UNIDOS DE VILA ISABEL
FUNDAÇÃO | 04/04/46 |
CORES | Azul e Branco |
QUADRA | Avenida 28 de Setembro, 382 Vila Isabel 20551-030 Telefone: 2576-7052 Fax: 2576-7052 |
BARRACÃO | Rua Rivadávia Correa, 60 Barracão 05 Cidade do Samba - Gamboa 20220-290 Telefone: 2283-1744 Fax: 2233-0787 |
SÍMBOLO | Coroa |
HISTÓRICO
Foi no início dos anos 40 que Antonio Fernandes da Silveira, o China, mudou-se do Salgueiro para Vila Isabel, encontrando no bairro um bloco carnavalesco Vermelho e Branco. Pagodeiro, engajou-se na agremiação que defendia o Carnaval de Rua de Vila Isabel.
Mas, o Vermelho e Branco durou pouco. Por questões políticas, um grupo se afastou do bloco, indo participar de um time de futebol que tinha as cores azul e branco. Posteriormente, a turma transformou o time de futebol em bloco carnavalesco. Com o apoio do Seu China surgiu, então, novo bloco e suas cores eram o seu nome: Azul e Branco de Vila Isabel. A idéia era desfilar pelo bairro na festa maior da paixão, da espontaneidade, do amor - o Carnaval.
1946 - A Praça Onze era a Catedral do Samba. Seu China leva a grande maioria do Azul e Branco de Vila Isabel para assistir o desfile das Escolas de Samba. Foi a centelha. O desfile ainda não tinha terminado e no dia 4 de abril de 1946 foi fundada a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel por China (que foi o primeiro presidente) e Antônio Rodrigues (Tuninho Carpinteiro). Durante 12 anos, de 1946 a 1958, a casa do China serviu da sede administrativa. Os primeiros ensaios da escola foram realizados no campo do Andaraí.
No ano seguinte, 1947, lá estava a debutante Unidos de Vila Isabel desfilando na Praça Onze o seu enredo, o primeiro, De Escrava a rainha. Estava consolidado mais um templo do samba, da alegria e da tristeza, da festa maior do povo - o Carnaval. Realizou seu primeiro desfilecom 100 componentes, sendo alguns deles da própria diretoria, 27 ritmistas e 13 baianas. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira a desfilar pela escola foram Gelson e Jandira e Antoniozinho e Angélica.
Paulo Brazão, que foi Cidadão-Samba em 1949, é um dos maiores ganhadores de sambas-de-enredo das escolas de samba. Foi autor de 15 sambas da Vila. Grande número de componentes da escola é oriundo do morro dos Macacos.
Em 1966, pela primeira vez a Vila ingressou no Grupo Principal. Com o ingresso de Martinho José Ferreira (que ganharia a eterna alcunha de Martinho da Vila) à escola no mesmo ano, o samba-enredo começou a sofrer uma transformação, proporcionando as modificações que caracterizam o samba-enredo de hoje. E a Vila Isabel passou a cantar na avenida sambas diferenciados, através de enredos como Carnaval das Ilusões, Quatro Séculos de Modas e Costumes, Yayá do Cais Dourado, Glórias Gaúchas e Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade. Em 1978, a escola foi rebaixada, mas conquistou o título do Grupo 1B e retornou em 1980 ao lugar de onde só sairia vinte anos depois.
A escola, sempre reconhecida por fazer desfiles medianos, amargando posições intermediárias, conseguiu seu primeiro título do carnaval em 1988, com o enredo Kizomba, uma Festa de Raça. A Vila Isabel realizou um maravilhoso espetáculo, sem muito luxo, mas com a garra e o amor de seus componentes se sobressaindo na Sapucaí e proporcionando um dos melhores desfiles que o Sambódromo já viu.
No ano seguinte, a escola até conseguiu um quarto lugar com Direito é Direito. Mas os desfiles posteriores nunca mais repetiram o brilho de 1988. Em 2000, a escola amargou a penúltima colocação e foi rebaixada para o Grupo de Acesso. Em 2002, a Vila perdeu para a Santa Cruz o acesso ao Especial por um décimo, porém soube-se mais tarde que um dos envelopes estava com as notas das duas escolas invertidas. Uma pendenga judicial se perdurou por meses e meses, mas a Vila acabou optando por desfilar no Acesso em 2003, onde ficaria apenas em terceiro lugar. Mas em 2004, após quatro anos no Segundo Grupo, a Vila Isabel foi a campeã do Acesso com o enredo A Vila é Parati e obteve o direito de retornar ao desfile principal em 2005. Voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído. De volta à elite do carnaval, a Vila se manteve no Especial ao obter um décimo lugar com o enredo Singrando em Mares Bravios... E Construindo o Futuro. Joãosinho Trinta, responsável pelo carnaval da escola, acabou tendo um sério problema de saúde e foi a grande ausência dos desfiles de 2005.
A redenção da Vila veio em 2006. Com o enredo Soy loco por ti, America - A Vila canta a Latinidade, a escola conquistou, depois de 18 anos, seu segundo título no Grupo Especial apenas dois anos após sair do Acesso, contrariando a tradição de que nunca a vencedora sai do desfile de domingo (foi a quinta a desfilar na primeira noite). O enredo, que exaltava grandes figuras latino-americanas, como Simón Bolívar, foi patrocinado pela estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que liberou verba de US$ 1 milhão à agremiação. Lembrando que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, é um grande admirador de Bolívar. A Vila Isabel terminou a apuração empatada com a Grande Rio, mas levou a melhor no quesito-desempate, o samba-enredo. Martinho da Vila, descontente com a eliminação de seu samba no concurso da escola, não desfilou.
A Vila tinha se modificado. E foi exatamente esse o enredo da escola para o carnaval seguinte: as metamorfoses da vida. Porém, a Vila Isabel terminou apenas na sexta posição em 2007. No carnaval seguinte, ao homenagear os trabalhadores, a agremiação fez uma apresentação irregular, amargando apenas a nona colocação. Em 2009, para falar do centenário do Theatro Municipal, a Vila Isabel realizou um belíssimo desfile, finalizando a apuração em quarto lugar. A mesma colocação foi repetida em 2010, com a homenagem ao centenário do nascimento de Noel Rosa. A Vila voltou a desfilar com um samba de autoria de Martinho da Vila depois de 17 anos. Em 2011, com a aquisição de Rosa Magalhães e um enredo sobre o cabelo, repetiu pela terceira vez seguida a quarta colocação. No ano seguinte, o belíssimo desfile sobre Angola fez a agremiação se classificar em terceiro.
RESULTADOS DA ESCOLA
1947 - 12ª no Grupo 1 De Escrava a Rainha Miguel Moura
1948 - no Grupo Navios Negreiros Miguel Moura
1949 - 8ª no Grupo NO Iracema Miguel Moura
1950 - 4ª no Grupo NO Baía de Guanabara Miguel Moura
1951 - no Grupo Trabalhadores do Brasil Miguel Moura
1952 - 15ª no Grupo 2 Paz, Esperança e Caridade Miguel Moura
1953 - no Grupo Isso é a Bahia Miguel Moura
1954 - no Grupo Presente, Passado e Futuro Miguel Moura
1955 - 11ª no Grupo 2 Obras da Natureza Antônio Fernandes da Silveira, Seu China e Djalma Fernandes da Silveira
1956 - 2ª no Grupo 2 Três Épocas Gabriel Pena
1957 - 16ª no Grupo 1 Grande Baile da Ilha Fiscal Miguel Moura
1958 - 5ª no Grupo 2 Riquezas do Brasil Gabriel do Nascimento
1959 - 12ª no Grupo 2 Homenagem à Saldanha da Gama Gabriel do Nascimento
1960 - 1ª no Grupo 3 Poeta dos Escravos Gabriel do Nascimento
1961 - 4ª no Grupo 2 A Imprensa Através dos Tempos Gabriel do Nascimento
1962 - 8ª no Grupo 2 Dom João VI Gabriel do Nascimento
1963 - 4ª no Grupo 2 Três Fatos Históricos Gabriel do Nascimento
1964 - 3ª no Grupo 2 Exaltação à Bahia Gabriel do Nascimento
1965 - 2ª no Grupo 2 Epopéia do Teatro Municipal Gabriel do Nascimento
1966 - 4ª no Grupo 1 Três Acontecimentos Históricos Gabriel do Nascimento e Dario Trindade
1967 - 4ª no Grupo 1 Carnaval das Ilusões Gabriel do Nascimento e Dario Trindade
1968 - 8ª no Grupo 1 Quatro Séculos de Modas e Costumes Augusto Gonçalves e Walter Tomé
1969 - 5ª no Grupo 1 Yayá do Cais Dourados Gabriel do Nascimento e Dario Trindade
1970 - 5ª no Grupo 1 Glórias Gaúchas Castelo Branco, José Ribamar, Iomar Soares
1971 - 5ª no Grupo 1 Ouro Mascavo Iomar Soares e a Turma da Praça Sete
1972 - 6ª no Grupo 1 Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade Djalma Victorio e Soares e Souza
1973 - 8ª no Grupo 1 Zodíaco no Samba Gabriel do Nascimento e Dario Trindade
1974 - 10ª no Grupo 1 Aruana-Açu Yarema Ostrog
1975 - 6ª no Grupo 1 Quatro Séculos de Paixão - História do Teatro Brasileiro Flávio Rangel
1976 - 6ª no Grupo 1 Invenção de Orfeu Geraldo Sobreira e Flávio Rangel
1977 - 5ª no Grupo 1 Ai que Saudades que Eu Tenho Arlindo Rodrigues e Luiz da Silva Ferreira
1978 - 8ª no Grupo 1 Dique, Um Mar de Amor Departamento Cultural
1979 - 1ª no Grupo 1B Os Dourados Anos de Carlos Machado Fernando Costa e Sílvio Cunha
1980 - 2ª no Grupo 1A Sonho de um Sonho Fernando Costa e Sílvio Cunha
1981 - 9ª no Grupo 1A Dos Jardins do Éden à Era de Aquárius Sílvio Cunha
1982 - 10ª no Grupo 1A Noel Rosa e os Poetas da Vila nas Batalhas do Boulevard Viriato Ferreira
1983 - 9ª no Grupo 1A Os Imortais Fernando Costa
1984 - 5ª no Grupo 1A Pra Tudo se Acabar na Quarta-Feira Fernando Costa
1985 - 3ª no Grupo 1A Parece até que foi Ontem Max Lopes
1986 - 11ª no Grupo 1A De Alegria Cantei, de Alegria Pulei, de Três em Três, pelo Mundo Rodei Max Lopes
1987 - 5ª no Grupo 1 Raízes Max Lopes
1988 - 1ª no Grupo 1 Kizomba, Festa da Raça Milton Siqueira, Paulo César Cardoso e Ilvamar Magalhães
1989 - 4ª no Grupo 1 Direito é Direito Paulo César Cardoso, Ilvamar Magalhães e Orlando Pereira
1990 - 12ª no Grupo Especial Se Esta Terra, se Esta Terra Fosse Minha Ilvamar Magalhães
1991 - 11ª no Grupo Especial Luiz Peixoto, e Tome Polca Ilvamar Magalhães
1992 - 12ª no Grupo Especial A Vila vê o ôvo e põe às claras Gil Ricon
1993 - 8ª no Grupo Especial Gbala, Viagem ao Templo da Criação Oswaldo Jardim
1994 - 9ª no Grupo Especial Muito Prazer! Isabel de Bragança ou Drumond Rosa da Silva, mas Pode me Chamar de Vila Oswaldo Jardim
1995 - 7ª no Grupo Especial Cara ou Coroa, as Duas Faces da Moeda Max Lopes
1996 - 7ª no Grupo Especial A Heróica Cavalgada de um Povo Max Lopes
1997 - 9ª no Grupo Especial Não Deixe o Samba Morrer Jorge Freitas e Claudio Vieira
1998 - 12ª no Grupo Especial Lágrimas, Suor e Conquistas no Mundo em Transformação Jorge Freitas
1999 - 11ª no Grupo Especial João Pessoa, Onde o Sol Brilha mais Cedo João Luis de Moura e Jorge Freitas
2000 - 13ª no Grupo Especial Academia Indígena de Letras - Sou índio, Eu também sou Imortal Oswaldo Jardim
2001 - 4ª no Grupo A Estado Maravilhoso Cheios de Encantos Mil Ricardo Pavão, depois Jorge Caribé
2002 - 2ª no Grupo A O Glorioso Nilton Santos... Sua Bola, sua Vida, nossa Vila... João Luis de Moura
2003 - 3ª no Grupo A Oscar Niemeyer, o Arquiteto no Recanto da Princesa Jorge Freitas
2004 - 1ª no Grupo A A Vila é Para Ti... João Luis de Moura
2005 - 10ª no Grupo Especial Singrando em Mares Bravios... E Construindo o Futuro Joãosinho Trinta e Wany Araújo
2006 - 1ª no Grupo Especial Soy Loco Por Ti América: A Vila Canta a Latinidade Alexandre Louzada
2007 - 6ª no Grupo Especial Metamorfoses: Do Reino Natural à Corte Popular do Carnaval - as Transformações da Vida Cid Carvalho
2008 - 9ª no Grupo Especial Trabalhadores do Brasil Alex de Souza
2009 - 4ª no Grupo Especial Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: Theatro Municipal - A centenária maravilha Alex de Souza e Paulo Barros
2010 - 4ª no Grupo Especial Noël - A Presença do Poeta da Vila Alex de Souza
2011 - 4ª no Grupo Especial Mitos e Histórias Entrelaçados pelos Fios do Cabelo Rosa Magalhães
2012 - 3ª no Grupo Especial Você sembo lá... que eu sambo cá - O canto livre de Angola Rosa Magalhães
SAMBAS-ENREDO1967
Enredo: Carnaval das Ilusões Autores: Martinho da Vila e Gemeu Fantasia Deusa do sonhos esteja presente Nos devaneios de um inocente
Oh soberana das fascinações Põe os seres do seu reino encantado (bis) Desfilando para o povo deslumbrado Num carnaval de ilusões
Na doce pausa dos folguedos infantis Repousam a bola e a bonequinha querida No turbilhão do carrossel da alegre vida Morfeu embala a criança tão feliz Que num sonho encantador Viaja ao mundo da fabulação
Terra da riqueza e do fulgor (bis) De tanta beleza e esplendor
Guiadas pela fada ilusão Se juntam lendárias figuras Personagens de leitura Revividos na memória Que ajusta ao imperfeito A perfeição dos conceitos De deleitosas estórias Neste clima extasiante O cortejo deslumbrante Tudo envolve ao despertar E ao mundo da verdade Sem saber da realidade Retorna o petiz a cantar
Ciranda, cirandinha Vamos todos cirandar (bis) Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar
1968
Enredo: Quatro Séculos de Modas e Costumes Autores: Martinho da Vila
A Vila desce colorida
Para mostrar no carnaval
Quatro séculos de modas e costumes
O moderno e o tradicional
Negros, brancos, índios
Eis a miscigenação (bis)
Ditando moda, fixando os costumes
Os rituais e a tradição
E surgem tipos brasileiros
Saveiros e bateador
O carioca e o gaúcho
Jangadeiro e cantador
Lá vem o negro
Vejam as mucamas (bis)
Também vem com o branco
Elegantes damas
Desfilam modas do Rio
Costumes do norte e a dança do sul
Capoeiras, desafios
Frevos e maracatus
Laiaraiá ô laiaraiaá
Festa da menina-moça
Na tribo dos Carajás (bis)
Candomblés lá na Bahia
Onde baixam os orixás
1969
Enredo: Yayá do Cais Dourado Autores: Martinho da Vila e Rodolpho
No cais dourado da velha Bahia Onde estava o capoeira A Yayá também se via Juntos na feira ou na romaria No banho de cachoeira E também na pescaria
Dançavam juntos (bis) Em todo fandango e festinha
E no reisado, contramestre e pastorinha
Cantavam laralalaialaiá (bis) Nas festas do Alto do Gantois
Mas loucamente a Yayá do Cais Dourado Trocou seu amor ardente Por um moço requintado E foi-se embora Passear em barco a vela Desfilando em carruagem Já não era mais aquela
E o capoeira que era valente chorou (bis)
Até que um dia a mulata Lá no cais apareceu Ao ver o seu capoeira Pra ele logo correu
Pediu guarita (bis) Mas o capoeira não deu
Desesperada caiu no mundo a vagar E o capoeira ficou com seu povo a cantar Lalaialalará...
1970
Enredo: Glórias Gaúchas Autores: Martinho da Vila
Desfila a Vila novamente incrementada (bis) E desta vez tem o Rio Grande na jogada
Com sua glórias e tradições (bis) Suas histórias e seus brasões
Tem gaúcho lá nos Pampas Que não é de brincadeira Estadista de renome Já nos deu este torrão Foi rainha da beleza A farroupilha hospitaleira É a terra da videira Do churrasco e chimarrão
Vamos cantar Gentes do meridião (bis) Caminhando pela estrada Sem espora e sem gibão
Toma conta do rebanho Negrinho do pastoreio Sonha e canta o teu sonho No viola o violeiro E o gaúcho forasteiro Contemplando o céu azul Até o norte brasileiro Vai cantarolando uma canção do sul
Vou-me embora, vou-me embora Prenda minha Tenho muito que fazer (bis) Eu vou partir para bem longe Prenda minha Pro campo do bem-querer
1971
Enredo: Ouro mascavo Autores: Jonas, Arroz e Djalma
Ao despertar do dia O povo com imensa alegria Festejava a moagem da cana Ao som de vibrante melodia Vivendas ornadas de lindas flores Davam um toque sutil e atraente Numa mistura de cores Nos terreiros bandeiras a oscilar Sorriam brancos e negros Ao verem a moenda girar
Gira gira moenda Gira sem parar (bis) Pra fazer garapa Pra negro velho tomar
No auge da festa colossal Na casa grande O luxo e a graça imperavam Senhores e damas desfilavam No salão senhorial Esquecendo a senzala Num canto forte que fala Batucando com efusão Os negros dançavam Sob grande emoção Ô ôôô ôôô Ao Ouro Mascavo O nosso louvor Ô ôôô ôôô Hoje é dia de festa Senhor
1972
Enredo: Onde o Brasil aprendeu a liberdade Autores: Martinho da Vila
Aprendeu-se a liberdade Combatendo em Guararapes Entre flechas e tacapes Facas, fuzis e canhões Brasileiros irmanados Sem senhores, sem senzala E a Senhora dos Prazeres Transformando pedra em bala Bom Nassau já foi embora Fez-se a revolução E a Festa da Pitomba é a reconstituição
Jangadas ao mar Pra buscar lagosta Pra levar pra festa em Jaboatão (bis) Vamos preparar lindos mamulengos Pra comemorar a libertação
E lá vem maracatu Bumba-meu-boi, vaquejada Cantorias e fandangos Maculelê, marujada Cirandeiro, cirandeiro, Sua hora é chegada Vem cantar esta ciranda Pois a roda está formada
Cirandeiro, cirandeiro, oh A pedra do seu anel (bis) Brilha mais do que o sol
1973
Enredo: Zodíaco no samba Autores: Paulo Brazão e Irany S. Silva
Abriu-se a cortina do universo Pra Vila cantar em verso Uma história astral Uma astrologia criada Na primeira madrugada A sorte foi lançada Daí pra frente não há futuro nem presente Que o destino esteja ausente
Nada se fez, nada se faz Os astros não mentem jamais (bis)
Dim dim dim, dim dim dim O destino é assim (bis)
E cada tem signo tem sua missão Seja virgem, libra ou leão Por que a sorte procurar Se ela em suas mãos virá Hoje tudo é sonho, fantasia Esplendor e folia Nesta era em que Aquarius nos traz Felicidade, amor e paz
Cheguei a ver na bola de cristal Que os astros vêm brincar o carnaval (bis)
Dindinha lua, dindinha lua Desça do céu e vem sambar na rua (bis)
1974
Enredo: Aruanã-Açu Autores: Paulinho da Vila, Rodolpho
A grande estrada que passa reinante Por entre rochas, colinas e serras Leva o progresso ao irmão distante Na mata virgem que adorna a terra O uirapuru, o sabiá, a fonte As borboletas, perfumadas flores A esperança de um novo horizonte Traduzem festa, integração e amores
Lá, lá, laiá, lá, laiá Lá, laiá, lá, laiá (bis) Ô, ô
Noite de festa na praça da aldeia Dançam em pares índios Carajás E lá no céu brilha a lua cheia Iluminando os mananciais Raça morena que desbrava a mata Canta a beleza do alto Xingu Adora lendas, rios e cascatas Pois isso é Aruanã-açu
Tem seringueiro, tem pescador Índio guerreiro que também é caçador (bis)
1975
Enredo: Quatro séculos de paixão Autores: Tião Graúna e Arroz
Quero o perfume das flores Ação, luz e cores Nesta festa popular Eu sou o teatro brasileiro Da vida o espelho verdadeiro
Sambando neste Carnaval Com a minha arte que é imortal (bis)
Barreiras as venço com bravura Transmitindo a toda gente Distração e cultura Sou a magia permanente Que na história do Brasil Sempre se fez presente
Tenho beleza, sou a esperança Trago alegria (bis) Neste dia de folia
1976
Enredo: Invenção de Orfeu Autores: Rodolpho, Paulo Brazão e Irani
Ilhado na imaginação Que mar de fantasia O poeta vai cantando Estórias tão sem história De tristeza e alegria
No seu veleiro sem vela Peixe que voa (bis) Ave que é proa
Tem o barão, triste barão Um homem sem reinado Tem girassol reluzente Tem leão rei coroado
Navegando, navegando Navegando sem parar (bis) Dedilhando sua lira Fazendo o vento cantar
Em seus devaneios Imagens diferentes Cavalo todo de fogo Mulheres metade serpente Nesta ilha inventada Procurando sua amada Seu candelabro astro-rei E a mulher imaginada Desperta então o poeta Clamando Orfeu Clamando Orfeu
Uma luz nas trevas se acendeu Mentira pra quem não crê (bis) Milagre pra quem sofreu
1977
Enredo: Ai que saudade que eu tenho Autores: Dida, Gemeu e Rodolpho
Ai que saudades que eu tenho Da Lapa que simbolizou A boêmia de ontem Que nem o tempo apagou Do teatro de revistas Que na Tiradentes Muito tempo imperou
Ah, que saudade do cassino Que mudou tanto destino (bis) E o artista consagrou
Noel És amor, és poesia (bis) Tua Vila carnaval Cantando nostalgia
La ra ra Como era lindo Nos Carnavais O pierrô, a colombina E os ranchos tradicionais Da Praça Onze Que bom lembrar Quando as escolas iam desfilar Onde os sambistas iam batucar
Abre a roda meninada Que o samba virou batucada (bis) (Ai, que saudade...)
1978
Enredo: Dique, um mar de amor Autores: Jarbas, Garganta de Ferro, Boanezio e Augusto Messias
Vindo da África distante Lendas e crenças fascinantes Só vovô sabe contar Como se fez bela a natureza Os deuses de grandeza O céu, a terra e o mar De uma grande união Formou-se uma nação Com todos os seus orixás Força, luz e esplendor Pra governar O seu reino de amor Todo ano na Bahia tem romagem Na mistura de seus cantos São preces em homenagem
Chuê chuê Chuê chuá (bis) As ondas levam saveiros Com oferendas a Yemanjá
Lendas e crenças Vamos mostrar pra vocês
Oh vovô, por favor conte outra vez (bis)
1979
Enredo: Os dourados anos de Carlos Machado Autores: Jonas, Rodolpho, Tião Grande e Luiz Carlos
Bela época Com o luxo e a arte a sorrir A malícia retratada Na elegância do vestir Eram festas Cada show uma obra de amor Era um festival de cores E poesia, que esplendor Oba, oba, com o feitiço da Vila eu cheguei Oba oba chegou o rei Vim mostrar a alegria Da boemia, cassinos e cafés A mulata que fascina Carnavais e cabarés
Lembro Noel, Chico e Lalá Pierrôs e colombinas (bis) E a platéia a delirar
Fiz da noite o meu reinado O meu mundo encantado Iluminei Palcos e lugares que passei E a Bahia decantei Nas "graças do Bonfim" Baianas enfeitadas De sandálias prateadas E turbantes de cetim (e o Rio...) O Rio amanheceu cantando lá lá lá O Rio amanheceu cantando Clarins em fá (E tão bela...)
1980
Enredo: Sonho de um sonho Autores: Martinho da Vila, Rodolpho e Graúna
Sonhei Que estava sonhando um sonho sonhado O sonho de um sonho Magnetizado As mentes abertas Sem bicos calados Juventude alerta Os seres alados
Sonho meu Eu sonhava que sonhava (bis)
Sonhei Que eu era um rei que reinava como um ser comum Era um por milhares, milhares por um Como livres raios riscando os espaços Transando o universo Limpando os mormaços
Ai de mim Ai de mim que mal sonhava (bis)
Na limpidez do espelho só vi coisas limpas Como uma lua redonda brilhando nas grimpas Um sorriso sem fúria, entre o réu e o juiz A clemência, a ternura Por amor da clausura A prisão sem tortura Inocência feliz Ai meu Deus Falso sonho que eu sonhava Ai de mim Eu sonhei que não sonhava Mas sonhei...
1981
Enredo: Dos jardins do Éden, à era de Aquarius Autores: Jonas, Lino Roberto e Tião Grande
Uma nova era O sol iluminará Num facho de Quimera A luz nos alcançará Oh, que maravilha é o jardim Ao qual iremos retornar, retornar
Nas previsões para a era de Aquarius, a paz A paz sobre nós reinará (bis)
O homem com a sua expulsão Saiu do Éden a explorar nosso planeta Desenvolvendo a arte e a ciência Impulsionando o poder da razão Para desvendar todos os segredos Que envolviam a mãe natureza No Oriente a força mágica dos astros Era obra da divindade E o homem confiante consultava O caminha da prosperidade A chama brilha, brilha a chama do progresso Num futuro que virá Está bem perto o paraíso Com a conquista do universo E a Vila Isabel se faz presente Num vendaval de alegria Cantando em verso e prosa o dia-a-dia
Gira, gira, meu mundo Deixe a vida girar (bis) No final desta gira Só o amor encontrar
1982
Enredo: Noel Rosa e os poetas da Vila nas batalhas do Boulevard Autor: J. Albertino
Resplandeceu Iluminando a minha vida Uma estrela que surgiu A desfilar nesta avenida Em raios coloridos Contagiando o povão de alegria Esta é a Vila Brilhando neste dia de folia
Ô ô ô ô ô Ô ô ô (bis) Nesta noite reluzente Lembramos um passado envolvente
As batalhas do Boulevard E os poetas da Vila Isabel Belos corsos, pierrôs e colombinas Sob chuvas de confete e serpentinas Desfiles de fantasias Blocos de sujos e outros mais Encantavam os antigos Carnavais
De azul e branco Por este mundo sem fim (bis) Lembrando Noel Rosa Eu vou cantando assim
Até amanhã, se Deus quiser Eu volto novamente pra lhe ver (bis) Vou fazer o que puder Pra você nunca mais me esquecer
1983
Enredo: Os imortais Autores: Rodolpho, David da Vila, Jonas e Jorge King
Meu samba Entra feliz na academia E faz um elo com os imortais Tira os fardões e veste a fantasia Neste meu sonho que traz Sinhazinha passeando na liteira É tempo de namorar Esmeraldas colorindo as bandeiras Envergonhando o luar Vem da cascata uma sinfonia divinal Cecy e Pery se amando A tribo festejando em ritual
Jandaia conta na Jurema O arco-íris borda o céu da Iracema (bis)
Gemidos nas senzalas Nos sertões, o grito de dor O cangaço espalhando a rebeldia Mas a poesia faz viver o amor No meu despertar Me vi tão criança Nos braços da felicidade Soltei meu balão, brinquei na ilusão Cantei e sorri sem maldade
Eu queria ser amado Tanto quanto é a Bahia Ser chamado de sinhô (bis) Contemplar a Yaô No desabrochar do dia
1984
Enredo: Pra tudo se acabar na quarta-feira Autores: Martinho da Vila
A grande paixão Que foi inspiração De um poeta é o enredo Que emociona a velha-guarda Lá na comissão de frente Como a diretoria Glória a quem trabalha o ano inteiro Em mutirão São escultores, são pintores, bordadeiras São carpinteiros, vidraceiros, costureiras Figurinista, desenhista e artesão Gente empenhada em construir a ilusão E que tem sonhos Como a velha baiana
Que foi passista Brincou em ala (bis) Dizem quem foi Um grande amor de um mestre-sala
O sambista é um artista E o nosso tom é o diretor de harmonia Os foliões são embalados Pelo pessoal da bateria Sonhos de reis, de pirata e jardineira Pra tudo se acabar na quarta-feira Mas a quaresma lá no morro é colorida Com fantasias já usadas na avenida Que são cortinas E são bandeiras Razões pra vida Tão real da quarta-feira (É por isso que eu canto...)
1985
Enredo: Parece até que foi ontem Autores: David Corrêa, J. Macedo, Tião Grande
Eu vou desaguar neste encanto De riso pra decantar Deixa eu ser a sua fonte cristalina Ser criança nesse olhar Poema que afaga É vento que o arauto soprou Eu dei pra ti uma cidade doce Há cheiro de doce no ar Inhá Preta, um doce de amor
Entra nessa roda Menino vem cirandar (bis) Eu perdi a conta Na ponta do meu polegar
No baile colorido lá vou eu Pra ver Cinderela, mel de amor Menina e o vento fez o par Vem Narizinho na luz do luar No Sítio Encantado, rolar, correr Sentir a brisa do amanhecer Oh minha Vila Contigo de braço rodei Dançando no azul do horizonte Eu e ela, parece até que foi ontem (Eu digo balão...)
Ê balão (balão, balão) Balão que leva eu (bis) Balão me dê luar E o céu pra eu brincar
1986
Enredo: De alegria cantei, de alegria pulei, de três em três, pelo mundo rodei Autores: David Corrêa e Jorge Macedo
Sou rei, sou luar Na vida eu tudo e nada, la laiá lá Vira, brinca em três dias E cai de quatro na folia Não venha agora me sacanear Levando o meu samba pra lá Que ontem era popular Já joguei minha tristeza, iaiá Nas ondas de prata do mar Ô ô ô ô ô ô, canto a saudade que ficou, ficou O morro desce, me alucina Fazendo o mundo girar
É passo, é pó, é paetê Pro rei rodar (bis) Ô lelê Mas o mundo é pra eu brincar
(Ai, o mundo...) O mundo viajando na canção Alô, alô, viola Um dengo de um repique pelo ar Um ai me deixa De cavaco e ganzá Requebra quero ver Quebrando pra mexer Ô lê lê lê lê lê lê lê Será, ô será Que o samba ginga na voz Brasil Mas deixa isto pra lá E vá na pura do barril (ô nana)
Ô nanã ê okê Ô nanã ê oka (bis) Axé pra quem brincar
1987
Enredo:Raízes Autores: Martinho da Vila, Ovídio Bessa e Azo
A Vila Isabel, incorporada de Maíra Se transforma em Deus supremo Dos povos de raiz Da terra kaapor O Deus morava nas montanhas E fez filhos do chão Mas só deu vida para um No templo de Maíra Sete deusas de pedra Mas vida só pra uma Destinada a Arapiá Querubim Tapixi guardava a deusa para ele Que sonhava conhecer a natureza Então ele fugiu Da serra, buscando emoções E se encontrou com a mãe dos peixes Numiá Por ela, Arapiá sentiu paixão E quatro filhos Numiá gerou
Verão, calor e luz Outono, muita fartura Inverno, beleza fria (bis) Primavera, cores e flores Para enfeitar o paraíso
Mas eclodiu a luta entre os dois amantes Pelo poder universal Vovô Maíra interferiu na luta E atirou os dois pro ar Pra lá no céu jamais poderem se envolver
Arapiá, Guaraci, bola de fogo E Numiá, é Jaci, bola de prata (bis)
E fez dos quatro netos, governantes magistrais Surgindo, assim, as estações dos anos A Vila Isabel...
1988
Enredo: Kizomba, a festa da raça Autores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila
Valeu Zumbi O grito forte dos Palmares Que correu terras, céus e mares Influenciando a abolição Zumbi valeu Hoje a Vila é Kizomba É batuque, canto e dança Jongo e maracatu
Vem menininha pra dançar o caxambu (bis)
Ôô, ôô, Nega Mina Anastácia não se deixou escravizar Ôô, ôô Clementina O pagode é o partido popular O sacerdote ergue a taça Convocando toda a massa Neste evento que congraça Gente de todas as raças Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa Constituição (bis)
Que magia Reza, ajeum e orixás Tem a força da cultura Tem a arte e a bravura E um bom jogo de cintura Faz valer seus ideais E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda Para iluminar a rua (bis) Nossa sede é nossa sede De que o "apartheid" se destrua
Valeu...
1989
Enredo: Direito é direito Autores: Jorge King, Serginho Tonelada, Fernando Partideiro, Zé Antonio e J.C. Couto
É hora da verdade A liberdade ainda não raiou Queremos o direito de igualdade Viver com dignidade Não representa favor Hoje, a Vila se faz tão bonita E se apresenta destemida Unida pelos mesmos ideais Lutando com a maior sabedoria Contra os preconceitos sociais A Declaração Universal Não é um sonho, temos que fazer cumprir A justiça é cega, mas enxerga quando quer Já está na hora de assumir (eu sei) Sei que quem espera não alcança Mas a esperança não acabará Cantando e sambando acendo a chama E sonho um novo dia clarear
Clareou Despertou o amor, que é fonte da vida (bis) Vamos dar as mãos e lutar Sempre de cabeça erguida
E quando o amanhã surgir, surgir A flor da paz se abrir, se abrir Será prosperidade A brisa vai trazer mais alegria No mundo haverá fraternidade
Direito é direito Está na declaração (bis) A humanidade É quem tem razão
1990
Enredo: Se esta terra, se esta terra fosse minha Autores: Jorge Tropical, Jorginho Pereira, Anninha Guedes, Antônio Grande e Vilani Silva "Bom Bril"
Vem de longo tempo O mesmo cantar Se esta terra fosse minha, se esta terra Eu iria semear, semear Assim disse o português Ao ver tanta riqueza neste chão Quando os invasores aportaram Com a sede louca da ambição Cana-de-açúcar e pau-brasil Uma delirante obsessão (Mas brilhou...) Brilhou no ouro a cobiça Levando os bandeirantes ao sertão Com o progresso e a colonização Era o índio espancado sem perdão
E o herói Guarani Gritou forte defendendo sua terra (bis) Mas de nada adiantou Aquele grito de guerra
Se minha fosse esta terra Das pedras nasceriam flores Com sangue, suor e lágrimas Cantou o negro em suas cores (mas vindo...) Vindo lá das bandas do Agreste Terra seca do Nordeste O homem em busca de aventuras Quando a vontade mais pura do irmão Era produzir no seu quinhão (Se esta terra...)
Se esta terra fosse minha É a Vila a cantar (bis) Que felicidade é dividir Com igualdade pra reforma reformar
1991
Enredo: Luiz Peixoto - E tome polca Autores: Adil, Celsinho, Jorge Secretário e Helinho
Vem, vem amor Que a minha Vila hoje é poesia Entre acordes musicais É lirismo, show e fantasia Para exaltar, um inusitado poeta Literato e compositor E suas obras que o tempo consagrou
"E tome polca", "Iaiá" Sua arte ainda encanta (bis) E me faz cantar
Retratando a bela época Caricaturando nosso Rio de Janeiro Cinema e teatro de revista Luiz Peixoto foi o pioneiro Almofadinhas, melindrosas E avenidas eram inspiração Até o "M" de Maria, na palma da sua mão "O olhar da mulata" que seduzia Vendilhões e realejos, em pregões e melodias "O verde-esperança" desta mata tropical E os negros foram artes literária e visual Com sua divina vocação Criou, criou, criou (e cantou) Que a pequena notável Dolarizou e não americanizou E a Vila, faz na folia um sarau Polca-sambando neste Carnaval
Põe tempero baiana Esquenta batuqueiro (bis) Enquanto há chama neste candeeiro
1992
Enredo: A Vila vê o ovo e põe às claras Autores: Sidney Sã, Miro Jr, Carlinhos da Vila, Claudinho do Orvalho e Arturzinho Só
Erês, curumins Quilombolas (bis) A Vila vê o ovo e põe às claras Verdade não contada na escola
Vila Isabel, neste mar de amor (de amor) Veleja nas ondas Que o passado nos soprou Quando as três embarcações Nas Américas surgiram
Outras civilizações A estas terras (bis) Já tinham chegado
Negros africanos Do Império da mandinga Já navegavam os sete mares Há provas no solo mexicano Cabeças de negros Moldadas em pedras antes de Colombo Movidos pela ambição Os europeus chegaram ao continente novo
Que ainda é A galinha (bis) Dos ovos de ouro
A flora devastaram Poluíram rios e mares Agredindo a ecologia E a paz que bailava nos ares Índios foram dizimados Mas aos negros revoltados Outros se irmanaram Assim resistiram E o Brasil nasceu cafuzo De Oxalá e Tupã Na mata tem mironga, eu quero ver
As ervas que Servem pro bem e o mal (bis) Do maracatu Ao nosso carnaval
1993
Enredo: Gbalá - Viagem ao templo da criação Autor: Martinho da Vila
Meu Deus O grande Criador adoeceu Porque A sua criação já se perdeu Quando acaba a criação Desaparece o Criador Pra salvar a geração Só esperança e muito amor Então Foram abertos os caminhos E a inocência entrou No templo da criação Lá os guias protetores do planeta Colocaram o futuro em suas mãos E através dos Orixás se encontraram Com o deus dos deuses, Olorum (E viram...) Viram como foi criado o mundo Se encantaram Com a Mãe Natureza Descobrindo o próprio corpo compreenderam Que a função do homem é evoluir Conheceram os valores Do trabalho e do amor E a importância da justiça Sete águas revelaram em sete cores Que a beleza é a missão de todo artista Gbalá é resgatar, salvar E a criança, esperança de Oxalá Gbalá, resgatar, salvar A criança é esperança de Oxalá (Vamos sonhar...)
1994
Enredo: Muito prazer! Isabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, mas pode me chamar de Vila Autores: Vilani Silva "Bombril", Evandro Bocão, André Diniz
Vou cantando Os meus encantos vou mostrar (bis) Muito prazer, eu sou a musa, sou a fonte Deixa meu feitiço te levar
Antes habitada pelos índios E os jesuítas cultivaram a cana no meu chão Era "Fazenda dos Macacos" A preferida do Imperador desta nação Também fui o dote de Dom Pedro para duquesa Com o progresso de Drummond Ganhei cultura e requinte "à francesa"
"Peguei o bonde", "passei" no Boulevard E a "Confiança" é doce recordar (bis) "Os três apitos" cantados por Noel Ainda ecoam pela Vila Isabel
Blocos, corsos, "lenhadores" Alegria dos meus carnavais Embalei os namorados Na magia do amor formei casais Em noites de festas, serestas, violões e "Os Tangarás" Virei a predileta dos amantes e poetas Gravados nas calçadas musicais Desperta "Seu China", acorda "Noel" Pra ver a nossa escola desse branco azul do céu E o "Zé Ferreira" (alô Martinho) Vem saudando a multidão Pode me chamar de Vila Que orgulho é o meu "Brazão"
Quem põe não tira Nesta ceia popular (bis) Sou do morro à nobreza E de quem quiser amar
1995
Enredo: Cara ou coroa, as duas faces da moeda Autores: Evandro Bocão, André Diniz
O cauri que eu vou jogar já foi dinheiro O salário vem do sal que é tempero (bis) No azul desse mar eu faço o meu carnaval Com a Vila levantando o meu astral
A Vila ao girar sua coroa Mostra a cara na avenida E diz que a vida sempre foi um troca-troca A Arábia em duas faces se escondia Atraindo pro Oriente os interesses da Europa Ao aumentar suas fronteiras Surgiram novas rotas financeiras O ciclo da moeda refletia O comércio das especiarias
O "Eldorado Negro", império e tesouro (bis) Taghaza transformava "ouro em pó" em pó de ouro
Renascem da evolução novos filões Entre o Ocidente regiões Daí a cobiça tão viril Caravelas aportaram no Brasil Um paraíso, um "colírio" no olhar Novo eldorado fez a corte delirar Pregoeiros de riquezas Pau-Brasil de mão em mão Nosso chão virou senzala Um mercado a escravidão Dom João trouxe o progresso A inflação deixou de herança No real, realidade é a esperança
1996
Enredo: A heróica cavalgada de um povo Autores: Tião Grande e Cafu Ouro Preto
Baila minha porta-estandarte E com a Vila vem mostrar toda emoção A heróica cavalgada de um povo Sua história, seus costumes, tradições Sepé Tiaraju protege a terra Na luta contra a força da invasão Fez da bravura sua arma Defendendo os sete povos das missões São Pedro do Rio Grande do Sul Se faz província, ganha capital Porto dos Casais tem charqueadas Lanceiros negros dançam nas congadas
Epopéia Farroupilha, clamor de voz Chimangos ou Maragatos (bis) O gaúcho é aclamado o grande herói
Progresso, miscigenação O vento sopra, traz a colonização Cerveja, dança, culinária Festa da Uva, o churrasco e o chimarrão Brilha no ar a Senhora Liberdade E no Rincão um canto de felicidade Boitatá é brasileiro Cuida do rebanho, Negrinho do Pastoreio E a Salamanca do Jarau, que o folclore nacional Mostra para o mundo inteiro
Bailando na avenida minha Vila Isabel Faz o Gre-Nal mais bonito (bis) Com Lupicínio e Noel
1997
Enredo: Não deixe o samba morrer Autor: J. C. Couto
Rio de Janeiro Não deixe o samba morrer Ouça esse grito de alerta Faz o sol renascer Viver na inspiração desses poetas Ratifica nossos laços Com a mais pura raiz Pra que o samba tenha espaço No carnaval desse país
Hoje a festa do povo Faz a gente sambar (bis) Vendo blocos e corsos Como é bom recordar
Lindo é ver um sonho em fantasias Vem mergulhar na nostalgia Os velhos tempos não se vão jamais Era nossa cidade a passarela Que hoje a Vila traz tão bela Os bons momentos tradicionais O meu coração, batendo forte nos salões Pierrôs e colombinas E o Zé-Pereira com a multidão Vem nessa onda, ioiô Vem nessa onda, iaiá Porque o samba é arte popular Vem nessa onda, ioiô Vem nessa onda, iaiá Porque o samba não vai acabar
1998
Enredo: Lágrimas, suor e conquistas no mundo em transformação Autores: David da Vila, Sérgio Freitas e Helinho, Mascote
O homem no tempo guerreia Seu rastro semeia ambição É a chama da conquista Acesa no seu coração "A luz de Roma se apaga" Daí se propaga a transformação O clero, a bem da verdade Julgava o herege na inquisição
Baila no ar a esperança O homem avança no velho mar (bis) Um horizonte de riquezas Fazia a Europa prosperar
Da burguesia surge o renascer Valorizando ideais Aniquilando o jeito de ser Da soberania dos feudais A sede da cobiça deságua Na deriva das águas A chegada triunfal Às Índias, ao novo continente E a este paraíso tropical Velas ao vento, o rei mandou O navegante outras terras conquistou Tantos sem-terra ficaram A sabedoria o poder contestou Raios divinais iluminaram a humanidade Na França movimentos radicais Deram ao mundo outra mentalidade
No girar da coroa, a liberdade Igualdade ecoa no meu cantar (bis) A Vila, numa boa, agita o carnaval É fraternidade universal
1999
Enredo: João Pessoa, onde o Sol brilha mais cedo Autores: Evandro Bocão, Serginho "20" e Tito
Viajando pra onde o sol brilha mais cedo Abro as portas das Américas Sob a luz te faço enredo Chão de potiguaras, tabajaras, cariris Raízes desse povo lutador A mulher por sua terra vira macho, sim senhor Filipéia abençoada Por missões estrangeiras cobiçada É negra, é sangue, é verde mata Não "nego" tua bandeira tão amada
Folia se faz na rua Dançando ao clarão da lua (bis) Xaxado ou forró, o sanfoneiro Mostra a força do folclore brasileiro
Tua gente fascinante Borda em rendas a história Molda a vida em argila A natureza, a maior glória O astro-rei, o azul do mar A culinária, o paladar Nos doces frutos do teu chão, o sabor da região A arte embala a inspira, suave, a brisa Convida o luar pro dia descansar O pôr-do-sol ouvindo o Bolero de Ravel Cai a noite, estrelas lá no céu Brilham para Vila Isabel
Acorde Brasil, no acorde da Vila Hoje sou João Pessoa, sou a força Paraíba (bis) Do braço do mar pros braços do povo Luz que vai guiar um mundo novo
2000
Enredo: Eu sou índio, eu também sou imortal Autores: Evandro Bocão, Serginho "20", Tito, Leonel e Ivan da Wandal
Ouvindo os murmúrios da cascata A minha Vila foi pra mata E, ao voltar, canta o que tenho pra mostrar A avenida vira aldeia, "Porto Seguro" Pro azul e branco me exaltar O samba e a alma de um povo "Unidos" tal qual oração Tupã abençoando esta união
Iara do Igarapé, meu coração é seu lugar A proteção do meu pajé (bis) Abre os caminhos para a Vila desfilar
"Vi lá" em harmonia com a floresta Em canto, dança, caça e pesca Respeito à criação de um Deus Maior "Vi lá", sabedoria em minha gente não letrada Jaci iluminar a madrugada Sublimes rituais e soluções medicinais Vila querida Guerreira, tua coroa hoje é cocar Cavaco é arco e flecha, "lança" nessa festa Um rio de amor em pleno carnaval Ao ver tanta cultura me faz tua pintura Hoje eu sou índio, eu também sou imortal
O meu tambor vai ecoar a noite inteira A "tribo-Brasil" festeja o ano 2000 (bis) 500 anos, a história brasileira
2001
Enredo: Estado maravilhoso cheio de encantos mil Autores: Claudinho, Miguel Bedê, Jejê do Caminho e Haroldo Filho
Vamos renascer Nessa explosão tão colorida Gritando viva o Ano Novo Na esperança de ver um povo feliz E sair por aí, pra conferir o que se fala Do Rio de Janeiro e seu interior, jóia rara Tão maravilhoso e cheio de encantos mil Centro cultural do meu Brasil
Amor, me leva Nessa barca eu também vou Vou que vou (bis) Sou turista neste dia E no meio da folia Sou um menestrel do amor
E a viagem continua Sobe serras, vê-se terras Um grande manancial, que litoral Nosso solo tem riqueza Generosa natureza Aí tem Dedo de Deus Em Duas Barras Vi Festa de Reis, mineiro-pau Dessa viagem sem igual Volto ao Rio em fevereiro Pra brincar meu Carnaval
Laiá, laiá, que maravilha A magia está no ar Nessa fonte de energia (bis) Minha Vila é minha vida A emoção me faz cantar
2002
Enredo: O glorioso Nilton Santos... Sua bola, sua vida, nossa Vila... Autores: Leonel, Serginho 20, Si, Leno Dias e Ivan da Wanda
Alma e paixão popular A coroa a girar, "é show de bola" No futebol, "escola" da vida Ou quando entro na avenida Busco a glória da vitória Sob o manto azul-e-branco "Gol de placa" é Nilton Santos "Falta pouco" pra gritar é campeão Esse jogo veio lá da Inglaterra Espalhou-se pela Terra, está em cada coração
"Tem peixe na rede" e um menino atrás da bola Talento, simplicidade e raça (bis) Vira artista do gramado, para sempre idolatrado Explode em grito de gol a massa
Glorioso, estrela a brilhar "Enciclopédia" a irradiar No Maracanã ou pelo mundo inteiro Vestia o orgulho de ser brasileiro Tantos sonham ser Nilton Santos "Santificado" nos campos Lenda viva do esporte mundial A taça é nossa, a gente segue o seu exemplo Eterniza em nosso "templo" Sua história "em forma" de Carnaval
Bate palma, "bate-bola", bate junto bateria Igualzinho ao Nilton Santos, "toca com categoria" (bis) É o gingado da baiana, é futebol, samba no pé "A galera já delira", minha Vila "dando olé"
2003
Enredo: Oscar Niemeyer, o arquiteto no recanto da princesa Autores: Jorge Tropical
O povo de Isabel vem coroar Sob a luz das estrelas a brilhar Um coração guerreiro de paz que nos traz No silêncio do risco, um grito de igualdade Em seus ideais Essa paixão que invade a razão Marco na Avenida projetada Gênio à Alvorada-Capital Arcos dos sonhos sociais Lenda e mito memorial
É a Vila, é a volta, um canto no Boulevard É a reviravolta do "Archi-teto" (bis) "Artista-Concreto", um "Gauche-ereto" Filosofia de um Partido a participar...
Niemeyer brasileiro da gema Traços de um poema em construções Cada coluna, belas artes Novo mundo de idéias curvas, realizações Lá no exterior se consagrou A luta pelo povo jamais abandonou Liberdade na expressão da emoção O nosso manto estampado na vida Desse nome singular Que a comunidade abraça pra sambar
Um mundo melhor, pensamentos de amor Colorindo a beleza do criador (bis) Minha obra que é arte da natureza Brota no recanto da Princesa
2004
Enredo: A Vila é Parati Autores: Leonel, Serginho 20, Sidney Sã, Professor Niltão, André Diniz
Reluz na avenida
Chegou a minha Vila a girar
Sonho cobiçado
Brilho dourado, conquistar
Segui teus encantos, veio azul e branco
Encontro a "jazida do mar"
Terra desejada por piratas
Índio e natureza em comunhão
Fé e interesses portugueses
Negro suor da escravidão
É a Vila a caminho do ouro
Foi "Doce" chegar lá (bis)
No "compasso" o traço e um povo
Que construiu a liberdade em seu lugar
Um paraíso de riquezas naturais
Que preserva tradições
E se "alinha" às transformações
A paz dos hippies encontrando a morada
O amor, sua bandeira
Também é uma Veneza brasileira
Tanta beleza em Parati
Me "embriagou" e saí por aí
Unindo a alma do carnaval
A um patrimônio da história mundial
É orgulho na avenida cantar
Refletir (bis)
O meu canto em poesia, no mar
A Vila é Parati
2005
Enredo: Singrando em Mares Bravios... Construindo o Futuro
Compositores: André Diniz, Serginho 20, Prof. Newtão, Sidney Sã e Miguel BD
Olokum, abre caminhos no mar Pra minha Vila passar Depois da tempestade A felicidade, a bonança O azul retorna a seu lugar O povo de Noel singra a história em direção À arca de Noé que navegou pra salvação No Egito embarcou, cultura milenar À fria região, com viking a velejar A proa da ambição, fez brilhar
Caravela, leve a Vila, Oriente O paraíso é aqui, vem descobrir (bis) O feitiço dessa gente
Lágrimas, corriam o semblante negro Oceano de lamento nos tumbeiros Jangadeiros sobre a bravura de um dragão Negavam desembarcar a escravidão Num cisne branco flutua A luz do Almirante em noite de lua O Barão de Mauá se fez pioneiro Na construção naval Que volta a soprar de cada estaleiro Ventos à indústria nacional
É carnaval, um "Rio" de prazer Cada turista que chegar vai ver (bis) É linda a Vila balançando nas ondas do mar Rumo à vitória navegar
2006
Enredo: Soy Loco Por Ti América: A Vila Canta a Latinidade Compositores: André Diniz, Serginho 20, Carlinhos do Peixe e Carlinhos Petisco
Sangue "caliente" corre na veia É noite no Império do Sol A Vila Isabel semeia Sua poesia em "portunhol" E vai buscar num vôo à imensidão Dourados frutos da ambição Tropical por natureza Fez brotar a miscigenação
"Soy loco por tí, América" Louco por teus sabores (bis) Fartura que impera, mestiça mãe terra Da integração das cores
Nas densas "Florestas de cultura" Do "sombrero" ao chimarrão Sendo firme, sem perder "la ternura" E o amor por este chão Em límpidas águas, a clareza Liberdade a construir Apagando fronteiras, desenhando Igualdade por aqui "Arriba", Vila Forte e unida Feito o sonho do libertador A essência latina é a luz de Bolívar Que brilha num mosaico multicor
Para bailar "La Bamba", cair no samba Latino-americano som (bis) No compasso da Felicidade "Irá pulsar mí corazón"
2007
Enredo: Metamorfoses: do reino natural à corte popular do carnaval - as transformações da vida Autores: Evandro Bocão, André Diniz, Serginho 20, Carlinhos Petisco e Prof. Wladimir
Vai brilhar minha Vila Ainda mais linda Um tempo que faz sonhar Inspira a luz da ciência Mantém sua essência E segue a se transformar A mudar sua natureza Pouco a pouco evoluindo Imponente feito um humano Seus passos vão refletindo
Renasce a luz da sabedoria O homem se lança ao mar (bis) O sonho é fonte dessa energia E fabricando ilusões, renovar
Quero sempre me superar Cruzar o céu, poder voar Remodelar o que Deus criou Brincando então de criador A Vila também se modificou No universo do carnaval Lindamente desabrochou E um sonho fez real
Samba não tem preconceito Brancos, negros, iguais (bis) Um beijo da Vila Isabel princesa Metamorfose assim se faz
2008
Enredo: Trabalhadores do Brasil Autores: André Diniz, Evandro Bocão, Carlinhos Petisco, Pingüim, Professor Vladimir, Dedé Aguiar, Eduardo Katata, Dinny, Miro Jr. e Carlinhos do Peixe
É mais que um samba o que se criou É um hino ao povo trabalhador A louvação a nossa gente Vista indolente, pelos olhos da ambição Nativa cor que foi presente Pintou as dores da escravidão A resistência mudou de cor e renasceu Com a luta e a fé do negro E ao quilombo ascendeu Nosso ideal de liberdade Cansado de ter nos ombros Descanso do senhor, ecoou...
Que o brasileiro tem o seu valor Meu Deus, ajude o trabalhador (bis) E a imigração cruzou o azul do mar Em nosso campo ver a vida melhorar
Voz de quem resistiu, a Era Vargas ouviu Consolidar nossas conquistas Em direitos trabalhistas Comemora quem tanto lutou Tempo de industrialização Candangos, então, erguem Brasília Sindicato consciente Terra para nossa gente cultivar democracia Avante trabalhadores de Vila Isabel Quem faz a hora não espera acontecer Suor dessa gente, construiu esta nação Verdadeiros filhos deste chão
Hoje é dia do trabalhador Que conquistou o seu lugar (bis) E vai nossa Vila, fazendo história Pra luta do povo eternizar
2009
Enredo: Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: Theatro Municipal - A centenária maravilha Autore(s): André Diniz, Serginho 20, Artur das Ferragens e Leonel
Imortal! Com o povo que me conquistou E a aura do Municipal Hei de emanar a luz No palco do meu carnaval E caminhar, sob o brilho e o ar de Paris Um Boulevard... passos para um novo país Nas rimas da minha poesia O meu Rio de Janeiro Derrubava o passado e erguia O cenário pra encantar o mundo inteiro
Vi lá... No Theatro, a cortina se abrir Com a ida, a platéia a vibrar (bis) E a cidade toda aplaudir
Sopram notas musicais No solo a voz de um tenor Encontra o som dos violinos Em sinfonia é linda cena de amor Girar... No sonho de uma bailarina Desliza, a divina missão de encenar O pranto e o riso, paixões mascaradas Até o astro-rei brilhar no céu Aos mestres da folia, um baile de gala Com a orquestra lá do bairro de Noel
Segura a Vila que eu quero ver Vem brindar e saciar a sede (bis) No alto da sede, coroa hoje brilha A centenária maravilha
2010
Enredo: Noël: a presença do "Poeta da Vila" Autor: Martinho da Vila
Se um dia na orgia me chamassem Com saudades perguntassem Por onde anda Noel? Com toda minha fé responderia Vaga na noite e no dia Vive na terra e no céu Seu sambas muito curti Com a cabeça ao léu Sua presença senti No ar de Vila Isabel Com o sedutor não bebi Nem fui com ele ao bordel Mas sei que está presente Com a gente nesse laurel Veio ao planeta com os auspícios de um cometa Naquele ano da revolta da chibata A sua vida foi de notas musicais Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas (bis) Subia o morro sem preconceito sociais
Foi um grande chororô Quando o gênio descansou Todo o samba lamentou ô ô ô Que enorme dissabor Foi-se o nosso professor A Lindaura soluçou E a dama do cabaré não dançou Fez a passagem pro espaço sideral Mas está vivo neste nosso carnaval Também presentes Cartola Aracy e os Tangarás Lamartine, Ismael e outros mais E a fantasia que se usa Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel (bis)
2011
Enredo: Mitos e Histórias Entrelaçados pelos Fios de Cabelo Autores: Andre Diniz, Leonel, Prof. Wladimir, Arthur das Ferragens e Pinguim
Respeite a coroa em meu pavilhão A desfilar na avenida Carrega os fios de Isabel, da liberdade É minha vida, é a Vila O brilho, a raiz, a sedução O universo em sua formação Nas longas madeixas de Shiva Dos ritos aos astros Os mitos que enlaçam Antigas tradições Festejando novas gerações
Sansão, forte, se apaixonou O corte enfim revelou Dalila (bis) Trança a paixão, o nobre fiel Às lágrimas viu Rapunzel mais linda
A força e o amor cobriram o corpo Vencendo as rédeas da exploração Perucas no Egito, poder divinal No luxo da França, adornam o Rei Sol Aqui, entrelaçado em ouro Vi florir a alforria, sonhos colorir Em tantas formas buscar perfeição Para os poetas a inspiração, afinal...
Charme e tom sensual (bis) Moldaram a beleza do meu carnaval
Modéstia à parte, amigo, sou da Vila Quem é bamba nem sequer vacila (bis) Envolvido em cabelos, me sinto arrepiar Feitiço refletindo no olhar
2012
Enredo: Você Semba Lá... que eu Sembo Cá... O Canto Livre de Angola Autores: Evandro Bocão, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Artur das Ferragens
Vibra, oh, minha Vila A sua alma tem negra vocação Somos a pura raiz do samba Bate meu peito à sua pulsação Incorpora outra vez Kizomba e segue na missão Tambor africano ecoando, solo feiticeiro Na cor da pele, o negro Fogo aos olhos que invadem Pra quem é de lá Forja o orgulho, chama pra lutar
Reina ginga ê matamba, vem ver a lua de Luanda nos guiar Reina ginga ê matamba, negra de Zambi, sua terra é seu altar
Somos cultura que embarca Navio negreiro, correntes da escravidão Temos o sangue de Angola Correndo na veia, luta e libertação A saga de ancestrais Que por aqui perpetuou A fé, os rituais, um elo de amor Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira) Nascia o samba (ao sabor de um chorinho) Tia Ciata embalou Com braços de violões e cavaquinhos a tocar Nesse cortejo (a herança verdadeira) A nossa Vila (agradece com carinho) Viva o povo de Angola e o negro Rei Martinho
Semba de lá, que eu sambo de cá Já clareou o dia de paz (bis) Vai ressoar o canto livre Nos meus tambores, o sonho vive |
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