quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

PONTE AÉREA


PONTE AÉREA
PRESIDENTEMaykon Godoi Vanzin
CARNAVALESCO Guilherme Estevão
INTÉRPRETE Igor Vianna
CORES Preto, Branco, Vermelho e Verde
FUNDAÇÃO01/04/2007
SITEhttp://ponte.webnode.com/
CIDADE-SEDEXanxerê-SC
O G.R.C.E.S.V. Ponte Aérea nasceu de uma reunião de amigos, Oficialmente registrada no dia 1° de abril de 2007 no CAESV. O nome da agremiação surgiu de uma idéia do então presidente, Élson Granzoto Junior, que quis representar a união dos dois Estados, Rio de Janeiro e São Paulo, em uma mesma escola de samba, já que é neles que seus integrantes residem. Baseado na mesma idéia surgiu a bandeira da agremiação com as cores das bandeiras do Rio e São Paulo: vermelho, azul, preto e branco. Coincidentemente são as mesmas cores das escolas de samba dos componentes da Ponte: Vai-Vai e Leandro de Itaquera, entretanto, ainda havia integrantes torcedores da Mocidade Independente e, por isso, foi retirada a cor azul e em seu lugar colocada a verde.

Em seu primeiro desfile, a Ponte Aérea, ainda aprendiz, trouxe o um enredo sobre os 60 anos do G.R.E.S Império Serrano numa belíssima homenagem, mas diversos problemas ocasionaram a 7ªcolocação no grupo de avaliação - CAESV - fazendo a escola a amargar uma estréia de resultado doloroso.

Com o fim do carnaval, ocorreram diversas mudanças na administração da escola saindo a primeira equipe gestora e assumindo a presidência o vice-presidente, Marcel Zelary. Mas novos problemas surgiram e ele nomeou Maykon Godoi para assumir o seu cargo como presidente.

Maykon decidiu apostar em novas idéias: convocou amigos que até então nunca haviam tido contato com o carnaval virtual para formar a diretoria, dando assim, sangue novo à escola.

Trabalhando em equipe e afinados em suas idéias, elaboraram o enredo: "Nascidos de Deus, usem o pensamento que Ele lhes deu. Ponte Aérea é filosofia para não-filósofos". Assim, a Ponte Aérea conseguiu notoriedade, um honroso vice-campeonato do grupo de avaliação 2008 - CAESV e o Estandarte de Cromo de melhor enredo, ingressando assim, no grupo de acesso da LIESV.

Em 2009, a Ponte Aérea reforçou a sua equipe e, com o enredo "Posso cair, mas logo me levanto. De dor ou emoção, Ponte Aérea derrama lágrimas nesse chão" desenvolvido pelo carnavalesco Carlos Rizzo, a escola obteve a tão sonhada vaga no Grupo Especial da LIESV. Porém, problemas no barracão da escola fizeram com que a agremiação regressasse ao Acesso em 2011. Mas a agremiação daria a volta por cima, realizando o maior desfile de sua história em 2012 com "A Luz de Daomé", conquistando seu primeiro título no Carnaval Virtual.
Ano
Enredo
Colocação
2013Um Canto para a Eternidade- (Especial)
2012A Luz de Daomé 1º (Único)
2011As Faces da Glória4º (Acesso)
2010A Invenção do Malandro Brasileiro14º (Especial)
2009Posso cair, mas logo me levanto. De dor ou emoção, Ponte Aérea derrama lágrimas nesse chão
3º(Acesso)
2008Nascidos de Deus, Usem o Pensamento Que Ele Lhes Deu. Ponte Aérea é Filosofia Para Não-Filósofos
2º(CAESV)
2007Ponte Humildemente Apresenta: Serrinha - Império Serrano, 60 anos7º (CAESV)
SINOPSE ENREDO 2013
Um Canto para a Eternidade
Desenhou-se no céu azul o plainar da revoada. Seres alados bailavam entre as nuvens quando um deles se deixou levar pela maciez do vento e pôs-se a repousar nas mãos de Santa Teresinha.

Era um pequeno pardal dotado de um aveludado canto que encantou os anjos e fez correr pela face lisa da santa uma lágrima de emoção. A gota se transformou em luz e se dirigiu ao frágil ser cantor. A plumagem acastanhada dourou-se e, aos poucos, o pássaro e a luz tornaram-se um só. Formou-se uma estrela cintilante que, lentamente, despediu-se da imensidão celeste e descansou sob uma calçada de Belleville.

A estrela transformou-se em mais um frágil e jovem ser que, se não apresentava mais a plumagem, permanecia carregando consigo a doce voz. Em meio à fria e cinzenta calçada ecoava o choro da pequena Edith. Ali se deu sua primeira apresentação.

Mesmo não sendo mais um ser alado, a vida lhe obrigou a conseguir "voar com as próprias asas". Herdou da mãe o dom da música, mas não foi considerada digna, por ela, de obter também o seu amor. Desde muito jovem sofreu na pele a dor da solidão, sendo abandonada pelas vielas de Belleville enquanto sua mãe, Annetta, cantarolava embriagada. O alento de seu pai, Louis, a ela também não foi destinado, já que batalhava pelo exército francês, na Primeira Guerra Mundial.

Em meio à eloqüência materna, seu pai encontrou como solução enviar-lhe para a casa de sua avó. O novo lar de Edith era um bordel, na fria Bernay. O profano recinto proporcionou à menina as primeiras manifestações de amor, por parte daquelas julgadas impuras ou incapazes de amar. As prostitutas criaram Edith como filha e, aos poucos, conseguiram descongelar o frio coração de sua avó.

Bastante jovem, o destino teceu um novo encontrou entre Edith e sua mãe celestial. A capacidade de contemplar o sol transformou-se em um breu semelhante ao despertar da madrugada. "La petite"[1] ficou cega devido a uma queratite e através de suas "mães" foi levada ao túmulo de Santa Tereza Lisieux, reencontrando sua divina luz que operou o milagre de lhe possibilitar enxergar novamente.

Edith reencontrou seu pai, após anos de guerra, e, ao mesmo tempo, a dor. De forma abrupta, foi retirada do carinho de suas "mães" e deixou pela estrada uma trilha de lágrimas. Louis retomou seu antigo ofício, trabalhando em um circo como contorcionista.

A magia do picadeiro encantava a pequena menina. Ao mesmo tempo em que o circo a inebriava, a solidão de Edith só aumentava, pois a itinerante circense não permitia que a flor dos afetos desabrochasse. Edith era um pássaro aprisionado em uma gaiola mágica.

A incerteza do circo fez com que seu pai buscasse sustento se apresentando pelas ruas parisienses. É nesse momento que o pássaro entoou seu canto doce para a multidão. "Liberté, Liberté chérie!'[2]. Cantando "La Marseillaise"[3], a voz se libertou, a emoção se libertou, Edith se libertou para voar. Abandonou o "ninho" e voou livremente "sous le ciel de Paris"[4].

Como em toda a sua vida, após alçar vôo, a trajetória da estrela permanecera repleta de tristezas e desilusões. Conflitos amorosos e a morte de sua única filha, ainda muito jovem, aprofundaram mais a fenda que a dor cavou em seu peito. A música assumiu o papel de elixir de sobrevivência.

Apesar de todo o sofrimento, enfim o canto de Edith encontrou um coração capaz de levar essa voz para outros milhões de corações. Louis Leplée a escutou cantando na rua e lhe apelidou de "La Môme Piaf"[5]. Edith tornou-se "oficialmente" o pardal cantor e entoou seu canto pelos palcos da vida.

Arrebatou corações durante toda sua trajetória, mas para ela não havia "La Vieen rose"[6]. Apesar do sucesso que se propagava como o seu cantar, a tristeza insistia em lhe dar as mãos.

"Padam...Padam"! Fez de sua vida musical um "Hymne A L'amour"[7]. Clamava a todo instante "’Mon Dieu[8]’, livre-me da companhia da tristeza!", mesmo que parecesse dizer e ela "Ne Me Quitte Pas"[9]. O sucesso floresceu em solos de todo mundo, mas foi em terras americanas que se frutificou um amor, que, posteriormente, foi levado pelo vento em um acidente no ar.

O pardal cantor teceu seu ninho, acolhendo novos seres até que pudessem voar para o sucesso, como havia feito. Desta forma, tornou-se um norte na carreira de vários pássaros cantores e uma diva da música de seu país.

A tristeza que insistiu em caminhar ao seu lado, por toda vida, corroeu suas forças e obrigou o pardal cantor a realizar seu último voo. Em mais um momento de libertação, voou ao encontro de Santa Tereza e cercada de anjos, no palco celestial, cantou para toda a eternidade.

"Non... rien de rien...Non... je ne regrette rien. Ni le bien qu'on ma fait, ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Non... rien de rien...Non... je ne regrette rien . Car ma vie, car mes joies, Aujourd'hui, ça commence avec toi!".[10]

Guilherme Estevão

[1] Tradução: A pequena

[2] Tradução: Liberdade, liberdade, querida!

[3] Nome do hino nacional da França.

[4] Tradução: Sob o céu de Paris.

[5] Tradução: O pequeno pardal.

[6] Tradução: A vida cor de rosa.

[7] Tradução: Hino ao Amor.

[8] Tradução: Meu Deus

[9] Tradução: Não me deixe.

[10] Tradução: "Não ... nada nada ... Não ... Eu não tenho arrependimentos. Nem o bem que eu fiz, nem o mal - todos os cuidados que eu!

Não ... nada nada ... Não ... Eu não tenho arrependimentos. Porque a minha vida, porque as minhas alegrias, hoje, começa com você ".

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