segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

IMPÉRIO DA TIJUCA

IMPÉRIO DA TIJUCA
FUNDAÇÃO 08/12/40
CORES Verde e Branco
QUADRA Av. Francisco Bicalho, 47
Santo Cristo
20220-310
BARRACÃOAv. Brasil, 1818
São Cristóvão
20930-040
SÍMBOLO Coroa
HISTÓRICO
A Império da Tijuca traz, acrescido ao nome, o termo educativa, porque a preocupação principal, no momento de sua fundação, foi com a educação. A escola, desde o início, efetivou experiências comunitárias no morro da Formiga, onde está localizada.
Entre os fundadores, citamos Joaquim Augusto de Oliveira (Quincas), Rodolfo Augusto de Oliveira, Celestina Pinto Rabaça, Fernando Matos, Jorge Domingos da Silva, João Escrevente, Mario Pereira, Manoel Queiroz, Aylton dos Santos, Emílio Marcatte, Manuel Pinto, entre outros.
Havia uma escola de alfabetização para crianças, a "Tropa José do Patrocínio" (grupo de escoteiros do morro), que atuou anos na comunidade. A Império da Tijuca foi a primeira escola de samba a usar o termo Império, razão por que tem uma coroa, símbolo da nobreza, em sua bandeira, bem como o fumo e o café que traduzem as riquezas do Brasil.
Entre os nomes mais famosos da escola, citamos Sinval Silva (um dos compositores prediletos de Carmem Miranda) e Mário Pereira (Marinho da Muda), falecido em 1987.
Durante a década de 80, a escola esteve cinco vezes no grupo principal. Dessas, quatro foram consecutivas (de 1984 a 1987). Depois, só voltaria a participar do Grupo Especial numa única vez: em 1996, com o enredo "O Reino Unido Independente do Nordeste", de Miguel Falabella. Rebaixada, permaneceu no Grupo A até 2002, quando ocorreu o descenso para o Grupo B. Permaneceu no Terceiro Grupo por quatro carnavais até, com a reedição de seu enredo de 1986 "Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos", conquistar o título em 2006. Promovida, a Império da Tijuca fez um excelente desfile em 2007 com o enredo "O Intrépido Santo Guerreiro", permanecendo no Grupo A e obtendo os Estandartes de Ouro de melhor samba e escola do Grupo. Em 2009, reeditou "O Mundo de Barro de Mestre Vitalino", enredo de 1977.
1946 - 16ª no Grupo 1
Aos Heróis do Monte Castelo
1948 - 7ª no Grupo 1
Enredo não disponível
1949 - 7ª no Grupo NO
Enredo não disponível
1950 - 5ª no Grupo 1
Enredo não disponível
1951 - 6ª no Grupo 1
Enredo não disponível
1952 - no Grupo 1
Enredo não disponível
1953 - no Grupo
A Primeira Cultura do Café no Brasil
1954 - 16ª no Grupo 1
Como o Samba Nasceu
Boca
1955 - 17ª no Grupo 1
Símbolos de Nossa Pátria
João Escrevente
1956 - 7ª no Grupo 2
Constituição de uma raça
Mário Pereira e Lilinho
1957 - 14ª no Grupo 2
Festa do Samba
1958 - 11ª no Grupo 2
Amores de D. Pedro I
Jorge Melodia
1959 - 3ª no Grupo 2
Homenagem aos Bombeiros
Jorge Melodia
1960 - 6ª no Grupo 2
Brasil Universitário
Claudino e Jorge Melodia
1961 - 10ª no Grupo 2
Brasil em Três Épocas
Nelson Fonseca e Jorge Melodia
1962 - 3ª no Grupo 2
Rapsódia Brasileira
Jorge Melodia, Augusto e Nelson da Adelina
1963 - 6ª no Grupo 2
Reminiscências da Música Popular Brasileira
Jorge Melodia
1964 - 1ª no Grupo 2
O Esplendor do Rio de Janeiro Imperial
Jorge Melodia
1965 - 8ª no Grupo 1
Apoteose ao Rio de Janeiro
Jorge Melodia
1966 - 10ª no Grupo 1
Desfilou simbolicamente, devido a enchente no Rio em Janeiro
Mauro Afonso
1967 - 8ª no Grupo 1
O Reino Encantado de Vicente Guimarães
Nelson Fonseca
1968 - 10ª no Grupo 1
Exaltação a Cândido Portinari
Gaúcho
1969 - no Grupo
O Negro na Escravidão Brasileira - Não foi julgado
Arnaldo Pederneira
1970 - 1ª no Grupo 2
Segredos e Encantos da Bahia
Jorge Melodia
1971 - 8ª no Grupo 1
O Misticismo da África ao Brasil
1972 - 10ª no Grupo 1
O Samba no Morro e na Sociedade
1973 - 4ª no Grupo 2
Brasil, Explosão do Progresso
Luiz Tuminelli e Maria Helena Farelli
1974 - 3ª no Grupo 2
Minas de Prata
1975 - 3ª no Grupo 2
Muiraquitã, o amuleto do amor
1976 - 1ª no Grupo 2
Guerreiros das Alagoas
Joãosinho Trinta
1977 - 11ª no Grupo 1
O Mundo de Barro de Mestre Vitalino
Geraldo Cavalcante
1978 - 11ª no Grupo 2
Calendário do Rio
1979 - 1ª no Grupo 2A
As Três mulheres do Rio
1980 - 4ª no Grupo 1B
De Sacristão a Barão de Ouro
1981 - 2ª no Grupo 1B
Cataratas do Iguaçu
1982 - 11ª no Grupo 1A
Iara, Ouro e Pinhão naTerra da Gralha Azul
Orlando Pereira
1983 - 2ª no Grupo 1B
Santos e Pecadores
1984 - 6ª no Grupo 1A
9215
1985 - 11ª no Grupo 1A
Se a Lua Contasse - Homenagem a Custódio Mesquita
Ney Ayan
1986 - 12ª no Grupo 1A
Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
José Félix
1987 - 12ª no Grupo 1
Viva o Povo Brasileiro
José Félix
1988 - 4ª no Grupo 2
Nosso Sinhô, Rei do Samba
1989 - 7ª no Grupo 2
Rio, Samba e Carnaval
1990 - 2ª no Grupo B
Na Terra do Pau-Brasil, só Mico Dourado Deu
1991 - 8ª no Grupo A
Canaã, a Terra Prometida - Brasil
Jurandi Oliveira
1992 - 10ª no Grupo A
Um Mistério chamado Brasil (Homenagem a Sinval Silva)
Jorge Luiz Vilela
1993 - 8ª no Grupo A
Vitis Vinífera, A Império é uma Uva
Miguel Falabella
1994 - 4ª no Grupo A
Nélson Rodrigues, um Beijo na Sapucaí
Miguel Falabella
1995 - 2ª no Grupo A
No Sassarico da Colombo
Miguel Falabella e Eduardo Elias
1996 - 17ª no Grupo Especial
O Reino Unido Independente do Nordeste
Miguel Falabella
1997 - 4ª no Grupo A
A Coroa do Perdão na Terra de Oyó
Eduardo Silva
1998 - 5ª no Grupo A
Elymar Superpopular
Eduardo Silva
1999 - 9ª no Grupo A
No Palco da Alegria, Molejão é Rei nesta Folia
Eduardo Silva
2000 - 7ª no Grupo A
O Ouro Vermelho de Pati do Alferes
Eduardo Silva
2001 - 9ª no Grupo A
Macaé, a Princesinha do Atlântico
Arialdo Vilaça
2002 - 12ª no Grupo A
Vossa Excelência: Feijão com Arroz
Guilherme Alexandre
2003 - 9ª no Grupo B
A Magia Imperial põe a mão na Massa e encanta a Massa na Sapucaí
Eduardo Silva
2004 - 3ª no Grupo B
A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!
Jack Vasconcellos
2005 - 7ª no Grupo B
Sargentelli Carioca do Brasil. É Samba, é Alegria, é Mulata nota mil
Sandro Gomes
2006 - 1ª no Grupo B
Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
Sandro Gomes
2007 - 5ª no Grupo A
O Intrépido Santo Guerreiro
Sandro Gomes
2008 - 8ª no Grupo A
Duzentos Anos da Corte Real nos Jardins da Família Imperial
Sandro Gomes
1
2009 - 8ª no Grupo A
O Mundo de Barro de Mestre Vitalino
Fábio Santos
.
2010 - 5ª no Grupo A
Suprema Jinga - Senhora do Trono Brazngola
Jack Vasconcelos
.
2011 - 7ª no Grupo A
O Mundo em Carnaval - Um olhar sobre a cultura dos povos
Severo Luzardo
.
2012 - 3ª no Grupo A
Utopias - viagens aos confins da imaginação
Severo Luzardo

1967
Enredo: O reino encantado de Vicente Guimarães
Compositores: Mário Pereira e Jorge Melodia
Ó deusa da literatura esclarecei minha memória
Quero vossa magia para descrever esta empolgante história
Afinava minha lira todas as manhãs
Para contar como foi sonhado “O reino encantado de Vicente Guimarães”
Grande escritor, nascido em Cordisburgo, o Minas Gerais
Sucessor de Monteiro Lobato, recebeu como herança
A arte de escrever para criança
E o literato amante da mitologia
Transformou-se em Vovô Felício, o mago da petizada
Que surgiu de uma fantasia.
Era uma vez um bom velhinho dotado de espírito jovial
Que com amor e carinho reunia a meninada contando lendas, cultivando a moral
Ministrando a cultura divertia a garotada
Que visitava o seu reino fabuloso
Onde com outros personagens vivia um sonho maravilhoso
João Bolinha, boneco de bolas, convertido pela boa fada em figura de gente
Maria Angelina, garbosa menina, Debete, o garoto inteligente
Sá Zefa, astuciosa cozinheira de gostosuras
Zé Bolacha, rei das tranquinadas e travessuras
Dando seqüência à história imaginada
O ancião contava fábulas de amor, aventuras e magia
E ensinava da natureza o que ele sabia
Lendas escolhidas por sua mente iluminada
João Grumete
Que de um golpe só matava sete
Uiapurú, Uiapurú, o pássaro da felicidade
O seu cantar e sua pena anunciam prosperidade
E o índio transformado em passarinho
Que fez de barro o seu ninho
Glórias aos benfeitores do passado
Preciosos médicos, fantásticos inventores
Homens ilustres, inspirados compositores
O quais Vovô tão bem historiou em seu “Reino Encantado”
Esta apoteose tão feliz
Tantas lembranças me traz
Dos meus tempos infantis
Áureos tempos que não voltam mais
Lá, rá, rá, lá, rá, lá, rá, rá, rá, lá, rá, rá, rá...
1968
Enredo: Exaltação a Cândido Portinari
Compositores: Ailton Furtado e Mario Pereira
Verdes campos da minha terra
Florescem, para inspirar
Livre canto da minha terra
Canto forte, para exaltar
Portinari
Do azul celestial
A beleza pictórica do mural
Com destemor
Retratou, sem fantasia
Nosso diário labor
Sonhos e sobrevivência
Nos cafezais, no algododeiro
Na procura eterna, o garimpeiro
Pintou, com poesia
A força que no agreste se fazia
Nosso chorar, nosso sorrir
Na tela, gigantescos murais
Foi o primeiro a colorir
Nossos problemas sociais
Sertão
Grande inspirador
Daquele que seria
O nosso maior pintor
Morro
Também fostes retratado
E o moleque esfarrapado
Que vendia alguma coisa
No tabuleiro, para ganhar o pão
Ele pintou com emoção
E quando a ONU o convidou
Para o painel da Sala das Nações
Deslumbrou, na cor
O tema profundo
"Guerra e Paz" no mundo
Assegurando o seu lugar
Além de nossos corações
É imortal, na história da pintura universal
1969
Enredo: O negro na civilização brasileira
Compositores: ???
Da África chegou
O mar imenso
Ultrapassou
O céu da Bahia
Recebia
A primeira galera
Que o negro trazia
Trezentos anos
De escravidão
Base à economia
De nossa nação
Nos campos ou na cidade
Com a liberdade
Sonhou
Voz imortal do poeta
Ao negro se irmanou
Ô ô Kaô
Cabecilê-Xangô ô ô
Brilhou o sol
Da nova era
Liberto o negro
Se expandiu
Quanta beleza encerra
A arte negra no Brasil
Negro gigante
Na servidão
Nos casebres, nos Palácios
Teus costumes e roupagens
Eram marcantes
O feitiço e a magia
O tempero picante
Das comidas da Bahia
Negro
Canto alto a tua glória
Defendeste nossa terra
Foram páginas de ouro
Na história
Bravo e herói
Oh, quanta luta traiçoeira
Vencia
Empunhando bem alto
A nossa bandeira
1970
Enredo: Segredos e Encantos da Bahia
Compositores: Mario Pereira e José Galvão Filho
Bahia quem te viu e quem te vê
Jamais poderá esquecer
Esta sublime aquarela
Fiel representante
Da terra verde e amarela
Os teus ritos e tuas crenças
Os teus mitos e tuas lendas
Sempre a deslumbrar

Salve ô terra altaneira
Tropical e hospitaleira (bis)
Terra de segredos colossais
Salve os teus orixás

Nas cadeiras baiana
Nas cadeiras iaiá (bis)
A Bahia mandou
Todo mundo sambar

É notável tua estrutura
Pujança na agricultura
Cenário sem par
Celeiro das letras e das artes
O teu colorido à parte
Hoje viemos exaltar com amor
E assim retorna à passarela
Esta apoteose tão bela
A lendária Salvador

Capoeira, bamba no pé
Se for à Bahia (bis)
Me traga uma figa de guiné
1971
Enredo: Misticismos da África ao Brasil
Compositores: Mário Pereira, João Galvão e Wilmar Costa
Lua alta, som constante
Ressoam os atabaques
Lembrando a África distante
E o rufar dos tambores, lá no alto da serra
Personificando o misticismo
Que aqui se encerra
Saravá pai Oxalá
Que meu samba inspirou
Saravá todo povo de Angola Nagô
Agô ôôô agô ôôô
Lá na mata tem mironga
Eu quero ver (bis)
Lá na mata tem um côco
Este côco tem dendê
Das planícies às cochilhas
O misticismo se alastrou
Num torvelhinho de magia
Que preto velho ditou
E o fetiche e o quebranto
Ele nos legou
Eu venho de Angola
Sou rei da magia (bis)
Minha terra é muito longe
Meu gongá é na Bahia
Tem areia ô tem areia (bis)
Tem areia no fundo do mar, tem areia
1972
Enredo: O samba do morro à sociedade
Compositores: Djalma do Cavaco e Vicente
Vamos sambar
Não importa o lugar
Nos salões mais elegantes
E lá no morro tão distante
Vamos sambar
Sem divisas sociais
Vou em notas musicais
Sou o povo, sou a amante
Felicidade no barraco
Ou no castelo
Sou o samba, sou um elo
Ligado a grandes amizades
Não vim, e sim eu vou
Vou caminhando (bis)
Levando amor
Seria lindo
Meu povo sorrindo, sambando (bis)
Seria lindo
Meu povo pedindo, cantando
1974
Enredo: As Minas de Prata
Compositores: Mauro Affonso, Jorge Melodia e Sinval Silva

Bahia, misticismo e esplendor
Preparava-se festivamente
Para a chegada do governador
Figura singular na história das minas de prata
Do grande José de Alencar
Luxo, riqueza e aventura
Na cidade e no sertão
Aquela gente humilde e pura
Foi tomada de ambição
Com a notícia inesperada
Que havia na baixada
Um riquíssimo filão

Havia um caboclo no fundo da mata (bis)
Só ele sabia o roteiro das minas de prata

Artimanha da história
Miragem, amor e ilusão
O tesouro cobiçado
Foi pra sempre sepultado
Com os segredos do sertão

Ê, abaré (ê, abaré)
Abaré, ô (bis)
De todas as tribos, pajé
De todas as matas, senhor

1975
Enredo: Muiraquitã, o amuleto do amor
Compositores: Wilmar Costa, Jorge Melodia e Wanderley
Mais uma lenda, da floresta tropical
Onde viviam as mulheres guerreiras
De beleza sensual
Eram as Amazonas, do eldorado sedutor
Só elas sabiam fazer
Muiraquitã o amuleto do amor
No lago espelho da lua
Mergulhavam para apanhar
As misteriosas pedras verdes para o amuleto preparar
Nas noites de lua cheia
O talismã era enfeitiçado de amor
Por Iara, “Mãe D’água” e Cobra Grande
Chefiados por Oxosse o Caçador
Que beleza de índia
Que mistério sedutor
Ela tem pedra verde
Tem mandinga e muito amor
Conori a bela Rainha Amazona
Capturou, o aventureiro Orellana
Que ousara descobrir o eldorado
E a linda Cacique o elegeu seu amado
Mostrou-lhe sua cidade
De ruas prateadas, seu fabuloso tesouro
Seu castelo dourado
E também lhe deu um Muiraquitã encantado
Um dia partiu para a corte o fidalgo aventureiro
Foi mostrar à seu Rei
O talismã feiticeiro
La-ra-la-la-la-la-la, ô ô ô
1977
Enredo: O Mundo de barro de Mestre Vitalino
Compositores: Biel Resa Forte, Adilson da Viola e Chipolechi
Nordeste novamente é lembrado
Na figura de um humilde escultor
Vitalino, com seu mundo de barro
A terra que Deus criou (bis)
Ele valorizou
Poeta no sentido figurado
De uma simplicidade sem igual
Que fascinado simplesmente
Retrata o Nordeste, sua gente
Grupo de bravos soldados
Camponês e lenhador (ôô ôô)
Boiadeiros e rendeiras
Lampião e seu amor
O caçador com seu cão a farejar
Tudo isso lá na feira
É louça de brincadeira (bis)
Feita de barro-tauá
Folguedo do maracatu
Uma festa tradicional
Onde o poeta
Se fez internacional
Olha o boneco de barro
Quem quer comprar (bis)
Leva boneco freguesa
Pras crianças alegrar
1979
Enredo: As Três Mulheres do Rio
Compositores: ???
Lá na feira, da água de menino
Em Salvador
Enquanto aguardava a freguesia
Sonhava acordado o negro Jerrô
Seus pensamentos
Nesta festa multicor
Lá na África distante
Foi saravá, o rei Xangô

Agoiê agoiê Xangô
Agoiê agoiê Xangô (bis)
Pro Império na avenida
Contar o sonho de Jerrô

Da sua gente, sua cor, sua nação
E levando a mão a testa
Pra fazer a saudação
Câo, Cabecile, viva o rei
Seja bem-vindo o justiceiro

Trazendo os troféus da vitória (bis)
Escoltados pelos seus guerreiros

Oxum, menina da fonte
A deusa dos ventos Caoiá
Obá guerreira
Na mão uma espada
Na cabeça um ojá

Obá Oxum Oiá
Obá Oxum Oiá (bis)
As três mulheres do rei
Fizeram Jerrô acordar
1980
Enredo: De Sacristão a Barão do Ouro
Compositores: Marinho da Muda e Cajá
Voltando através dos tempos
Quando a lembraça nos traz
A Catas Altas
Aldeia de Minas Gerais
Onde o antigo sacristão
Herdeiro de imensa riqueza
Construiu suntuosos palácios
Criando seu mundo
De encanto e beleza
Extravasava suas manias
Em banquetes de estranhas iguarias
Tudo na vida se dissolve igual fumaça (bis)
Bebam vinho, quebrem taças
Num opulento jantar
Oferecido ao imperador
Recebeu o titulo de barão
O mirabolante anfitrião
Envaidecido com a honraria construiu
Um belo e rico chafariz
E desfilava em carruagem toda de ouro
Depois que vendeu macaúba
Sua pujança se acabou
Hoje só resta lembrancas (bis)
De tudo que se passou
Almôndegas, banana de ouro
Foram extraídas do tesouro (bis)
1981
Enredo: Cataratas do Iguaçu
Compositores: Azeitona
Oh, que beleza
Que prazer eu sinto, a natureza olhando
Nuvem de poeira d’água
E o arco-íris este quadro emoldurando
Falo das cataratas do Iguaçu
De outra coisa não podia ser
A beleza fez em foz (bis)
Tudo que sabia fazer
(E diz a lenda)
No baile das borboletas
O índio Tarobá conduzia pela mão
A linda Naipi que era desprovida da visão
E ao deus Mboi Tarobá pedia
Que ela pudesse ver
As belezas que ele via
O sol se apagou
O rio Iguaçu se escondeu
Tremeu a terra, houve grande explosão
E Tarobá sumiu naquele turbilhão
Quando o sol voltou a brilhar
E o rio a correr
Na cratera que a explosão causou
O rio em fúria, em cataratas se formou
Naipi vibrou de alegria
Surgiu-lhe a luz nos olhos, tudo agora ela via
E procurou por Tarobá
Não encontrando deu um grito de agonia
Tarobá, Tarobá (bis)
Um lamento pela mata a ecoar
1982
Enredo: Iara, Ouro e pinhão na terra da gralha azul
Compositores: Jorge Melodia
Paraná ê, ê Paraná
É o Império da Tijuca (bis)
Na avenida a lhe exaltar
No sol bonito da manhã
Na imensidão da terra dos Tupis
Iara adorava o Deus Tupã
Pedindo a paz com os Guaranis
Quando uma linda arara
Em puro Tupi lhe falou
Que a ervateria lendária
Salvaria seu povo da dor, mas Gupi
Gupi, o Guarani guerreiro
Como o amigo Caraí, quase morreu
Foram salvos pelo chá milagreiro (bis)
E uma nova nação nasceu
Da estrela brilhou
A luz do amor, ô (bis)
E Iara com Gupi se casou
Na era do ouro
O bandeirante ali chegou
Dos arraiais e dos seus tesouros
Foi que o Paraná começou
Hoje a ave sagrada
Que semeou o pinhão
Em prosa e versos cantada
No povo mora no coração
É lenda é tradição
No rico solo do Sul
Iara, ouro e pinhão
Na terra da gralha azul
1983
Enredo: Santos e Pecados
Compositores: Adilson da Viola, Chipolechi e Cadó
Bahia de todos os santos e magia
Peço licença ao meu pai Oxalá
Para teus costumes exaltar
E teus pecados cantar
Tem candomblés e rituais
O afoxé abre os caminhos nos teus carnavais
O calendário baiano
No místico, sagrado e o profano
Os santos na capela e na magia
São festejados pelo povo da Bahia
Ribombam os trovões, o vento se agita
Barraqueiros no mercado
Fazem festa para bendita
Eparrei Iansã
Surge um novo amanhã
Pra mamãe Oxum
Senhora da Conceição
Tem axé lá no terreiro
Na igreja, procissão
Segure o remo, remador, reme pro mar (bis)
Vou fazer boa viagem, bom Jesus vai me levar
Oh, meu senhor
Meu povo, vem rezar em teu louvor
Tem caruru, vatapá, quindim
Água no pote na lavagem do Bonfim
Cai o sereno, vem a festa da Ribeira
Com muito samba, confusões e capoeira
Eh baiana, vem cantar
Traga oferenda a rainha Iemanjá
Babá-Lotim peça a Obaluaê
Pra abrir caminho à senhora Buruquê
Tem pescaria, quero ver quem é (bis)
Que vai arrastar a rede pra ganhar o lava-pé
1984
Enredo: 9215
Compositores: Ailton e Tibu
Em nome da moral e bons costumes
Essa lei surgiu
9215
Fechando os cassinos no brasil
É proibido jogar, jogar
Jogos de azar
Dada a ordem nua e crua
Quantos desempregados no olho da rua
Mas a jogatina continua
Corrida de cavalo, pode apostar
Loto e loteria existem em todo lugar (bis)
O palpite é borboleta
No bicho eu vou jogar
Hoje minha escola tão querida
Reabre os cassinos na avenida
Um mundo de requinte e alegria
Mostrando todos os jogos
Nessa noite de euforia
O maior show da terra é o carnaval
Num jogo de fantasia
A roleta da vida
Não para de girar (bis)
No jogo do amor
Não me canso de apostar
1985
Enredo: Se a Lua Contasse
Compositores: Jorje Canuto, Ademir, Jacaré, Moacyr e Tião Grande
Brilhou no céu uma estrela
Para iluminar a minha mente
E o Império engalanado
Com Custódio Mesquita
Se faz presente
Pra fazer bailar a poesia
Desse gênio que não esqueceremos jamais
Vamos matar a saudade (bis)
Que há 50 anos a recordação nos traz
Homem generoso e de respeito
Trazia dentro do peito um gigante coração
Aonde o necessitado encontrava
Afeto, acalento e proteção
Ator, pianista e seresteiro
Foi eterno escravo da canção (da canção)
E ao reger a sinfonia
Fazia o que queria com a batuta na mão
Entra na roda pra girar na brincadeira
E fazer subir poeira nesse fox naná
Eu quero ver, eu quero ver a sua ginga (bis)
E se você não sabe eu posso lhe ensinar
Mulher, Rosa de Maio
Grandes entre suas grandes criações
Também se "A Lua Contasse"
Que aumentou de um carnaval a explosão
No auge de suas glórias, foi abraçado pelo destino cruel
Compôs e deixou como dádiva a despedida
E foi se juntar a Noel (bis)
1986
Enredo: Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda
Você foi um berço de indios
Lugar de Estácio de Sá
Deu aos jesuítas o direito de ficar
Área do café e do chá
Onde os negros iam pra colheita trabalhar
Oh Tijuca
A brisa beija seu verde e faz bailar
Belos cantos que encantam
Recantos de encantar
O amanhecer, passarada a revoar
Vista Chinesa e a Mesa do Imperador
Olha que esplendor
Cachoeiras a cachoar
É a natureza a cantar
Desce o morro da Formiga
Do Borel e do Salgueiro (bis)
As escolas que incrementam
Nosso samba o ano inteiro
No Éden, tomavam a saideira
É um canto de saudade
Onde a mocidade
Papeava a noite inteira
Hoje, o progresso na area chegou, ôô
Indústria, comécio e metrô
A praça é meu ninho de amor
Império exalta sua raiz
E a massa tijucana (bis)
Se faz feliz
1987
Enredo: Viva o Povo Brasileiro
Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi, Marinho da Muda e João Quadrado
Tudo que vamos contar veio de lá da Itaparica
Ilha baiana onde viveu Pirapuama
E os personagens que ilustram essa trama
Dafé, Patrício Macário
E a mística figura do cenário
Ao passar pela Bahia os holandeses
Deixaram gerações, marcaram corações
E tem mais o barão cruel, homem dominador
Do monopólio da baleia era o senhor
Ôôôôôôôôôôôôôô
No verde esperança dos olhos de Maria luzia a fé
De um povo que sofria
Com ele lutou pelo ideal
De liberdade e justiça social
Após a vitória, coberta de glória
Tomada de emoção
Aprisiona o vencido, com sua doçura
Nas grades do seu coração
No Paraguai, vitória geral
Mas pro Macário, desilusão total
Ressoam novamente os atabaques
Agradecendo aos nossos orixás
Lá se foi o general, fim da linha
Hoje ainda existe a canastra
A irmandade da Casa da Farinha
Por trás desta alegria, à sombra de uma dor, de uma dor
De um povo hospitaleiro
Viva nós, viva o povo brasileiro (bis)
1988
Enredo: Nosso Sinhô rei do samba
Compositores: Eddie, Paulo Curupira e Alcir de Paula
Jura, fala meu louro
Deus me livra das mulheres
Mas o homem com toda fortaleza (bis)
Desce da nobreza e faz o que ela quer
Ressoam os atabaques
Para festejar
O centenário da escravatura
Que a Lei Áurea a princesa veio assinar
Em 1888 ôôô, quando o negro se libertou
Nascia nesta data
José Barbosa da Silva, "o Sinhô"
Seu nome correu fama
Pianista de real valor
Mas foi na cidade nova
Na casa da tia Ciata
Que sua estrela brilhou
Babalaôs
Babalorixás (bis)
Tem festa na aldeia
Tem batuque no congá
Na rua do Ouvidor
Sinhô, e o seu violão
Donga, Pinxinguinha
Um duelo constante na canção
Bahia, sua grande inspiração
Cronista sonoro da cidade onde nasceu
Suas músicas tornaram-se imortais
Que o meu Rio não esquecerá jamais
1989
Enredo: Rio, Samba e Carnaval
Compositores: Thibú e Ailton Negão
Meu Rio encanta
Hoje eu vou lhe cantar
Oh linda cidade
Igual a você não há
A beleza das montanhas e das matas
E o azul do mar
Sol irradiante
Mulatas a bronzear
A tarde no Maraca é gol
A galera a vibrar
As noites cariocas têm
Samba pra você sambar
Magias de enfeitiçar
É carnaval, a alegria vai contagiar
Pierrôs e colombinas
Confetes e serpentinas
Nesta festa popular
Não dá pra esquecer, Zé Pereira
Que com seu bumbo (bis)
Começou a brincadeira
O Rio amanheceu cantando
A cidade é imperial
A Tijuca canta
Rio, samba e carnaval (bis)
1991
Enredo: Canaã– A terra prometida Brasil
Compositores: Dica, Noronha e Jorge Melodia
Venho lá do morro da Formiga
Da Tijuca, gente amiga
Pra falar do meu Brasil
Terra prometida de encantos mil
E as maravilhas
Do menino gigante, fez despertar
A cobiça constante, de onde vem
De corsários de além-mar
Piratas, pirataria
Dorso dourado de ambição (bis)
Olhar de fogo e maldição
Gênio da mar em forma de dragão
E no fabuloso Eldorado, ô ô ô ô
A lenda do reino encantado
Onde um príncipe existia
A noite em óleo se ungia
Brilhava em ouro
Quando o dia amanhecia
Seu castelo diamante e cristal (bis)
Terra virgem, com riqueza colossal
E na tropical floresta
A natureza em festa
Rio, mar, cachoeira, rica flora
A fauna, lindas aves canoras
O índio adorava a lua
Gente inocente, genitália nua
Com lindas plumagens, se enfeitava
Caçava, dançava e cantava
Com seu tacape de guerra
Em defesa a nossa terra
Terra boa, tudo o que se planta dá
Celeiro do mundo (bis)
Quem viver verá
1992
Enredo: Um Mistério Chamado Brasil
Compositores: Eddie, Nuia, Curupira e Genivaldo
Se liga Brasil ôôô
Há um grito de revolta pelo ar
O índio que é dono da terra
Infelizmente já era
Não tem mais onde ficar (ficar, ficar)
Desde o nosso descobrimento
Até hoje eu lamento
Quando o branco aqui chegou
Acabou-se o que era doce
O nosso ouro sambou
E os negros trazidos do além-mar
Vindos para trabalhar
Na mais cruel escravidão
E no encontro das raças
Nasceu a mulata dessa miscigenação
Que saudade nos dá
Dos antigos carnavais
Show de Carmen Miranda
E os grandes bailes do Municipal
Aperta em cima, oi, segura em baixo (bis)
É só mutreta, é cambalacho
Tá virando picadeiro, ôôôô, o país tropical
Onde o povo-equilibrista
Vive de salto mortal (mas chega)
Chega não aguento mais
Levaram o pau e os ricos minerais
E a queimada continua (bis)
A Amazônia já está ficando nua
A Formiga vem desvendando esse mistério (bis)
Na Sapucaí, ouça o grito da Império
1993
Enredo: Vitis Vinífera – A Império é uma Uva
Compositores: Eddie, Nuia, Paulinho do Balão, Paulo Roberto, Luiz Fernando e Genivaldo
Surgiu no horizonte o astro-rei
É dia de plantar para colher
A uva pra amassar com o pé
E fazer o vinho que vamos beber
Vitis vínífera, lá no Egito, lágrimas de rá
Você sabe como é
Enche a taça, vira a taça
Orgia, muito amor, muita mulher
Ecoou Evoé
O primeiro porre não foi meu (bis)
Foi de Noé
Vou extravasar na poesia
Esquecer a nostalgia
Vou me acabar
Nesta festa que é profana
Passe a régua e tome cana
Diz o dito popular
Ê ê ê deus Baco
Seja tinto, seco ou licoroso
Vejam as cores da Império
Verde ou branco pra mim é mais gostoso
Na França eu bebo champanhe
E hoje vou ficar a mil
Vou me embriagar aqui no meu Brasil
Tomando a pura do barril
Bota mé na minha boca
Amor, amor (bis)
Eu vou tomar um porre
Hoje estou que tô
1994
Enredo: Nelson Rodrigues, um beijo na Sapucaí
Compositores: Preto Velho, Zé Carlos e Juarez de Souza
Nesse espaço cultural
Coroando o carnaval
A Império reverencia
O destaque do teatro nacional
O cronista imortal
Nelson Rodrigues, a dramaturgia
Na linguagem realista
Dos tempos de jornalista
Das folhas policiais
Com requinte criativo
Do repórter esportivo
Descreve as mazelas sociais
Calcei as sandálias da humildade
Procurei a honestidade
A virtude e a fé (bis)
Encontrei pelas ruas da cidade
Traição, leviandade
"A vida como ela é"
Descritas com inteligência
A lucidez e a demência
Num imenso turbilhão
Prostitutas, rufiões
Virtuosas e ladrões
Pisando o mesmo chão
Este mundo diferente
Mexe a cabeça da gente
E desbunda a sociedade
Exibindo suas taras
Escondamos nossas caras
Tapando a obscenidade
Este é o poeta que conheci
Nelson Rodrigues (bis)
Um beijo na Sapucaí
1995
Enredo: No sassarico da Colombo
Compositores: Adilson da Viola e Laert
Vou lhe dar um beijo doce amor
Amor ôôôô
De presente pelos cem
Minha escola hoje vem sassaricar
Vamos na carona desse bonde
Voltar aos tempos onde tudo começou
A boêmia, os bailes da cidade
E nas ruas, alegria
Moda e cores que esplendor
Corso, mascarados, serpentina
Pierrôs e colombinas
Água de cheiro, sensacional
Delírios, devaneios e loucuras, é geral
Tem no sassarico meu bem, skindô
A viúva e o brotinho (bis)
A madame e o vovô
A confeitaria era ponto central
Bela época
Cadeiras cativas, boatos e blá
Blá, blá, blá
As cinco em ponto era a hora do chá
Um toque bem familiar
Políticos, cocotes e coronéis
Escritores e o poeta genial
Faziam o QG do carnaval
Vem nesse balanço
Vem brincar no meu coração (bis)
A Império da Tijuca
Hoje faz a diversão
1996
Enredo: O Reino Unido Independente do Nordeste
Compositores: Carlinhos Melodia, Antônio da Conceição, Nogueirinha, Ricardinho do Pandeiro e Rosângela Matos
Nos braços de Morfeu, a fantasia
A poesia me faz delirar
Sou um rei nesta folia
Na magia do teu despertar
Brotou no agreste
Num sonho de repente ele surgiu
O Reino Unido do Nordeste
Independente do Brasil
País sem preconceito social
Na corte muito luxo, tudo é festa
O sol que alumia esta bandeira
Qual fogueira de São João
Cabra da peste, cantadô, muié rendeira
Vão pro senado, parlamento do sertão
Rufa atabaque, motumbá axé (bis)
Na opereta de cordel tem candomblé
Um brinquedo de criança
A mão do homem cria tanques e canhões
Guarnecendo as fronteiras
O gondoleiro a bordo da embarcação
Exportar é o que importa
Produtos são vendidos pro Brasil
O ouro negro e as frutas tropicais, o sal
O sul do continente consumiu
Eu acordei, foi ilusão
Caiu o muro, somos só uma nação (bis)
Brasil sensacional
Eu esta noite tive um sonho imperial
1997
Enredo: A Coroa do Perdão na terra de Oyó
Compositores: Ala dos Compositores
Axé, oferendas um canto maior
A Império conta a lenda
Sobre a coroa do perdão
Na terra de Oyó
Em sua obstinação
Oxalufã consulta seu Babalaô
Apoiado em seu cajado ô
Parte em visita a Xangô
Ao fazer a caminhada
Pressentia na jornada
Grande confusão
Pedras nos caminhos
Flores com espinhos
E a voz da tentação
Na chegada a decepção
Sete anos prisioneiro
E o caos se alastrou
Veio então a redenção
Tudo se normalizou
Do erro vem o perdão
E o mestre o perdoou
Caô, caô, caô Cabecile Xangô (bis)
E de regresso a Ifã
Oxalufã olhou pra trás
Sentiu a fé, no amor a criação
E no palácio houve a festa do pilão
Epeu ê babá
Salve os Orixás (bis)
É o verde esperança
Com o branco que é a paz
1998
Enredo: Elymar Super Popular
Compositores: Preto Velho, Laert, Gilmar Nogueira, Regina, Orlando Português e Adilson da Viola
Os astros convergiram em harmonia
A luz da vida o germinou e o fez nascer
Os deuses iluminaram sua guia
Atapetando o caminho a percorrer
A noite o envolveu num acalanto
A musa veio, leve a brisa a lhe beijar
A arte o cobriu com o seu manto
E quanto encanto ao ouvir o seu cantar
Chacrinha personagem imortal (bis)
Abriu-lhe as portas do estrelato musical
(No Canecão)
No templo das canções
Derreteu corações e as emoções de todos nós
As luzes da platéia se apagaram
Mil aplausos ecoaram ao calor da sua voz
Amor ateu, vida cigana, romantismo
Retratando com lirismo, relações tão sensuais
Que o tempo não desfaz
Na bela homenagem a Senna
O adeus em notas musicais
Fica a saudade de um gênio
Guerreiros não morrem jamais
Sua versatilidade comprovou
Encenando Che Guevara, a platéia delirou
Alô, meu amor
Na Leopoldina tudo começou
Alô, alô, Mengo (bis)
Essa bandeira sempre levantou
É o talento, é a garra, é a fibra
É Apolo, Oxossi e libra
Fazendo o povo sonhar (bis)
E a Império da Tijuca orgulhosa
Sonha junto toda prosa
Elymar super popular
1999
Enredo: No Palco da Alegria, Molejão é Rei nesta Folia
Compositores: Tuninho Gentil, Nogueirinha, Gracielle e Marco Batista
Alô Brasil, se liga
A festa já vai começar
O rei chegou pra coroar no carnaval
Grupo Molejo, a majestade musical
Eu quero educação, moradia, saúde
Alimentação, desfrutar de lazer
Pra alegrar o meu reino
E fazer feliz o meu viver (minha bandeira)
Minha bandeira é da paz e esperança
Nossa banda vai tocar
E você vai entrar na dança
Paixão pelo futebol (é gol)
A bandeira do samba
O Molejão levantou
Quem samba com Molejo
Samba diferente (bis)
A Formiga tira onda
E dá um show de samba quente
Ai "caçamba"
Se tá maluca, tá "doidinha por meu samba"
Meu "pensamento verde" é a bonança
O "paparico" é "brincadeira de criança"
Na "dança da vassoura" vou varrendo a tristeza
"Não quero saber de ti ti ti"
Nem se "a bruxa está solta" dentro da Sapucaí
Vem no balanço amor
Eu quero é Molejar (bis)
Hoje a explosão do samba
Não pode parar
2000
Enredo: O ouro vermelho de Paty do Alferes
Compositores: Boró, Paulinho RJ, Zezé Palhinha e Udson
Vem nessa que eu vou te levar, meu amor
Hoje meu samba está no ar, eu tô que tô (bis)
E a Império da Tijuca é emoção
Sessenta anos de raiz e tradição
Viajando a caminho de Minas
Paes Leme então se fascina
Ao ver palmeiras verdejantes
Na roça do Alferes chegou (se encantou)
Da combinação patis com a patente
Paty do Alferes de formou
Veio o desenvolvimento
Com as riquezas do teu chão
Município sufocado pela oposição
Mas na década de oitenta
A vitória afinal
E hoje é tema do meu carnaval
Passeando em Paty
No caminho do imperador
Onde Dom Pedro e a marquesa
Viveram uma história de amor
Água que pássaro não bebe, eu bebi
O imortal Duque Estrada, é de Paty (bis)
E o fruto que vale ouro, está aqui
Fazendo a festa na Sapucaí
Dá mais vida ao tempero
Este fruto natural
O tomate brasileiro
Enobrece a culinária nacional
2001
Enredo: Macaé, a princesinha do Atlântico
Compositores: Adilson Tatu e Gago
Meu Império da Tijuca, vem mostrar
Como é doce viajar nesta emoção
Deixa eu te namorar, Macaé (bis)
E conquistar teu coração
Emoldurada pelas mãos do Criador oi
É lindo contemplar tanta beleza
Seus rios, cachoeiras e cascatas
Verdadeiro paraíso de riquezas
O índio era o dono dessa terra
Quando o homem branco aqui chegou
E o negro feiticeiro vai pra mata
No quilombo a liberdade
Liberdade das amarras do senhor
Depois do porto, a ferrovia chegou
Dos engenhos de açúcar, ao cultivo do café (bis)
O ouro da Coroa reluzia, impulsionando Macaé
Na música, uma nova aurora
Conspiradores, shows de liras pelo ar
A São Pedro vai meu barco em procissão
Festa junina e lendas de emocionar
Oh Santana, segredo, mistério em oração
Assim conta a história
Que cem anos durou a maldição
O ouro negro surgiu, fez o progresso jorrar
E a cidade novamente a prosperar
Hoje a princesinha do Atlântico
Faz turista se encantar
Dádiva da Natureza
Jóia rara que me faz sonhar
2002
Enredo: Vossa Excelência: Feijão com Arroz
Compositores: Gago, Marcos Glorioso e Jorge Nascimentho
Prepare a mesa que hoje eu quero recordar
Poder contar
Que povos de além-mar, trouxeram de lá
A cultura do arroz que os brasileiros
Juntaram ao gostoso feijão
Que o índio não é bobo e já comia
O sol desperta a natureza
Fertilizando a terra com gotas do céu
Esse bom cheiro no ar, desperta o meu paladar
Vem que eu vou (bis)
Esse desejo danado, ah, que vontade que dá
Amor, assim vou me amarrar
Oxalá, oferenda aos orixás
Fartura, saúde, paz e proteção
Só a fé faz alcançar
Um prato cheio todo dia em cada lar
Educação e alegria pra criança ao despertar
Na música, na arte, na poesia que beleza
Azuki com integral é natural
Sai corrupção da minha mesa
No fogo à lenha, a feijoada tá aí, pode provar
É a preferência nacional
Nesse banquete imperial, amor, amor
Quem quiser pode chegar, vou me acabar (bis)
Tá de dar água na boca
Meu Império da Tijuca neste carnaval
2003
Enredo: A Magia Imperial põe a mão na Massa e encanta a massa na Sapucaí
Compositores: Aloisio Villar, Cadinho da Ilha, Pardal, Paulo Travassos, Mestre Arerê e Fabio Fernandes
A Império da Tijuca vem mostrar
Mistérios dos cereais
A verde e branco
Pega o prato e põe na mesa
Tá quentinho, que beleza
Macarronada é fonte de energia
Pelo tempo navegou
Essa massa é sagrada
Com uma pitada do Oriente
E tempero do Ocidente
Dá água na boca, vou saborear
Amasse a massa, amor me abraça
Vamos juntos fermentar (bis)
Pisando com graça, sacudindo a massa
Sentindo esse gostoso paladar
Que nobreza, na Itália virou carnaval
Alimento tão sublime
Em outubro tem seu dia especial
É magia e sedução
Hoje tem fartura na Sapucaí
Modernidade e tradição
A indústria fez exportação
De lá pra cá, daqui pra lá
Virou cardápio popular
Eu sou Império, um canto de raça
Sou alma e coração (bis)
A voz do povo, nossa massa, nossa gente
Sou um banquete de alegria e emoção
2004
Enredo: A Império da Tijuca é doce, mas não é mole não!
Compositores: Noronha, Rafael Coutinho e Gatto
Ah, minha Formiga
Desce o morro e vem sambar
É hora de mostrar no asfalto
Meu verde e branco
É doce, mas não é mole não
Na Índia tudo começou
Xarope doce nos rituais
A fé, a magia
Até no Oriente a cana adoçou
E se alastrou, no Ocidente fez moradia
Vejam só o que aconteceu
O caldo doce endureceu (bis)
Em Veneza refinou
O ouro branco se consagrou
O vento soprando nas velas
Riscou um caminho no mar
E o Nordeste abraçou, o litoral adoçou
Fazendo o folclore brilhar
Foi a cobiça do homem
Em Pernambuco se fez
No ouro branco o desejo
Que olho grande, holandês
Bom Nassau
O invasor que enriqueceu a nossa terra
Campos dos Goytacazes
Do açúcar floresceu
Escravas, sinhazinhas
Mucamas, "a moenda girou"
Clara, fantasia de criança
Tem balé eu tô na dança
Com você vou me adoçar
Tijuca, sou Império e vou cantar, vou contar
Caiu do céu, que doce mel (bis)
Hoje vou me lambuzar
2005
Enredo: Sargentelli Carioca do Brasil. É samba, é alegria, é mulata nota nota mil
Autores: Eddie Naval, Genival Cirilo, Roberto Eloy, Antonio do Sto. Antônio e Renato Grajaú

Quando uma voz
De trovão anunciou
A estrela que surgiu do céu iluminou
Sargentelli, um carioca do Brasil
É samba, é alegria, é mulata nota mil
Portela, sua águia altaneira
Vibrava com o escrete do fogão
Fazia um batuque na caixinha
O rei da irreverência popular
Lamartine, influência musical (genial)
O nosso bamba conquistou
O rígido cenário cultural

Saravá meu pai
Ecoa o brado no terreiro (bis)
Da vida fez um palco iluminado
E deslumbrou o mundo inteiro

No rádio e na televisão
"Viva meu samba"
Grande entrevistador
Um jurado "gente boa"
Exportando negritude
Eis o oba-oba espetacular
Voa, você que não está no mapa
Fez nascer em nossa data
O mais lindo laço de união

É do balacobaco, é do ziriguidum
Sargentelli é Carnaval (bis)
Canta Tijuca, seu orgulho imperial
2006
Enredo: Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos
Compositores: Pedrinho da Flor, Baster, Belandi e Marinho da Muda
Você foi um berço de indios
Lugar de Estácio de Sá
Deu aos jesuítas o direito de ficar
Área do café e do chá
Onde os negros iam pra colheita trabalhar
Oh Tijuca
A brisa beija seu verde e faz bailar
Belos cantos que encantam
Recantos de encantar
O amanhecer, passarada a revoar
Vista Chinesa e a Mesa do Imperador
Olha que esplendor
Cachoeiras a cachoar
É a natureza a cantar
Desce o morro da Formiga
Do Borel e do Salgueiro (bis)
As escolas que incrementam
Nosso samba o ano inteiro
No Éden tomavam a saideira
É um canto de saudade
Onde a mocidade
Papeava a noite inteira
Hoje, o progresso na area chegou, ôô
Indústria, comécio e metrô
A praça é meu ninho de amor
Império exalta sua raiz
E a massa tijucana (bis)
Se faz feliz
2007
Enredo: O Intrépido Santo Guerreiro
Autor: Bola

Jorge era um bravo guerreiro
Que enfrentou batalhas sem nunca temer
E com o seu talento natural
Chega ao comando da guarda imperial
Roma que em tempos distantes
Punia os amantes da religião cristã
Via o soldado convertido
Apesar de perseguido, confirmar a sua fé
Diocleciano, imperador romano
Ordenou a sua execução
Se espalhou o culto em sua devoção

Não chore alteza, não chore não
O cavaleiro matou o dragão (bis)
Santo guerreiro, de coração
Canta o Império em louvação

E ao chegar no Brasil
Com o sincretismo, no tempo da escravidão
Foi batizado de Ogum
É fogo, é ferro, é graça para cada um
Ele é que vence a demanda
Seja na Umbanda ou no Candomblé
Se hoje tem cavalhada
Amanhã tem congada pro santo de fé
Quem é fiel, é da guerra
É Corinthians na Terra e Jorge no céu

Eu te sinto pelo ar
Eu te vejo no luar (bis)
O Morro da Formiga em procissão
Faz a sua homenagem ao santo de devoção

2008
Enredo: Duzentos Anos da Corte Real nos Jardins da Família Imperial
Compositores: Guilherme Sá, Jota, Pingo, Carmo e Prof. Peixoto

Despontou no horizonte
Veio de longe toda Família Real
As águas do mar da saudade
São lágrimas de Portugal
O povo ao receber dom João
Corteja, a euforia é geral
Se encanta com o luxo e a riqueza
No estandarte da alegria tem nobreza
A cidade se renova, majestosa evolução
A arte é semeada em nosso chão

Jardim de beleza, perfume e sabor
Um doce recanto, lugar sedutor (bis)
João semeou lindos florais
Na herança eternos palmeirais

Ao som de pássaros cantores
O sol revela todas as cores
No despertar da natureza
Cresce a raiz da liberdade
Com esplendor na primavera
As flores dão adeus à majestade
Sopra, o vento abre as portas
Exala o cheiro de jasmim
É assim, quando encanto da paisagem
Chama os visitantes pro jardim

A imagem da história
"Rege a vitória" Imperial (bis)
A corte deixou seu legado
Coroado no meu carnaval

2009
Enredo: O Mundo de barro de Mestre Vitalino
Compositores: Biel Resa Forte, Adilson da Viola e Chipolechi
Nordeste novamente é lembrado
Na figura de um humilde escultor
Vitalino, com seu mundo de barro
A terra que Deus criou (bis)
Ele valorizou
Poeta no sentido figurado
De uma simplicidade sem igual
Que fascinado simplesmente
Retrata o Nordeste, sua gente
Grupo de bravos soldados
Camponês e lenhador (ôô ôô)
Boiadeiros e rendeiras
Lampião e seu amor
O caçador com seu cão a farejar
Tudo isso lá na feira
É louça de brincadeira (bis)
Feita de barro-tauá
Folguedo do maracatu
Uma festa tradicional
Onde o poeta
Se fez internacional
Olha o boneco de barro
Quem quer comprar (bis)
Leva boneco freguesa
Pras crianças alegrar

2010
Enredo: Suprema Jinga - Senhora do trono Brazngola
Autores: Márcio André, Djalma Falcão, Ito Melodia, Grassano e Jota Karlos

Quem sou eu?
Sou Jinga, tô na ginga desse samba
Quem sou eu?
Guerreira que nasceu lá em Matamba
Kimbandeiros, profetizaram minha sorte
Viram longos tempos negros
Mas me deram braço forte pra lutar
Sangue de kgola kiluanji
Uma vida de mistérios pra contar

A invasão portuguesa, deixando terra sem lei
Tomando toda riqueza, reinado sem rei (bis)
Aí então fui chamada, por meu irmão sucessor
Fui mensageira da paz e amor

Senhor, a sua luz eu aceitei
Com adversários me aliei
Meu veneno foi além das ambições
Governei como varão, quilombola de Angola
Mesmo vencida unifiquei nações
Sou orgulhoso de uma raça
História que viaja nos negreiros
Sonho de um povo, senhora dos terreiros
Venho na força do vento, queimo como fogo
Dona do maracatu, minha espada é de ouro
Sou a luz da meia noite, meu cortejo vai passar
Sou rainha do congá

Eparrei oiá ... Oiá ... Oiá
Nesse Império Brazngola (bis)
Minha verdade, quem saberá?

2011
Enredo: O Mundo em Carnaval - Um olhar sobre a cultura dos povos
Autores: Henrique Badá, Fernandão, Marquinho Marino, Lequinho, Serginho Machado e Leco da Alerj

Um brinde a fantasia
A alegria do eterno folião
Eu sou o rei nessa folia
Mostrando ao mundo a minha emoção
Sagrado profano... divino prazer
Juízo não nego, até posso perder
Sou pobre, sou nobre... Loucura real
Mascarando a diferença social

Vou sambar abaixo de zero
Onde há frio, eu levo calor (bis)
Com a bateria do meu Império
Quarenta graus de amor

Na luta de uma nação
Da dor... A união, rompendo barreiras
Tem festa, tem dança, tem raça
Mistura que embala... "é samba na veia"
O teu coração eu conquistei
No Brasil me apaixonei
Por essa gente alegre e festeira
Que me recebeu com sorriso
A fantasia se torna real
Em todos os cantos do mundo
Eu sou o carnaval

No mundo do samba... celeiro de bambas
Chegou o meu Império
Te amo e não sei quantas vezes (bis)
Cantei toda a minha emoção
Ao desfilar na escola do meu coração

2012

Enredo: Utopia - Viagem aos Confins da Imaginação
Autores: Fernandão, Henrique Badá, Jacy Inspiração e Cabral Gadioli

Aos confins da imaginação
Em pensamento viajei
Morro da Formiga o paraíso
Entre tantas maravilhas encontrei
Há tanta gente buscando razões para ser feliz
Nesse mundo de magia
Tantos castelos criei
Nos contos de fada na mãe natureza
Que bom fantasiar o dia a dia
Mesmo que seja utopia
A vida fica mais bonita assim
Quero extravasar minha alegria
Desfilando por lugares que em sonho conheci

A Império da Tijuca em alto astral
E vamos nós viajando (bis)
Nesse cenário em festa
Parece que ainda estou sonhando

É lindo ver o povo irmanado
O vento soprando um canto de paz
O som da orquestra por todos os cantos
A voz da criança em versos me diz

Meu orgulho é ser tijucano
Fazer desse sonho... Um sonho real (bis)
O artista traçando seus planos
Faz esse eldorado virar carnaval

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