Carnaval de Salvador
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Nota: Para outros significados, veja Carnaval da Bahia.
Carnaval de Salvador | |
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Bloco da Capoeira no circuito Campo Grande, Salvador. | |
Tipo | Feriado, Carnaval |
Seguido por | Mundial |
Ano de 2012 | 21 de Fevereiro |
Ano de 2013 | 12 de Fevereiro |
Ano de 2014 | 4 de Março |
Índice[esconder] |
[editar] História
Em 1950, Adolfo Dodô Nascimento e Osmar Álvares Macêdo, mais conhecidos como Dodô e Osmar, respectivamente, criaram a Fobica, um calhambeque aberto adaptado para apresentações musicais na qual decidiram sair pelas ruas de Salvador com um motorista, para tocarem suas músicas e a partir daí o trio elétrico nasceu. Em 1952, o termo trio elétrico tornou-se genérico, em referência a um caminhão ou um ônibus que transportava os dois músicos ao redor das ruas durante o carnaval baiano. Em 1969, a canção de Caetano Veloso, chamada “Atrás do trio elétrico” acabou por popularizar o som do trio elétrico em todo o país. Hoje, a presença de caminhões de trio elétrico é uma das principais atrações do Carnaval da Bahia.[6][editar] Cronologia
- 1950 - o primeiro trio elétrico passava em Salvador, este era chamado de Clube Vassourinhas. Originária do Recife, deixou como lembrança a dança do Frevo[7];
- 1961 - primeiro desfile em homenagem ao Rei Momo;
- 1962 - Os Internacionais, foi o primeiro bloco carnavalesco do Carnaval de Salvador;
- 1969 - Caetano Veloso canta a canção: “Atrás do Trio Elétrico Só Não Vai Quem Já Morreu” (apenas para aqueles que estavam em marcha fúnebre, e não os que caminhavam depois da música);
- 1970 - o Carnaval em Salvador acontece na Praça Castro Alves, entrando definitivamente em uma era de libertação cultural, social e sexual;
- 1972 - é feito uma homenagem do “Trio Tapajós” para Caetano Veloso, que foi preso pelo governo militar brasileiro;
- 1974 - Dodô e Osmar comemoram as “Bodas de prata” do Carnaval de Salvador;
- 1976 - criada na Bahia, o “Trio Tapajós” chega nos Carnavais de Belo Horizonte e Santos;
- 1978 - morre Adolfo Nascimento (Dodô);
- 1980 - o caminhão de música “Traz Os Montes” revoluciona o Carnaval de Salvador trazendo um novo sistema de som;
- 1998 - inauguração de um monumento em honra aos fundadores do Carnaval de Salvador, Dodô e Osmar.[8]
[editar] Características
Abaixo estão as principais características do Carnaval de Salvador que não só é conhecida em todo Brasil como também é conhecida em outros países no mundo.[9][10][editar] Abadá
O abadá é geralmente branca e era vestimenta dos muçulmanos. Na Bahia, os abadás são usados principalmente por capoeiristas. No Carnaval de Salvador, o abadá simboliza a união de cores diferentes e, os padrões e logotipos pertence à um Bloco carnavalesco e deve ser adquirido. Somente através da aquisição de um abadá que se pode participar de um dos blocos.[11][editar] Pau elétrico
Instrumento musical criado por Dodô para evitar a microfonia existente no violão elétrico utilizando o cêpo maciço que possibilitava a reprodução do som de forma perfeita. Inspirado no violão elétrico do carioca Benedito Chaves, o pau elétrico ou guitarra baiana possibilitou o desenvolvimento de uma nova forma de “fazer carnaval”.[editar] Trio elétrico
Ver artigo principal: Trio elétrico
Criado por Dodô e Osmar a famosa fobica, remodelação de um velho Ford Bigode 1929, tornou-se o primeiro trio elétrico. Totalmente mudado e pintado para a festa, a fobica virou o palco perfeito para à guitarra baiana. Esta invenção transformou o carnaval de rua de Salvador. Que hoje em dia é agitado por vários cantores famosos na Bahia. Os shows dados em cima do trio elétrico passam pelas ruas dos bairros como Barra, Ondina e Campo Grande. Atraindo uma grande multidão de pessoas, tanto anônimas quanto outros artistas e personalidades.[editar] Axé
Ver artigo principal: Axé
O Axé é um ritmo baiano que nasce da mistura de ritmos no carnaval de Salvador. Fruto principalmente da fusão do frevo e do afoxé. Durante o Carnaval de Salvador é o ritmo mais tocado nos trios elétricos.[editar] Folião
Os foliões, quem brinca a festa de Momo soteropolitana, têm várias opções. Eles podem se divertir nos blocos carnavalescos após pegar o abadá, ou ver os desfiles a partir dos camarotes ou das arquibancadas da Prefeitura, ou ainda brincar na pipoca, fora das cordas dos blocos.[editar] Blocos
Ver página anexa: Lista dos blocos do carnaval de Salvador
Os blocos, é um grupo de pessoas que pagam uma quantia em dinheiro para poder participar. Em troca, recebem um Abadá, que permite aproveitar o evento de perto do trio elétrico, em uma corda ou cordão. Os blocos são abertos ao público. Enquanto isso, os blocos de carnaval começaram a evoluir e se ramificar em várias correntes estéticas, manifestações musicais, e até mesmo religiosa. Enquanto os afoxés, cujos membros trouxeram sua cosmologia religiosa afro-brasileira para a procissão caranavalesca, mantendo suas raízes africanas com a puxada do ijexá (um ritmo tocado em homenagem aos orixás ou divindades afro-brasileiras). Os blocos de classe média baseou-se principalmente nos samba-enredos do Rio de Janeiro onde adotou o estilo de música do carnaval carioca.Em seguida, os blocos afro surgiram com uma proposta estética inferida a partir de blocos indiano, com a introdução de algumas inovações fundamentais no processo: os desfiles girava em torno de temas e a música foi adaptada para se ajustar à ocasião. Durante esta fase, o carnaval nas ruas da Bahia foi infundida com o glamour e o elitismo propagada por clubes de carnaval, iniciando uma ligeira inversão do ideal igualitário.
[editar] Afoxé
Ver artigo principal: Afoxé
No Estado da Bahia, o afoxé é formado principalmente por pessoas ligadas aos preceitos do candomblé. Tendo como a sua manifestação carnavalesca o resgate da herança cultural africana em seu ritmo, língua e vestimenta.[editar] Bloco afro
Ver artigo principal: Bloco afro
O bloco afro é um grupo carnavalesco que traz em suas músicas, vestimentas e origem étnica a herança africana. Exemplos são os Filho de Gandhy, Olodum e Ilê Aiyê.[editar] Camarote
Os camarotes são uma espécie de associações carnavalescas que ocorrem juntos aos blocos e aos trios elétricos.[12] Através da aquisição de um abadá, estrangeiros podem fazer parte de camarotes também. Os camarotes no sentido estrito são suportes ou stands que cobrem ao longo das avenidas, dos quais o carnaval de rua pode ser observado. Além disso, os camarotes geralmente oferecem open bar, comida dos mais variados tipos, e salão de música ao som de DJs, assemelhando-se a uma discoteca.[editar] Pipoca
Se não quiser pagar por qualquer uma dessas opções, pode-se desfrutar do Carnaval de Salvador como folião pipoca (“pipoca”, sempre pulando). As pessoas que fazerem parte da pipoca não pertencem a nenhum bloco, mas acompanham o trio elétrico através de um cordão.[editar] Circuitos
O desfile dos blocos é feito através dos dois principais circuitos (Circuito Dodô e Circuito Osmar), paralelamente. As duas principais atrações musicais são Chiclete com Banana e Ivete Sangalo[carece de fontes]. Chiclete comanda os blocos Nana Banana, Camaleão e Voa Voa, enquanto que Ivete comanda o Coruja e Cerveja & Cia. Outras importantes atrações musicais que participam do Carnaval são Asa de Águia, Daniela Mercury, Banda Eva, Timbalada, Olodum, Araketu, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, entre outros.- Campo Grande-Praça Castro Alves, também chamado de Circuito Osmar: começou em 1950 e percorre as principais ruas de Salvador. O circuito dura cerca de 6 horas e o desfile de blocos começa ao meio-dia.
- Barra-Ondina, também chamado Circuito Dodô: sai do Farol da Barra e chega na Praia de Ondina. Começou em 1992 e hoje é ideal para turistas, pois é mais seguro. O circuito dura cerca de 4 horas e o desfile de blocos começa ao pôr do sol.
- Pelourinho ou Batatinha: aqui não há nenhum trios elétricos, apenas desfila os blocos para crianças.
[editar] Músicos
Com o surgimento de novos talentos baiano que continuou a popularizar ritmos regionais, o Carnaval tornou-se mais um caso em particular embora de alguma forma manteve a sua informalidade e espontaneidade contagiante. O sucesso de Luiz Caldas, Sarajane, e Chiclete com Banana, juntamente com a evolução do Ilê Ayê, e a emergência do Olodum desempenharam um papel importante na transformação do Carnaval de Salvador no que é hoje, sendo mais longo, mais itinerante e aberto ao mundo. As classes média e alta, finalmente sucumbiu ao ideal do Carnaval em inspiração da harmonia racial e, no final dos anos 80, a celebração pré-Quaresma entrou em um processo irreversível de “deboche”. O carnaval de rua passou a representar uma identidade coletiva do Carnaval baiano.Até o início de uma nova década, o Carnaval da Bahia tornou-se uma fábrica de talentos institucionalizada. O sucesso de precursores como Luis Caldas, Chiclete com Banana, o Ilê Ayê, Margareth Menezes, Olodum anunciava a convergência da música comercial do Carnaval. Lentamente, os mercados de música nordestina e nacional começaram a abrir.
[editar] Daniela Mercury
Entre 1992 e 1993, o Carnaval baiano tornou-se o palco para o maior sucesso no cenário musical do Brasil e, ainda: Daniela Mercury conseguiu o número um em músicas tocana nas rádios de todo Brasil com seu samba-reggae de sucesso: O Canto da Cidade. Seus shows bateram recordes de público do “Oiapoque ao Chuí” (expressão utilizada para dimensionar alguma coisa) e ela se tornou a primeira expoente do novo som tocada na Bahia a ter um especial de televisão contando sua carreira musical transmitido nacionalamente, a Rede Globo foi o responsável por isso. O sucesso estrondoso de Mercury radicalmente derrubou preconceitos e barreiras de epicentros musicais brasileiros e impuseram à música baiana com origens entrincheirados no carnaval.Ironicamente, o sucesso enorme de Mercury em escala nacional transformou-a em artista principal do Carnaval baiano. Ela chegou a essa distinção muito tempo depois de ter conquistado um nicho na Bahia e de ter participado de muitos carnavais.
[editar] Turismo
Ver artigos principais: Turismo na Bahia e Turismo em Salvador
O Carnaval traz um acentuado aumento econômico nas noites de Salvador e consequentimente agride ao meio ambiente todos os anos. Em 2006, cerca de meio milhões de turistas veio a Salvador para celebrar o Carnaval. Isso significa um aumento de 30% em relação aos turistas que visitam durante os meses de Verão de Salvador e da Bahia.[13] É o lema do Carnaval: “Bahia: maior explosão de alegria”.[14] Salvador em uma área de 25 km é transformado interaimente em uma “Cidade de Carnaval” e oferece segurança e postos de primeiros socorros para os visitantes dessa grandiosa festa e recebe a prontidão da polícia, que têm de lidar com a carga adicional na infra-estrutura montada para o evento na cidade. O Carnaval é o maior empregador na cidade. 200.000 pessoas estão diretamente ligados às atividades do Carnaval. 86 000 delas são chamados de “Cordeiro”, que tem a tarefa de proteger os blocos que desfilam durante a festa.
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