assumiu um novo presidente: Théo Valter, que substituiu Guilherme Dourado.
A mudança...

Depois do carnaval virtual 2009, a Colibris fez uma fusão com a SVS Cruzeiro do Sul, com Rodrigo Raposa passando a ocupar a vice-presidência da agremiação, que manteve o nome e adicionou "Guerreira" à nomenclatura inicial, se tornando Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Guerreira (GRESVG) Colibris.

Em 2010, a escola superou as dificuldades e, com um belíssimo desfile, foi a campeã do Grupo de Acesso, voltando para a elite do carnaval virtual. Após a apresentação, Théo Valter entregou o comando da Colibris para Rodrigo Raposa que, em março de 2011, o repassou a Gustavo Martins. Desde 2012, Murilo Sousa é o presidente da Guerreira.

Ela é a única, inimitável! Ela é puro samba! O samba é do povo! E é ao povo que a Guerreira Colibris dedica seus Carnavais!
Ano
Enredo
Colocação
2013Samba-Enredo- (Acesso)
2012Capitães da Areia15º (Único)
2011Por Gentileza...6º (Especial)
2010Atos do Brasil1º (Acesso)
2009O Mundo ao Toque do Botão
7º(Acesso)
2008Um Samba Português, um Fado Tropical... Ainda Vai Tornar-se um Imenso Portugal
11º(Especial)
2007Romaria - Só queria mostrar meu olhar
1º(Acesso)
2006Cyber Colibri - A Folia dos Bits
5º(Especial)
2005Casa-Grande& Senzala
2º(Especial)
2004O Brasil na voz do Povo
6º(Especial)
2003Sob a claridade de uma guerreira, um Brasil mestiço - Santuário de Fé
4º(Especial)

ENREDO 2013
Samba-Enredo


Sou eu! Sou o canto do sambista, a paixão do folião, a emoção transparecida de quem colore o asfalto de ilusão.

Sou o desabafo melódico de um povo, que aguarda ansiosamente o Carnaval chegar para, na avenida, extravasar através de meus versos, rimas e poesia.

Já decantei tantas histórias, exaltei os mais sublimes personagens, detalhei os matizes de inúmeros paraísos, dei o tom em muitos devaneios carnavalizados... Travesti-me nas mais diversas obras-primas, até hoje algumas delas na boca do povo tantos carnavais depois da apoteose que proporcionei. Outras infelizmente foram esquecidas após a passagem do Momo.

Antes de despontar na folia, o desfile era representado por sambas-exaltação, em nada relacionados com o enredo apresentado. Outra característica destas obras eram os versos de improviso inventados entre os refrões, pelos quais os "improvisadores" eram os responsáveis. São estes os pais dos puxadores que hoje me seguram na avenida.

Há controvérsias a respeito de quando apareci pela primeira vez no Carnaval. Há quem diga que nasci através da genialidade de Paulo da Portela em 1939, quando o enredo "Teste ao Samba" ganhou pela primeira vez uma letra de acordo com o conteúdo do desfile. O meu formato seria consolidado sete anos depois.

Meu poeta maior, o homem que com mais carinho e genialidade me tratou, foi Silas de Oliveira. Junto com Mano Décio da Viola, compôs para o Prazer da Serrinha em 1946 "Conferência de São Francisco", também conhecido como "Paz Universal", sugestivamente um ano depois do fim da guerra. Mas o presidente da escola, na hora do desfile, ousou me trocar por um samba de terreiro, o que revoltou os componentes que criariam no ano seguinte o Império Serrano, a agremiação que mais obras-primas me brindou.

Em meados do século passado, minhas obras eram consideradas "lençóis", por cobrir inteiramente o enredo, geralmente patriota naquela época. Minha poesia era mais extensa, épica e ufanista e o andamento mais cadenciado. Ajudei a consagrar a bateria do Mestre André, cuja batuta era responsável pelas primeiras "paradinhas". Silas de Oliveira, nos anos 60, teceria a colorida aquarela embalada pelo tradicional "lalalaiá" imperiano. A força da mulher também apareceria na construção de meus versos, com Dona Ivone Lara superando todas as adversidades machistas. E minhas estrofes receberiam termos africanos graças à Academia situada no morro do Salgueiro.

Até que, no Carnaval de 1968, pela primeira vez meus hinos estariam todos reunidos em disco, em ritual seguido até hoje. Tanto o antigo bolachão quanto o atual CD são presentes de Natal certos. Por isso que o folião passou a chegar na avenida sabendo meus versos e melodias de cor. O fim dos 60 marca minha popularização definitiva. Martinho na Vila Isabel propõe um formato moderno, com andamento mais acelerado. E o Salgueiro consagraria a força de meus refrões. Até hoje, eles aparecem em estádios do mundo inteiro. Por todos os cantos, ecoa um "olelê, olalá...", explodindo os corações na maior felicidade.

As disputas nas quadras são sempre dramáticas, carregadas de tensão. As alas de compositores se fortalecem, na busca do meu melhor para representar seus respectivos pavilhões. Após tantos cortes e dezenas de concorrentes, o resultado final ora é comemorado, ora é lamentado. Houve obras minhas derrotadas que, antigamente, eram regravadas por sambistas renomados e algumas fizeram muito sucesso. Pena que, hoje em dia, nem sempre o meu melhor triunfe, pois as escolas buscam premiar atualmente parcerias de melhor poder aquisitivo. E alguns enredos patrocinados limitaram minhas letras, com algumas delas tendo merchandisings inseridos. Por conta disso, minha qualidade poética e melódica decaiu nos últimos anos. Pelo menos a Internet ajudou a propagar tantas obras que, outrora, mergulhariam eternamente no limbo do esquecimento... além, é claro, de me proporcionar a oportunidade de aparecer também nesta folia via web, o Carnaval Virtual. Sinal dos novos tempos!

Assim me tornei a trilha definitiva de uma escola de samba. Ao som do apito, o mestre de bateria rege a sinfonia da ópera carnavalizada, comandada por guerreiros que me dão o ritmo. O cavaquinhista acerta meu tom e o intérprete, juntamente com seus cantores de apoio, me sustentam durante todo o desfile. Aliás, a minha voz oficial passou a ser denominada "intérprete", desde quando Jamelão, o mais belo timbre de meu gênero, qualificou como pejorativo o termo "puxador". Antigamente não havia tantos cantores no carro de som como se têm hoje. Louvo também os diretores de harmonia, responsáveis pelo embalar de meu canto.

Sou o porta-voz da garra, da harmonia e da apoteose do Carnaval. Todos os anos passo e deixo a minha marca no coração de cada folião. Sou o brado de uma gente guerreira, otimista e festeira. Sou a pureza em forma de canção. Sou a explosão de alegria.

Eu sou o samba-enredo.

Oh, melodia! Oh, melodia triunfal! Sublime festa de um povo, orgulho do nosso Carnaval. (Mangueira - 1968)

Autor do Enredo: Marco Maciel

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