segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA

ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA
FUNDAÇÃO 28/04/29
CORES Verde e Rosa
QUADRA Rua Visconde de Niterói, 1072
Mangueira
20943-001
Telefone: 2567-4637
Fax: 3872-6786
BARRACÃO Rua Rivadávia Correa, 60
Barracão 13
Cidade do Samba - Gamboa
20220-290
Telefone: 2518-8327
Fax: 2518-8327
HISTÓRICO
Uma das mais tradicionais e populares escolas de samba do Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira foi fundada em 1928, por Euclides, Satur (Saturnino Gonçalves), Massu (Marcelino José Claudino), Pedro Paquetá, Abelardo da Bolinha, Cartola e Zé Espinguela, em uma reunião no famoso Buraco Quente, a principal via de acesso ao morro. No entanto, os documentos oficiais datam a criação da escola em 1929.
A Estação Primeira de Mangueira nasceu da fusão dos blocos: Dos Arengueiros (um bloco carnavalesco formado na década de 20 pelos sambistas das redondezas, que desfilava entre o morro e a Praça Onze), Tia Tomásia, Tia Fé, Senhor Júlio, Mestre Candinho e, ainda, o Rancho Príncipe das Florestas. Suas cores, verde e rosa, foram sugeridas por Angenor de Oliveira, o Cartola, que se inspirou num rancho existente nas Laranjeiras, o Rancho dos Arrepiados. Já o saudoso Juvenal Lopes informava que o nome Estação Primeira de Mangueira foi dado por causa de um samba de Cartola, intitulado Chega de demanda. A expressão "Estação Primeira", que antecedem a palavra Mangueira, foi adotada por ser a Mangueira, na época, a primeira estação da linha de trem, a partir da Central do Brasil, onde havia samba, partindo-se da gare de D. Pedro II. Por outro lado, alguns dizem que o nome Mangueira foi por causa de uma fábrica de chapéus no bairro, ou, até mesmo, devido à quantidade de mangueiras que existiam no morro. E na bandeira as cores eram verde e grená do Fluminense Football Club, o time de coração de Cartola.
O primeiro mestre-sala da agremiação foi Mansur. Foi a primeira escola a definir as cores. Introduziu nos desfiles, primeiramente, o pandeiro oitavado. Mantém até hoje somente uma única marcação, costume vindo desde a fundação da escola, quando Lúcio Pato tocava o surdo de 1ª que caracterizava tal marcação (sem resposta). Criou a primeira "ala de compositores" das escolas de samba.
Em 1929, a Mangueira participou do primeiro concurso entre escolas de samba da história do carnaval carioca. O concurso reuniu três agremiações: Portela, Deixa Falar e Mangueira. O único júri era o mangueirense Zé Espinguela, que deu a vitória ao samba do portelense Heitor dos Prazeres. O primeiro desfile oficial das escolas de samba, organizado em 1932 na Praça Onze, foi vencido pela Mangueira com o enredo "Floresta", de Cartola e Carlos Cachaça. Desde então a verde-rosa é presença constante nos desfiles do Rio de Janeiro, nunca tendo disputado o segundo grupo.
Alguns enredos entraram para a história do carnaval, como o de 1973, "Lendas do Abaeté"; 1984, "Yes, nós temos Braguinha", por ocasião da inauguração do Sambódromo no Rio de Janeiro; ou 1986, quando o enredo "Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm" sagrou-se campeão com todas as notas dez e apenas um nove (no quesito alegorias e adereços). Outros campeonatos vencidos foram os de 1998 com o enredo "Chico Buarque de Mangueira", juntamente com a Beija-Flor, e o de 2002, com o enredo "Brasil com Z é pra Cabra da Peste, Brasil com S é Nação do Nordeste". De sua fundação até hoje, a Estação Primeira faturou 17 vezes o carnaval.
RESULTADOS DA ESCOLA
1929
Chega de Demanda e Beijos
Diretoria
1930
Linda Demanda e Eu Quero Nota
Diretoria
1931
Jardim da Mangueira
Diretoria
1932 - 1ª no Grupo 1
A Floresta e Sorrindo
Diretoria
1933 - 1ª no Grupo 1
Uma Segunda-feira do Bonfim na Bahia
Diretoria
1934 - 1ª no Grupo 1
Divina Dama e República da Orgia
Diretoria
1935 - 2ª no Grupo 1
O Regresso de uma Colheita na Primavera
Diretoria
1936 - 2ª no Grupo 1
Não quero mais amar a ninguém
Diretoria
1937 - 3º no Grupo 1
Cinco Continentes
Sr. Armando
1938
Lacrimário
Sr. Armando
1939 - 2ª no Grupo 1
No Jardim
Sr. Armando
1940 - 1ª no Grupo 1
Prantos, Pretos e Poetas
Sr. Armando
1941 - 2ª no Grupo 1
Pedro Ernesto
Sr. Armando
1942 - 3ª no Grupo 1
A Vitória do Samba nas Américas
Sr. Armando
1943 - 2ª no Grupo 1
Samba no Palácio Itamaraty
Sr. Armando
1944 - 2ª no Grupo 1
Glória ao Samba
Sr. Armando
1945 - 2ª no Grupo 1
A Nossa História
S. Armando
1946 - 2ª no Grupo 1
Carnaval da Vitória
Sr. Armando
1947 - 2ª no Grupo 1
Brasil, Ciência e Artes
Sr. Armando
1948 - 4ª no Grupo 1
Vale do São Francisco
Funcionários da Casa da Moeda
1949 - 1ª no Grupo NO
Apoteose ao Mestre
Funcionários da Casa da Moeda
1950 - 1ª no Grupo 1
Plano Salte - Saúde, Lavoura, Transporte e Educação
Funcionários da Casa da Moeda
1951 - 3ª no Grupo 1
Unidade Nacional
Funcionários da Casa da Moeda
1952
Gonçalves Dias
Funcionários da Casa da Moeda
1953 - 3ª no Grupo 1
Caxias
Funcionários da Casa da Moeda
1954 - 1ª no Grupo 1
Rio de Janeiro de Ontem e de Hoje
Funcionários da Casa da Moeda
1955 - 2ª no Grupo 1
As Quatro Estações do Ano
Funcionários da Casa da Moeda
1956 - 3ª no Grupo 1
O Grande Presidente
Funcionários da Casa da Moeda
1957 - 3ª no Grupo 1
Emancipação Nacional - Rumo ao Progresso
Funcionários da Casa da Moeda
1958 - 3ª no Grupo 1
Canção do Exílio
Funcionários da Casa da Moeda
1959 - 3ª no Grupo 1
Brasil, Através dos Tempos
Funcionários da Casa da Moeda
1960 - 1ª no Grupo 1
Carnaval de Todos os Tempos
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira
1961 - 1ª no Grupo 1
Recordações do Rio Antigo
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira
1962 - 4ª no Grupo 1
Casa Grande e Senzala
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira
1963 - 2ª no Grupo 1
Exaltação à Bahia
Júlio P. Mattos
1964 - 3ª no Grupo 1
Histórias de um Preto Velho
Júlio P. Mattos
1965 - 4ª no Grupo 1
Rio Através dos Séculos
Júlio P. Mattos
1966 - 2ª no Grupo 1
Exaltação a Villa-Lobos
Júlio P. Mattos
1967 - 1ª no Grupo 1
O Mundo Encantado de Monteiro Lobato
Júlio P. Mattos
1968 - 1ª no Grupo 1
Samba, Festa de um Povo
Júlio P. Mattos
1969 - 2ª no Grupo 1
Mercadores e suas Tradições
Júlio P. Mattos
1970 - 3ª no Grupo 1
Um Cântico à Natureza
Júlio P. Mattos
1971 - 4ª no Grupo 1
Os Modernos Bandeirantes
Júlio P. Mattos
1972 - 2ª no Grupo 1
Rio, Carnaval dos Carnavais
Júlio P. Mattos
1973 - 1ª no Grupo 1
Lendas do Abaeté
Júlio P. Mattos
1974 - 4ª no Grupo 1
Mangueira em Tempo de Folclore
Júlio P. Mattos
1975 - 2ª no Grupo 1
Imagens Poéticas de Jorge de Lima
Elói Machado
1976 - 2ª no Grupo 1
No Reino da Mãe do Ouro
Elói Machado
1977 - 7ª no Grupo 1
Parapanã, O Segredo do Amor
Júlio P. Mattos
1978 - 2ª no Grupo 1
Dos Carroceiros do Imperador ao Palácio do Samba
Júlio P. Mattos
1979 - 4ª no Grupo 1A
Avatar e a Selva Transformou-se em Ouro
Júlio P. Mattos
1980 - 4ª no Grupo 1A
Coisas Nossas
Liana Silveira e Érica Cirne
1981 - 4ª no Grupo 1A
De Nonô a JK
Elói Machado
1982 - 4ª no Grupo 1A
As Mil e uma Noites Cariocas
Fernando Pinto
1983 - 5ª no Grupo 1A
Verde que te Quero Rosa... Semente Viva do Samba
Max Lopes
1984 - 1ª no Grupo 1A e 1ª no Supercampeonato
Yes, Nós Temos Braguinha
Max Lopes
1985 - 9ª no Grupo 1A
Abram Alas que eu Quero Passar - Chiquinha Gonzaga
Elói Machado
1986 - 1ª no Grupo 1A
Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia tem e a Mangueira também
Júlio Matos
1987 - 1ª no Grupo 1
No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade
Júlio Matos
1988 - 2ª no Grupo 1
Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão
Júlio Matos
1989 - 11ª no Grupo 1
Trinca de Reis
Júlio Matos
1990 - 8ª no Grupo Especial
E Deu a Louca no Barroco
Ernesto Nascimento
1991 - 12ª no Grupo Especial
As Três Rendeiras do Universo
Ernesto Nascimento
1992 - 6ª no Grupo Especial
Se todos fossem iguais a você
Ilvamar Magalhães
1993 - 5ª no Grupo Especial
Dessa Fruta eu Como até o Caroço
Ilvamar Magalhães
1994 - 11ª no Grupo Especial
Atrás da Verde e Rosa só Não Vai Quem já Morreu
Ilvamar Magalhães
1995 - 4ª no Grupo Especial
A Esmeralda do Atlântico
Ilvamar Magalhães
1996 - 4ª no Grupo Especial
Os Tambores da Mangueira na Terra da Encantaria
Oswaldo Jardim
1997 - 3ª no Grupo Especial
O Olimpo é Verde e Rosa
Oswaldo Jardim
1998 - 1ª no Grupo Especial
Chico Buarque da Mangueira
Alexandre Louzada
1999 - 7ª no Grupo Especial
O Século do Samba
Alexandre Louzada
2000 - 7ª no Grupo Especial
Dom Obá II - Rei dos Esfarrapados, Príncipe do Povo
Alexandre Louzada
2001 - 3ª no Grupo Especial
A Seiva da Vida
Max Lopes
2002 - 1ª no Grupo Especial
Brazil com Z é pra Cabra da Peste, Brasil com S é Nação do Nordeste
Max Lopes
2003 - 2ª no Grupo Especial
Os Dez Mandamentos! O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade
Max Lopes
2004 - 3ª no Grupo Especial
Mangueira redescobre a Estrada Real... E deste Eldorado faz seu Carnaval
Max Lopes
2005 - 6ª no Grupo Especial
Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval é pura Energia e a Energia é o nosso Desafio
Max Lopes
2006 - 4ª no Grupo Especial
Das Águas do Velho Chico, Nasce um Rio de Esperança
Max Lopes
2007 - 3ª no Grupo Especial
Minha Pátria é minha Língua, Mangueira, meu Grande Amor. Meu Samba vai ao Lácio e colhe a Última Flor
Max Lopes
2008 - 10ª no Grupo Especial
100 Anos de Frevo, é de Perder o Sapato - Recife Mandou me Chamar...
Max Lopes
1
2009 - 6ª no Grupo EspecialA Mangueira traz os Brasis do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro
Roberto Szaniecki
.
2010 - 6ª no Grupo Especial
Mangueira é a Música do Brasil
Jorge Caribé e Jaime Cezário
.
2011 - 3ª no Grupo EspecialO Filho Fiel, Sempre Mangueira
Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves
.
2012 - 7ª no Grupo Especial
Vou festejar! Sou Cacique, sou Mangueira!
Cid Carvalho

1932
Enredo: Sorrindo
Autor(es): Zé Com Fome

Sorrindo, sorrindo sempre
Porque eternamente
Hei de sorrir pra não chorar
Pra não lembrar quem sofreu
Por mim padecem pra não me ver penar,
Pra não me ver penar
Pra não me ver penar
Chegou a ser humilhada
Eu não soube aproveitar
Aquela alma abandonada
E quantas vezes ela sorrindo
Me pedia por favor
Que eu não abandonasse o seu amor (Sorrindo...)
1932
Enredo: A floresta
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça

Na floresta dei-te um ninho
E mostrei o bom caminho
Mais quando a mulher (bis)
Não tem brio de vencer
É malhar em ferro frio
O que eu fiz por você
Não quiseste atender
Os meus conselhos
E a minha opinião
Algum dia vai ver
Como é duro de sofrer
E de joelhos vem pedir
O meu perdão
Na floresta dei-te um ninho
E mostrei o bom caminho
Mais quando a mulher (bis)
Não tem brio de vencer
É malhar em ferro frio

O teu contentamento
Foi o meu sofrimento
Não importa
Tudo isso há de acabar
E assim me contento
Esperando o momento
E a minha porta
Pra você a tocar
1933
Enredo: Uma segunda-feira no Bonfim da Bahia
Samba cantado: HomenagemAutor(es): Carlos Cachaça
Recorda Castro Alves, Olavo Bilac
Gonçalves Dias e outros imortais
Que glorificaram nossa poesia
Quando eles escreveram
Matizando amores poemas cantaram
Talvez nunca pensaram
De ouvir os seus nomes
Num samba algum dia
E os pequenos poetas
Que vivem cantando
Na verde colina
Cenário encantador
Deste panorama
Que tanto fascina
Nem desejo incontido
De samba querido
A glória elevar
Evocaram esses vultos
Prestando-lhes cultos
Sorrindo a cantar
E se estes versos rudes
Que nascem e que morrem
No cimo do outeiro
Pudessem ser cantados
Ou mesmo falados
Pelo mundo inteiro
Mesmo assim como são
Sem perfeição
Sem riquezas mil
Estas malfeitas rimas
Que são provas de estima
De um povo varonil
1934
Enredo: Divina dama/República da orgia
Autor(es): Cartola
Tudo acabado
E o baile encerrado
Atordoado fiquei
Eu dancei com você
Divina dama
Com o coração
Queimado, em chama
Fiquei louco
Pasmado por completo
Quando me vi tão perto
De quem tenho amizade
Na febre da dança
Senti tanta emoção
Devorar-me o coração
Tudo acabado...
Quando eu vi
Que a festa estava encerrada
E não restava mais nada de felicidade
Vinguei-me nas cordas
Da lira de um trovador
Condenando teu amor
1935
Enredo: O regresso de uma colheita na primavera
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça
Samba cantado: A pátria
Eu tenho orgulho de ter nascido
No nosso Brasil
A paz que encerra no seio desta
Terra me obriga a cantar
Enquanto eu ouço, grande
Alvoroço febril do universo
Quero nestes versos
Oh pátria querida
Teu nome exaltar
Pátria querida que dá guarida
A um qualquer
A cidade moderna que é seu
Encanto, prende e seduz
Cidade-luz que a natureza
Caprichosamente
Deu-lhe tudo que tinha para ser
A rainha soberanamente
Quando a floresta ensaia
Orquestra com seus passarinhos
Em cada galho, ninho, mas vem a
Lembrança de pequenos heróis
Que como nós tiveram vontade de
Venturas mil
De contarem na história
Estrofes e glórias para o nosso
Brasil
1935
Enredo: O regresso de uma colheita na primavera
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça
Samba cantado: Tragédia
Vês, esta perdida bacante
Nos braços de outro amante
Ainda chora por mim
Este mundo é mesmo assim
Tem que haver roubos
Traições
Conspira-se contra Deus
Irmãos brigam com irmãos
Todos os golpes
Eu sofro com indiferença
Para tudo com um sorriso
Transbordando de inocência
Oh, Deus, perdoa se estou errado
Mas teu mundo foi mal principiado
Vê, Deus Senhor
Como o mundo está complicado
Filhos guerreiam mães
Não temem mais o pecado
Até eu sofro sem ver razão
Deixaste o mundo entregue à traição
1935
Enredo: O regresso de uma colheita na primavera
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça
Samba cantado: Meu ideal
Pudesse meu ideal
Que é o carnaval
De encantos mil
Imortalizar neste poema
Cor de anil
Verossímil
E leva-lo coroado
Pelas galas da história
Relembrando a memória
Do meu querido Brasil
Pudesse um dia
Juro faria
Do samba o maior herói
Concorrerias
Com as vitórias
Que existiam entre nós
Seriam páginas de intenso fulgor
E o passado teria mais valor
A própria musa
Triste confusa
Homenagem a ti ergueu
Se não sou eu
Pobre andaluza
Nem o nome dava musa
Que contei é samba banal
Valorizado só no carnaval
1936
Enredo: Não quero mais amar a ninguém
Autor(es): Cartola, Carlos Cachaça e Zé Com Fome
Não quero mais amar a ninguém
Não fui feliz
O destino não quis
O meu primeiro amor
Morreu como a flor
Ainda em botão
Deixando os espinhos
Que dilaceram meu coração
Semente de amor
Sei que sou desde nascença
Mas sem ter vida e fulgor
Eis a minha sentença
Tentei pela primeira vez
Esse sonho vibrar
Foi beijo que nasceu e morreu
Sem se chegar a dar
Às vezes dou gargalhada
Ao lembrar o meu passado
Nunca pensei em amor
Não amei nem fui amado
Se julgas que estou mentindo
Jurar sou capaz
Foi um simples sonho que passou
E nada mais
1938
Enredo: Lacrimário
Autor(es): Carlos Cachaça
Tenho um lacrimário
Extraordinário
Lindo relicário
Que um dia fiz do meu sofrer (bis)
Fiz de agonia
Fiz de nostalgia
Partes de um romance
Sem acabar o meu viver
Quando às vezes quero
Lembrar sozinho a minha dor
Abro o relicário
Onde guardo tudo o que sofri
E para reler a promessa
Feita de um beijo
Triste chorando revejo
O romance que escrevi
Tenho um lacrimário...
Guardo quase tudo
Que se refere ao meu sofrer
São páginas que leio
Sintetizando a minha dor
E todo passado dolente
Hoje revivo
Não guardei porque não tive
Saudades de um falso amor
1944
Enredo: Glória ao samba
Autor(es): Cartola
Samba, melodia divina
Tu es mais empolgante
Girando vem da colina
Samba, original e verdadeiro
Orgulho do folclore brasileiro
O teu linear de vitórias
Foi na Praça Onze de outrora
As lindas fantasias
Que cenário modificou
As batucadas
Do saudoso Sinhô
Oh que reinado de orgia
Onde o samba imperava
Matizando alegria
Glória ao samba
Glória ao samba
Rei como és, escolas de samba
Deram mais esplendor ao nosso carnaval
O samba fascinante penetrava o Municipal
Suas platéias deslumbrantes
Atingem terras bem distantes
Não encontrando porteiras
O samba conquistou
Platéias estrangeiras
1945
Enredo: Nossa história
Autores: José Ramos e Geraldo da Pedra
A voz do Brasil
Nos chamou varonil
Incontinenti eu parti
Pra defender o meu Brasil
E foi com grande prazer
Que eu ergui meu fuzil
Sem tremer
E eu farei tudo até morrer (bis)
Pra ver meu Brasil vencer
Hoje vejo içar a bandeira
O símbolo, acabou-se a guerra
Senti falta dos meus companheiros
Em campos de luta tombaram por terra
Em defesa da pátria de um povo varonil
Lutei pela vitória do meu Brasil
1947
Enredo: Brasil, ciências e artes
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça
Tu és meu Brasil em toda parte
Quer nas ciências ou na arte
Portentoso e altaneiro
Os homens que escreveram
Tua história
Conquistaram tuas glórias
Epopéias triunfais
E quero neste pobre Enredo revivê-los
Glorificando os nomes teus
Levá-los ao panteão
Dos grandes imortais
Pois merecem muito mais (bis)
Não querendo levá-los ao cume da altura
Cientistas tu tens cultura
E nestes rudes poemas
Destes pobres vates
Há sóbrios como Pedro Américo
E César Lates
1948
Enredo: Vale do São Francisco
Autor(es): Cartola e Carlos Cachaça
Não há neste mundo um cenário
Tão rico, tão vário
E com tanto esplendor
Nos montes
Onde jorram fontes
Que quadro sublime
De um santo pintor
Pergunta o poeta esquecido
Quem fez esta tela
De riqueza mil
Responde soberbo o campestre
Foi Deus, foi o mestre
Quem fez meu Brasil
Meu Brasil, meu Brasil
Terra do ouro
Berço de Tiradentes
Que é Minas Gerais
E se vires poeta o vale
O vale do rio
Em noite invernosa
Em noite de estio
Como um chão de prata
Riquezas estranhas
Espraiando belezas
Por entre montanhas
Que ficam e que passam
Em terras tão boas
Pernambuco, Sergipe
Majestosa Alagoas
E a Bahia lendária
Das mil catedrais
1949
Enredo: Apologia aos mestres
Autor(es): Nelson Sargento e Alfredo Português
Glória aos nossos antepassados
Com seus nomes gravados
Na história da pátria amada
Oswaldo Cruz, Miguel Couto
Rui Barbosa, Ana Néri
A corajosa
Enfermeira abnegada
Estes vultos destacaram
Como herança entregaram
Os seus esforços naturais
E hoje na glorificação
Os seus nomes devem ser
Para sempre imortais
Rui Barbosa
Foi como mago apologista
Miguel Couto especialista
Ana Néri
Símbolo da paciência
Oswaldo Cruz
Mestre da biologia
Com suas galhardias
Foi apóstolo das ciências
Esses vultos reunidos
Receberam do Brasil querido
As glórias que fazem jus
Miguel Couto
Rui Barbosa
Ana Néri, Oswaldo Cruz
1951
Enredo: Unidade nacional
Autor(es): Cícero e Pelado
Glória à unidade nacional
Portentosa e altaneira
Genuína, brasileira e primordial
Vinte e um estados reunidos
Todos no mesmo sentido
Dando a sua produção
É fator de nossa economia
Dar uma prova cabal
Da nossa democracia
A nossa política é altiva
Irmanada e progressiva
Produtiva e social
Pela grandeza da pátria coordenamos
Todos com o mesmo ideal
É o fator de equidade
Trabalhando com vontade
Para o progresso nacional
Tudo isso é o meu Brasil
Isso é um orgulho
De um povo forte, esbelto e varonil
Lá, lá...
1952
Enredo: Gonçalves Dias
Autor(es): Cícero e Pelado
Louvores
E honra ao mérito
À memória de um poeta
De sublime inspiração
Seus poemas são tão lindos
Que faz vibrar os corações
Vamos elevar
Aos píncaros da glória
O nome de Gonçalves Dias
Autor de inúmeros poemas
Que glorificam (bis)
As nossas poesias
Nosso céu
Tem mais estrelas
De beleza deslumbrante
Nossas flores têm mais vida
São mais belas e mais vibrantes
Nossas flores são mais lindas
Pela própria natureza
Vivazes e multicores
Que elevam nossas almas
Nossas vidas (bis)
Mais amores
Lá lá laiá laia...
1954
Enredo:Rio de Janeiro - de ontem e de hoje
Autor(es): Cícero e Pelado

Rio de Janeiro
Cidade tradicional
Dos tempos das sinhás-moças
Mucamas e nobres damas
E da corte imperial
Seu panorama é suntuoso
Primoroso, sublime e vibrante
És a cidade modelo
O coração do Brasil
O Rio da nova era
Prima por sua desenvoltura
É tão soberbo
O seu progresso
É um primor
Sua arquitetura
Apologia a Estácio de Sá
Que da cidade
Foi fundador
Prefeito Pereira Passos
Pioneiro e remodelador
Paulo de Frontin
Hábil engenheiro
Símbolo de abnegação
Pedro Ernesto
E outros governantes
Deram ao Rio
Soberba evolução
1955
Enredo: As quatro estações do ano
Autor(es): Alfredo Português, Jamelão e Nelson Sargento
Brilha no céu o astro rei
Com fulguração
Abrasando a terra
Anunciando o verão
Outono
Estação singela e pura
É a pujança da natura
Dando frutos em profusão
Inverno
Chuva, geada e garoa
Molhando a terra
Preciosa e tão boa
Desponta
A primavera triunfal
São as estações do ano
Num desfile magistral
A primavera
Matizada e viçosa
Pontilhada de amores
Engalanada, majestosa
Desabrocham as flores
Nos campos
Nos jardins e nos quintais
A primavera
É a estação dos vegetais
Oh, primavera adorada
Inspiradora de amores (bis)
Oh, primavera idolatrada
Sublime estação das flores
1956
Enredo: O Grande Presidente
Autor(es): Padeirinho
No ano de 1883
No dia 19 de abril
Nascia Getúlio Dornelles Vargas
Que mais tarde seria o governo
Do nosso Brasil
Ele foi eleito deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de Washington Luiz
E do ano de 1930 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em Volta Redonda, a cidade do aço
Existe a grande Siderúrgica Nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial
Candeias, a cidade petroleira
Trabalha para o progresso fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do Brasil ô ô
Salve o estadista, idealista e realizador
Getúlio Vargas (bis)
O grande presidente de valor

1957
Enredo: Emancipação
Autor(es): Leleo e Zagaia

Canto a canção
Da emancipação da minha nação
Vencendo no terreno educacional
Marcha meu país
Para a soberania universal
Ó que alegria incontida
Em ver seus imensos trigais
Suas planícies estremecidas
Pelo gado que avança
A caminho do abate
Ou da reprodução
Ó meu Brasil
Seu progresso avança (bis)
Sem oscilação
A cachoeira do Iguaçu
No futuro será ponto vital
Da eletricidade nacional
Altaneiro é o nosso transporte
Que corta rios e mares
Estradas e o céu cor de anil
Levando a toda parte o nome
E os produtos do Brasil
Ó meu Brasil
Ó meu Brasil
Seu progresso avança (bis)
Sem oscilação
1958
Enredo: Gonçalves Dias
Autor(es): Comprido, Leleo e Zagaia

Clássico de nossa poesia
É a canção do exílio
De Gonçalves Dias
Poema de sublime inspiração
De amor e ternura
Da sua confecção
Lamento
De um coração soturno
De um poeta taciturno
Que em versos escreveu
Todo drama
Do arfante peito meu (bis)
Este poema nasceu
Da saudade
Do seu Brasil distante
Das suas campinas verdejantes
Com suas flores multicores
Suas estrelas
Ornamentando um vasto céu
Como sofria
O saudoso menestrel
E uma estrofe
De saudade e de amor
Na qual suplicava ao senhor
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá (bis)
Sem que revejas
As palmeiras
Onde canta o sabiá
1959
Enredo: Páginas de glória
Autor(es): Pelado, Cícero e Hélio Turco

Página de glória
Fases altaneiras
Relicário da história brasileira
Seu descobrimento
Foi o marco inicial
Glória ao pioneiro
Pedro Álvares Cabral
Dom Pedro I
Símbolo de galhardia
De bravura e de coragem
Nos tempos da monarquia
Foi empolgante
Aquele brado forte (bis)
Às margens do Ipiranga
Independência ou morte
Depois de um reinado
Altivo e tão fecundo
Entregava a coroa a Dom Pedro II
Onde o Império
Foi bem marcante
Da epopéia relevante
Mais tarde surgia a República
Majestosa e triunfal
Proclamada por Deodoro
O notável marechal
Marcha
Exuberante e soberano (bis)
O ideal de um povo
Meu Brasil republicano
1960
Enredo: Carnaval de todos os tempos
Autor(es): Hélio Turco, Pelado e Cícero

Samba, melodia divina
Tu és mais empolgante
Quando vens da colina
Samba original, és verdadeiro
Orgulho do folclore brasileiro
O teu limiar de vitórias
Foi na Praça Onze de outrora
Das lindas fantasias
Que cenário multicor
Das velhas batucadas
E do saudoso Sinhô
Oh! Que reinado de orgia
Onde o samba imperava (bis)
Matizando alegrias
Rei Momo e as escolas de samba
Deram mais esplendor
Ao nosso carnaval
E o samba fascinante
Ingressava no Municipal
Sua epopéia triunfante
Atingiu terras bem distantes
Não encontrando fronteiras
O samba conquistou (bis)
Platéias estrangeiras
1961
Enredo: Recordações do Rio Antigo
Autor(es): Hélio Turco, Pelado e Cícero

Rio, cidade tradicional
Teu panorama é deslumbrante
É uma tela divinal
Rio de Janeiro
Da igreja do Castelo
Das serestas ao luar
Que cenário tão singelo
Mucamas, sinhás-moças e liteiras
Velhos lampiões de gás
Relíquias do Rio antigo
Do Rio antigo (bis)
Que não volta mais
Numa apoteose de fascinação
As cortes deram ao Rio
Requintada sedução
Com seus palácios
Majestosos, altaneiros
Rio dos chafarizes
E sonoros pregoeiros
Que esplendor, quantos matizes
Glória a Estácio de Sá
Fundador desta cidade tão formosa (bis)
O meu Rio de Janeiro
Cidade maravilhosa
1962
Enredo: Casa Grande e Senzala
Autor(es): Leleo, Zagaia e Comprido
Pretos, escravos e senhores
Pelo mesmo ideal irmanados
A desbravar
Os vastos rincões
Não conquistados
Procurando evoluir
Para unidos conseguir
A sua emancipação
Trabalhando nos canaviais
Mineração e cafezais
Antes do amanhecer
Já estavam de pé (bis)
Nos engenhos de açúcar
Ou peneirando café
Nos campos e nas fazendas
Lutaram com galhardia
Consolidando a sua soberania
E esses bravos
Com ternura e amor
Esqueciam as lutas da vida
Em festas de raro esplendor
Nos salões elegantes
Dançavam sinhás, donas e senhores
E nas senzalas os escravos
Dançavam batucando seus tambores
Louvor
A este povo varonil (bis)
Que ajudou a construir
A riqueza do nosso Brasil
1963
Enredo: Relíquias da Bahia
Autor(es): Comprido, Pelado e Hélio Turco

Formosa Bahia
Teu relicário é tão vibrante
Estado lendário
Quantas catedrais exuberantes
Foste do Brasil a primeira capital
Marco do progresso nacional
Importante e primordial
Salve a velha Bahia
Terra do grande senhor (bis)
Os fiéis em romaria
Bahia de São Salvador
Bahia
De tradição tão gloriosa
Bahia
Do eminente Rui Barbosa
Na ciência ou na arte
Tens a primazia
Os poetas sublimam
A velha Bahia
A Bahia do acarajé
Do feitiço e do candomblé
Teu panorama na imensidão (bis)
E sua fascinação
1964
Enredo: História de um preto velho
Autor(es): Pelado, Hélio Turco e Comprido

Era uma vez um preto velho
Que foi escravo
Retornando à senzala
Para histornar seu passado
Chegando à velha Bahia
Já no cativeiro existia
Preto velho foi vendido
Menino a um senhor
Que amenizou a sua grande dor
Quando no céu a lua prateava
Que fascinação
Preto velho na senzala
Entoava uma canção
Ô ô ô...
Conseguiu tornar realidade
O seu ideal de liberdade
Vindo para o Rio de Janeiro
Onde o progresso despontava
Altaneiro
Foi personagem ocular
Da fidalguia singular
Terminando a história
Cansado da memória
Preto velho adormeceu
Mas o lamento de outrora
Que vamos cantar agora (bis)
Jamais se esqueceu
Ô ô ô...
1965
Enredo: IV Centenário
Autor(es): Comprido, Pelado e Hélio Turco

Rio, o poeta se inspira
E descreve ao som da lira
Sua história magistral
Vejam tão sublime relicário
Salve o teu IV Centenário
Majestoso e triunfal
Oh, meu Rio
De trajetória deslumbrante
Quantas lutas empolgantes
Teve seu povo hospitaleiro
Os seus bravos fundadores
Pioneiros imortais
Glorificam a história
Do velho Rio (bis)
Que não volta mais
Rio de Janeiro
Palco de lendárias tradições
Dos trovadores em serestas
Divinas recordações
Das cortes
Velhos lampiões a gás
E saudosos carnavais
Despontou a nova era
Emoldurando o seu cenário
Sua arquitetura (bis)
É jóia rara
Hoje seu nome é Guanabara
1966
Enredo: Exaltação a Villa-Lobos
Autor(es): Jurandir e Cláudio
Relembrando
As sublimes melodias
Que o poeta escrevia
Em lindas canções divinais
Surgiram os acordes musicais
De sonoras sinfonias
Na beleza de poemas imortais
Todo lirismo que a arte gravou
Com poesia e esplendor
Resplandecia
Como um sonho em fantasia
Ô ô ô, o samba vibrou
Com as glórias
Que Villa-Lobos alcançou (bis)
E as platéias
O mundo inteiro deslumbrou
Da natureza verdejante
Ao som da brisa murmurante
Nasceram com angelical fulgor
As trovas que o poeta inspirou
Da alma sonora e vibrante
da terra febril o grito das danças
Nascida da selva de nosso Brasil
Fascínio colorido
Em sua alma cantou
E nas noites de festas
Em lindas serestas pintou
Sentiu ritmar se peito
Com grande emoção (bis)
A história lendária
Do nosso sertão
Brilham como os astros no céu
Ao descortinar o véu
Iluminando
As passarelas universais
As mais lindas notas musicais
1967
Enredo: O mundo encantado de Monteiro Lobato
Autor(es): Hélio Turco, Darci, Jurandir, Batista, Luiz e Dico

Quando uma luz divinal
Iluminava a imaginação
De um escritor genial
Tudo era maravilha
Tudo era sedução
Quanta alegria
E fascinação
Relembro
Aquele mundo encantado
Fascinado de dourado
Oh, doce ilusão
Sublime relicário de criança
Que ainda guardo como herança (bis)
No meu coração
Glória a este grande sonhador
Que o mundo inteiro deslumbrou
Com suas obras imortais
Vejam quanta riqueza exuberante
Na escritura emocionante
Com seus contos triunfais
Os seus personagens fascinantes
Nas histórias tão vibrantes
Da literatura infantil
Enriquecem o cenário do Brasil
E assim
Neste cenário de real valor (bis)
Eis o mundo encantado
Que Monteiro Lobato criou
1968
Enredo: Samba, festa de um povo
Autor(es): Darci, Hélio Turco, Luiz, Batista e Dico

Num cenário deslumbrante
Do folclore brasileiro
A Mangueira apresenta
A história do samba verdadeiro
Música
Melodia bem distante
De uma era tão marcante
Que enriqueceu nosso celeiro
As diversas regiões
Entoavam as canções
Era um festival de alegria
Foi assim, com sedução e fantasia
Que despontou o nosso samba (bis)
Com grande euforia
Foi na Praça Onze
Das famosas batucadas
Que o samba teve sua glória
No limiar da sua história
Quantas saudades
Dos cordões da galeria
Onde o samba imperava
Matizando alegria
Oh, melodia
Oh, melodia triunfal
Sublime festa de um povo
Orgulho do nosso carnaval
Louvor aos artistas geniais
Que levaram para o estrangeiro (bis)
Glorificando
O nosso samba verdadeiro
1969
Enredo: Mercadores e suas tradições
Autor(es): Hélio Turco, Darci e Jurandir

Abriu-se
A cortina do passado
Neste palco iluminado
Onde tudo é carnaval
Vamos recordar
Nesta grande apoteose
Uma história triunfal
Brasil dos mercadores
Aventureiros e sonhadores
Que desbravavam o sertão
Deste imenso rincão
Foi tão sublime
O ideal dos pioneiros (bis)
Bandeirantes de um progresso
Soberano e altaneiro
Na imensidão de nossas matas
Cachoeiras e cascatas
Fontes de riqueza naturais
Era extraído o tesouro
Onde imperava o ouro
E os verdes canaviais
Em Vila Rica os mercadores
Ostentavam seus brasões
Nos elegantes salões
Longe, ao longe então se ouvia
A suave sintonia
Dos mascates em pregões
Glória a estes bravos
Que lutaram por um ideal (bis)
E conseguiram conquistar
As riquezas do Brasil colonial
1970
Enredo: Um cântico à natureza
Autor(es): Ney, Ailton e Dilmo

Brilhou no céu o sol, oh que beleza
Vem contemplar a natureza
Vem abrasar a imensidão, imensidão
Onde na pesca ou na plantação
Pedras preciosas ou mineração
Rios, cachoeiras e cascatas
Frutos, pássaros e matas (bis)
Enobrecem a nação
Oh lugar, oh lugar
Tudo que se planta dá (bis)
Terra igual a esta não há
Imenso torrão de natureza incomum
Onde envaidece qualquer um
Praias e flores
Inspiram amores
E o petróleo te deu mais vida (bis)
Solo de vultos imortais
Direi teu nome e não esquecerão jamais
Oh pátria querida
De natureza tão sutil (bis)
Tens belezas mil
Isto é Brasil, isto é Brasil, isto é Brasil
1971
Enredo: Modernos bandeirantes
Autor(es): Darci da Mangueira, Helio Turco e Jurandir

Boa noite meu Brasil
Saudações aos visitantes
Trago neste enredo
Fatos bem marcantes (bis)
Os modernos bandeirantes
Do Oiapoque ao Chuí
Até o sertão distante
O progresso foi se alastrando
Neste país gigante
No céu azul de anil
Orgulho no Brasil
Nossos pássaros de aço
Deixam o povo feliz
Ninguém segura mais este país (bis)
Busquei na minha imaginação
A mais sublime inspiração
Para exaltar
Aqueles que deram asas ao Brasil
Para no espaço ingressar
Ligando corações
O Correio Aéreo Nacional
Atravessando fronteiras
Cruzando todo o continente
E caminhando vai o meu Brasil (bis)
Para frente
Santos Dumont
Hoje o mundo reconhece (bis)
Que você também merece
A glorificação
1972
Enredo: Rio, Carnaval dos Carnavais
Autores: Padeirinho, Nilton, Russo e Moacir
Vejam que maravilha
Tens a festa mais linda
Deste meu país
Esta é mais uma que brilha
Como este povo é feliz
Para a alegria geral
Este é o nosso carnaval
Em todo universo (bis)
Não existe outro igual
Só neste Rio tradicional
O Rio
Oferece ao mundo
Neste solo fecundo
O carnaval dos carnavais
Revivendo com beleza
Os festejos de Veneza
Dos folguedos geniais
Oriundo dos romanos
E dos negros africanos
Com seus lindos rituais
Tem maracatu
Maculelê, batuquegê (bis)
Tem capoeira de roda
Também tem cateretê
1973
Enredo: Lendas do Abaeté
Autores: Jajá, Preto Rico e Manoel
Iaiá mandou ir à Bahia
No Abaeté para ver sua magia
Sua lagoa, sua história sobrenatural
Que a Mangueira traz pra este carnaval
Janaína agô, agoiá
Janaína agô, agoiá
Samba com rima
Com a força de Yemanjá
Oh, que linda noite de luar
Oh, que poesia e sedução
Branca areia, água escura
Tanta ternura no batuque e na canção
Lá no fundo da lagoa
Com seu rito em sua comemoração
Foi assim que eu vi Iara cantar
Eu vi alguém mergulhar
Para nunca mais voltar
1974
Enredo: Mangueira em tempo de folclore
Autores: Jajá, Preto Rico e Manoel
Hoje venho falar de tradições
Das regiões do meu país
Do seu costume popular
Canto a magia
Do ritual das lendas encantadas
Mostro as lindas festas
Das noites enluaradas
E ainda, em figuras tradicionais
Caio no bloco, danço o frevo
Enlevo dos nossos carnavais
A congada, o boi-bumbá
Ô meu santo, saravá
Ô rendeira, mulher rendá
Ô baiana, ó sinhá
E o Zé Pereira, com seu bumbo original
Eis a Mangueira com seu carnaval
(Mas hoje...)
1975
Enredo: Imagens poéticas de Jorge Lima
Autores: Tolito, Mozart e Delson
Na epopéia triunfal
Que a literatura conquistou
Em síntese de um sonho
O poeta tão risonho
Assim se consagrou, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô
Esta é a nega Fulô
Uma obra fascinante (bis)
Que o poeta tão brilhante
O povo admirou
Jorge de Lima em Alagoas nasceu
Ouviu tudo dos antigos
O que aconteceu
Com os escravos na senzala
No Quilombo dos Palmares
Foi um sábio que seguiu as tradições
Com seus versos, poemas e canções
Boneca de pano, a jóia rara
Calabar e o acendedor de lampiões
Zumbi, Floriano e Padre Cícero
Lampião e o pampa (bis)
É o amor
1976
Enredo: No reino da mãe do ouro
Autores: Tolito, Rubem da Mangueira
Caminhando pela mata virgem
Bravo bandeirante encontrou
Grupos de nativos comentavam
O que um trovão proporcionou
No céu, sem as estrelas
Mais um raio de luz o dirigia
À gruta de uma alma encantada
Era a mãe de ouro que surgia
Obabá-oba-o-babá
É a mãe do ouro (bis)
Que vem nos salvar
Num palácio encantado
Onde um tesouro existia
Pedras preciosas bem guardadas
Que a mãe do ouro presidia
Homens e mulheres dominados
Por imaginações e alegria
Salões enfeitados
Em multicores
Dançavam até romper do dia
Obabá-oba-o-babá
É a mãe do ouro (bis)
Que vem nos salvar
1977
Enredo: Panapanã, o segredo do amor
Autores: Jajá e Tantinho
Mangueira, hoje em evolução
Cantando mostra com louvor
O mito em sua máxima expressão
Panapanã, o segredo do amor
Noite, inquietação transparecia
No sussurro das matas
Onde o amor existia
No prateado arvoredo
Pressentindo o segredo
Aves com plangência se ouvia
E Jacy engalanada
Reinava até o raiar do dia
Lindo amanhecer
Flores, terra, gente
Guaracy todo luzente
Dando a todos seu calor (para o amor)
Chuva, som de cachoeira
Iara toda faceira
Já surgia em seu esplendor
O Uirapuru era pura alegria
Onde se via que da harmonia
Dos seres nasce o amor, ô, ô
Era lindo o ente alado
Em rodopio multicolor
Era Rudá em pleno reinado
Mostrando que a força da vida
É o amor (Mangueira)
1978
Enredo: Dos carroceiros do imperador ao Palácio do Samba
Autores: Rubem da Mangueira e Jurandir
Trago para este carnaval
Um passado de grande valor
Quem descreve este tema
É o carroceiro do imperador
Quantas saudades
Do famoso Marcelino
Foi o grande mestre-sala
Desde os tempos de menino
Brigão e arruaceiro
Era o grande destaque (bis)
Do bloco dos arengueiros
Não posso esquecer
Buraco Quente, Santo Antônio e Chalé
E o ponto alto da escola
Mestre Candinho, tia Tomásia
E Cartola
Chorava a viola
Em noite enluarada
Samba duro no Faria
Ia até de madrugada
Canto minha história
De um celeiro de bamba (bis)
Cinqüenta anos de glória
Estão no palácio do samba
1979
Enredo: Avatar... E a selva transformou-se em ouro
Autores: Rato do Tamborim, Tolito e Ananias
Vem do céu
Todo esplendor
A transformação em ouro
Da selva que Deus criou
Onde a mata verde
Cacaueira
Que a mãe natureza despontou
Neste solo rico e fecundo
Onde o plantio se alastrou
Tem mulata pessoal (bis)
Na colheita do cacau
(Amazônia...)
Amazônia foi a região
Onde surgiu
Incentivando a indústria cacaueira
Como fonte de riqueza do Brasil
(E na Bahia...)
E na Bahia onde o braço forte
Na lavoura prosseguiu
Motivado pelos bravos camponeses
No trabalho poderoso do Brasil
Tem mulata pessoal (bis)
Na colheita do cacau
1980
Enredo: Coisas Nossas
Autores: Carlos Roberto, Ney da Mangueira e Aylton da Mangueira
Excitando a mente à poesia
O poeta descobria
Momentos de raro prazer
E nesta linda melodia
Coisas nossas, dia-a-dia
A Mangueira vem trazer
Juruna, fantasia e frevo
Petrobrás sondando o mar
Coisas que ora descrevo
E ainda há mais para narrar
Frutas de todas as cores
Num pomar de pureza (bis)
Os mais diversos sabores
Obra da mãe natureza
E no campinho a gurizada
Atrás de uma bola a rolar
Mata no peito, dá lençol, faz embaixada
Se torce o pé vai rezadeira curar
Rosto colado a noite inteira
Baila-se na gafieira
Se há bebida, há comida e violão
Tem sempre um pagode do bom
Quem vai mais, quem vai mais (bis)
Pode parar que o galho é valete e ás
1981
Enredo: De Nonô a JK
Autores: Jurandir, Comprido e Arroz
Em verde e rosa
A Mangueira vem mostrar
O fascinante tema
De Nonô à JK
Juscelino Kubistcheck de Oliveira,
De uma lendária cidade mineira,
O grande presidente popular
Surgiu "Nonô" em Diamantina
E uma chama divina
Iluminou sua formação
Subindo os degraus da glória
Imortalizou-se na história
Como chefe da nação, ô, ô
Como chefe da nação
Em sua marcha progressista
O notável estadista
O planalto desbravou
Brasília, o sonho dourado
Que ele tanto acalentou
Juscelino descansa na fazenda
E os acordes de um violão
Levam ao povo a saudade
Lembrado neste refrão
Como pode um peixe vivo
Viver fora d’água fria
Como poderei viver, poderei viver (bis)
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia (em verde e rosa...)
1982
Enredo: As mil e uma noites cariocas
Autores: Heraldo Faria, Tolito e Flavinho Machado
Noite linda, lua tão bela
Mangueira novamente fascinando (bis)
O povão na passarela
Céu salpicado de estrelas
Encantadas
As mil e uma noites cariocas
Na avenida iluminada
A imaginação foi me levando
Vi índias dançando em seus rituais
Bailam conde, condessa e princesa
Na festa da nobreza
Sob lustres de cristais
Elá, elá, ô naná
Elá, elá, ori-rá (bis)
Os negros batucando na senzala
Em louvor a Oxalá
Rio antigo
Teatros e salões
Da Lapa dos malandros e gingados
Damas da noite vendedoras de ilusões
E nas noites suburbanas
Balões colorindo o céu
E na Vila eu ouvi
Melodias de Noel
Da Zona Sul à beira-mar
O povo em sua fé louvava Iemanjá
Os nossos carnavais de antigamente
O pierrô e a colombina encantando a gente
E no carnaval de hoje cheio de loucura
Vem a nossa verde e rosa, que ninguém segura
1983
Enredo: Verde que te quero rosa... Semente viva do samba
Autores: Heraldo Faria, Geraldo das Neves e Flavinho Machado
Amor vem agora
Ver o esplendor do luar
A noite é linda senhora
Que o poeta vai acordar
Desperta Cartola
Vem pra avenida
Se a Mangueira é uma porta aberta
Você é a razão da sua vida
Você plantou, viu germinar
E a semente cresceu formosa (bis)
Deu Mangueira verde de manga-rosa
Seus frutos de alegria e tristeza
Afagaram o pranto
Acendendo a chama da beleza
Seu nome é poesia
Nasceu da primeira estação
As suas pastoras
Estrelas de um novo dia
É força, é raça, é coração
Cantar, cantar, brincar, brincar (bis)
Deixa a brisa da euforia nos levar
Pra reviver de novo
Tradições do Rio antigo
Monteiro Lobato, samba festa de um povo
Lendas do Abaeté
Mangueira é
Um canto de fé (bis)
E leva o samba na poeira e no pé
1984
Enredo: Yes, nós temos Braguinha
Autores: Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá
Vem
Ouvir de novo o meu cantar
Vem ouvir as pastorinhas
A luz de um pássaro cantor
Yes, nós temos Braguinha
Bela época
Quando o poeta floresceu
Oh, meu Rio
Então cantando amanheceu
Num fim de semana em Paquetá
Ouvi "Carinhoso", amei ao luar
Laura que não sai da minha mente (bis)
Morena, a saudade mata a gente
Hoje tem fogueira
Viva São João (bis)
Mané fogueteiro
Vai soltar balão
Carnaval
O povo vibra de alegria
Ao cantar a tua poesia
Será que hoje tudo já mudou
Onde andará o arlequim tão sonhador
Chora pierrô, chora
Se a tua colombina foi embora
Samba, a mulata é a tal
Salve a loirinha
Dos olhos claros de cristal
É no balancê, balancê
Eu quero ver balançar (bis)
É no balanço
Que a Mangueira vai passar
1985
Enredo: Abram alas que eu quero passar - Chiquinha Gonzaga
Autores: Jurandir, Hélio Turco e Darcy da Mangueira
É carnaval
O samba faz vibrar a multidão
Lá vem Mangueira
Não posso conter a minha emoção
Vamos reviver o Rio antigo
Onde Chiquinha se fez imortal
Oh, deusa da folia
Rainha do meu carnaval
Eu sou da lira
Não vou negar
"Ô abram alas que eu quero passar"
Só não passa a saudade
A saudade que ficou no seu lugar (liberdade)
Liberdade
Oh, falsa realidade (eu falei liberdade)
Liberdade
O sonho foi morar noutra cidade
Desprezou a burguesia
E o requinte dos salões
Abraça a boêmia
E deixa na boca do povo (bis)
Mais de mil canções
Roda baiana
Levanta poeira do chão (bis)
Roda baiana
Nas cores do meu coração
1986
Enredo: Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm
Autores: Ivo Meirelles, Paulinho e Lula
Mangueira vê no céu dos orixás
O horizonte rosa no verde do mar
A alvorada veste a fantasia
Pra exaltar Caymmi e a velha Bahia ô, ô, ô
Quanto esplendor
Nas igrejas soam hinos de louvor
E pelos terreiros de magia
O ecoar anuncia um novo dia
Nesta terra fascinante
A capoeira foi morar
O mundo se encanta (bis)
Com as cantigas que fazem sonhar
Lua cheia
Leva a jangada pro mar
Oh, sereia
Como é belo o teu cantar
Das estrelas
A mais linda tá no Gantois
Mangueira berço do samba
Caymmi a inspiração
Que mora no meu coração
Bahia terra sagrada
Iemanjá, Iansã
Mangueira supercampeã
Tem xinxim e acarajé (bis)
Tamborim e samba no pé
1987
Enredo: O reino das palavras - Carlos Drummond de Andrade
Autores: Rody, Verinha e Bira do Porto
Mangueira
De mãos dadas com a poesia
Traz para os braços do povo
Este poeta genial
Carlos Drummond de Andrade
Suas obras são palavras
De um reino de verdade
Itabira
Em seus versos ele tanto exaltou
Com amor (bis)
Eis a minha verde e rosa
Cantando em verso e prosa
O que o poeta inspirou
É Dom Quixote, ô
É Zé Pereira (bis)
É Charlie Chaplin
No embalo da Mangueira
Olha as carrancas
Do rio São Francisco
Rema, rema, remador
Primavera vem chegando
Inspirando o amor
O Rio toma forma de sambista
Como o artista imaginou
Na ilusão de um sonho
Achei (bis)
O elefante que eu imaginei
1988
Enredo: 100 anos de liberdade, realidade ou ilusão?
Autores: Hélio Turco, Jurandir e Alvinho
Será
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será
Que a lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo imaginada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu (bis)
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao Criador (pergunte ao Criador)
Quem pintou esta aquarela (bis)
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei
Que Zumbi dos Palmares voltou ô ô ô ô
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor (ai, senhor)
Eis a luta do bem contra o mal (bis)
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
O negro samba
Negro joga capoeira (bis)
Ele é o rei na verde e rosa da Mangueira
1989
Enredo: Trinca de reis
Autores: Ney João, Adilson da Viola e Fandinho
Lá do alto
Mangueira anuncia
Trinca de reis
Que ao Rio trouxe alegria
Walter Pinto
Seu teatro de revista
Revolucionou
E revelou grandes artistas
Lindas peças
Com cenografia sem igual
Carlos Machado fez teatro musical
Vai na roleta ou no bacará
Vamos jogar ioiô (bis)
Vamos jogar iaiá
Que saudade do Cassino da Urca
Da orquestra e do Night and Day
Grandes noites eu passei
Mas hoje tem o Chico Recarey
E o Rio apresenta
Das noites o mais novo rei
Vou de Scala
Vou ao show no Asa Branca (bis)
Neste Rio que eu amo
A noite é uma criança
1990
Enredo: E deu a louca no barroco
Autores: Hélio Turco, Jurandir e Alvinho
Viveu
Em Vila Rica a Cinderela
Entre sonhos e quimeras
De raríssimo esplendor
Brilhou
Como sol da primavera
E a beleza de uma flor
E assim
Imperando nos salões
Em seu doce delírio
Conquistou corações
Acalentou o ideal da liberdade
E transformou toda mentira (bis)
Na mais fiel realidade
Vai, contar estórias do infinito
Vai, não haverá amanhecer
Vai dizer que foi esculturada
Que sofreu por amor
Que foi amada
Musa inspiradora
Luz de uma canção (bis)
Bailando na imensidão
Sinhá Olimpia
Quem é você (bis)
Sou amor sou esperança
Sou Mangueira até morrer
1991
Enredo: As três rendeiras do universo
Autores: Hélio Turco, Alvinho e Jurandir da Mangueira
Quando o mundo era uma criança
O Divino um dia enviou
A luz de uma esperança
Então surgiram
As três rendeiras do universo
Que vêm brilhar
Ma sutileza dos meus versos
Um romance entre o sol e a lua nasceu
Um romance que o homem jamais entendeu
No céu a estrela guia apareceu
Renda de luz
Que faz sonhar (bis)
Uniu a terra, o sol e o mar
Tão bonito é minha escola desfilar
Vem amor
Vem ver um novo alvorecer
Vem amor
Quanta alegria de viver
Uma rosa enfeita o jardim
A maldade já chegou ao fim
E nas rendas de prata do mar
Surge uma sereia a cantar
Ó rendeira
A jangada não voltou (bis)
Passa o tempo, passa a vida
Só não passa o seu amor
1992
Enredo: Se todos fossem iguais a você
Autores: Hélio Turco, Alvinho e Jurandir da Mangueira
Mangueira vai deixar saudade
Quando o carnaval chegar ao fim
Quero me perder na fantasia
Que invade os poemas de Jobim
Amanheceu
O Rio canta de alegria
Aconteceu
A mais linda sinfonia
O sol já despontou na serra
Molhando o seu corpo sedutor
O mar beija a garota de Ipanema (bis)
A musa de um sonhador
É carnaval
É a doce ilusão (bis)
É promessa de vida no meu coração
Vem, vem amar a liberdade
Vem cantar e sorrir
Por um mundo melhor
Vem, meu coração está em festa
Eu sou a Mangueira em Tom maior
Salve o samba de terreiro
Salve o Rio de Janeiro
Seus recantos naturais
Se todos fossem iguais a você (bis)
Que maravilha seria viver
1993
Enredo: Dessa fruta eu como até o caroço
Autores: Dirceu, Eraldo Caê, Verinha, Preto, Fernando de Lima, Ney Mattos, Bira do Porto e Gustavo
Da Índia a manga se originou ô, ô
Floresceu como a poesia
E lá na África encantou
Pôs na boca um gosto de alegria
E foi a primeira vez
Que o colono português
No Brasil veio plantar
O fruto macio
Seduziu meu Rio
Chegou pra ficar
Sente oh, linda lua
O aroma que flutua
E que faz sonhar
Tem manga rosa
Eu vou provar (bis)
Cheiro e magia
Bailam no ar
Entre tantos tipos de mangueira
Há uma especial
Na Estação Primeira
Ela simboliza o samba
É a união de gente bamba
Onde desabrocham tantas flores
E hoje linda, te vejo mais bela
Nessa passarela, você explode coração
Mangueira, estou tão feliz
É verde e rosa, é verde e rosa a minha emoção
Seja fruta brasileira
Da Mangueira esse colosso (bis)
Dessa fruta eu como até o caroço
1994
Enredo: Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu
Autores: David Corrêa, Paulinho Carvalho, Carlos Sena e Bira do Porto
Bahia é luz de poeta ao luar
Misticismo de um povo
Salve todos os orixás
Quem me mandou estrelas de lá
Foi São Salvador
Pra noite brilhar
Mangueira
Jogando flores pelo mar
Se encantou com a musa que a Bahia dá
Obá berimbau ganzá (bis)
Ô capoeira joga um verso prá iaiá
Caetano e Gil ô
Com a tropicália no olhar
Doces Bárbaros ensinando a brisa a bailar
A meiguice de uma voz
Uma canção
No teatro opinião
Bethânia explode coração
Domingo no parque, amor
Alegria, alegria, eu vou
A flor na festa do interior
Seu nome é Gal
Aplausos ao cancioneiro
É carnaval
É Rio de Janeiro
Me leva que eu vou
Sonho meu (bis)
Atrás da verde e rosa
Só não vai quem já morreu
1995
Enredo: A esmeralda do Atlântico
Autores: Rody, Verinha, Paulinho Carvalho e Fernando de Lima
Naveguei cruzando os mares
De verde e rosa eu vim
Desvendei tanta beleza
E hoje sou feliz assim, assim, assim
Numa onda de euforia
Deslizei nesta magia
E caí no azul do mar
Lendas, mistérios
Alamoa, rainha que nos faz sonhar
Ó pescador
O mostro engana (bis)
E tem maldade
Joga a rede e vai saudade
Foi na fonte
Que eu provei do seu encanto e despertei
Oh, cigana
Fui olhar pra você
Eu me enfeiticei
Achei
Noronha meu maior tesouro
Onde o dragão protege o ouro
Que o capitão deixou
Linda, paraíso da ecologia
Jóia rara traz a poesia
Preservação e amor
No vai-e-vem desse mar
Eu também vou velejar (bis)
Eu sou Mangueira
Vamos balançar
1996
Enredo: Os tambores da Mangueira na terra da encantaria
Autores: Chiquinho Campo Grande e Marcondes
No revoar da inspiração
O poeta conseguiu
Contar em verso e prosa
O amor pela cultura
Lendas e mistérios do Nordeste do Brasil
Deite numa rede de algodão
E adormeça nas crenças do Maranhão
No fundo do mar
Tem um castelo que é do rei Sebastião
Tem mandinga, tem segredo (bis)
Meu amor eu tenho medo
De brincar com assombração
Ana, se fez Don’Ana
Na carruagem tem uma mula sem cabeça
Por incrível que pareça
Uma serpente circundando o ribeirão
A Mamguda vai chegar
Bumba-meu-boi e cazumbás
É festa de São João
Agô Iná, Iná Agô
Oh! Doce mãe sereia
No seu lampejo que ilumine todos nós (bis)
Lá na praia dos Lençóis
É noite de lua cheia
Os tambores da Mangueira
Na terra da encantaria
Encantaram o touro negro
Que num toque de magia
Se vestiu de verde e rosa (bis)
E embarcou na poesia
1997
Enredo: O Olimpo é verde e rosa
Autores: Chiquinho Campo Grande, Lequeone e Jorge Magalhães
A luz se fez nascer de um novo dia
E a Mangueira em poesia
Fez luzir um clarão
Criou a juventude campeã
De corpo são e mente sã
É o Brasil do amanhã
Na Grécia antiga
Onde Zeus fez a morada
A hostilidade acontecia
Olímpia se tornou sagrada
Numa sábia decisão
Criaram os jogos da paz
Falou a voz da razão
Guerra nunca mais
Nero, o cruel sonhador
Entrou na competição
Disputou só, se fez campeão (bis)
Um grande imperador
Não deixou continuar
E fez a chama do Olimpo se apagar
Graças ao barão de Coubertin
As Olimpíadas voltaram
É o amor e a liberdade
Exaltando o valor e a igualdade
Assim como o barão
Mangueira, o santuário da esperança
O Olimpo é verde e rosa
É o esporte na cultura da criança
De braços abertos, sou o Rio de Janeiro (bis)
2004 é o sonho brasileiro
1998
Enredo: Chico Buarque de Mangueira
Autores: Nelson Dalla Rosa, Vilas Boas, Nelson Csipai e Carlinhos das Camisas
Mangueira despontando na avenida
Ecoa como canta um sabiá
Lira de um anjo em verso e prosa
De um querubim que em verde e rosa
Faz toda a galera balançar
Hoje o samba saiu
Pra falar de você
Grande Chico iluminado
E na Sapucaí eu faço a festa
E a minha escola chega dando o seu recado
É o Chico das artes, o gênio
Poeta Buarque, boêmio (bis)
Sua vida no palco, teatro, cinema
Malandro sambista, carioca da gema
Marcando feito tatuagem
Acordes no seu violão
Chico, abraça a verdade
Com dignidade contra a opressão
Reluz o seu nome na história
A luz que ficou na memória
E hoje o seu canto de fé, de fé (bis)
Vai buarqueando com muito axé
Ô iaiá
Vem pra avenida ver meu guri desfilar (bis)
Ô iaiá
É a Mangueira fazendo o povo sambar
1999
Enredo: O século do samba
Autores: Adalberto, Jocelino e Jerônimo
No rufar do seu tambor
Anunciou a verde e rosa
Que canta o século do samba
Canta os bambas em verso e prosa
"Pelo Telefone”
Vai buscar quem foi pra longe
Pra matar minha saudade
Recorda a Praça Onze em poesia
Deixa falar a nostalgia
O morro desce a ladeira pra cidade
Sinhô, Isamel, Pixinguinha
Cartola, Noel, Candeia (bis)
Ecoa no céu Mangueira
Traz todo o samba pra Estação Primeira
É orgulho, é religião
Em meigas faces tradição
Jeito moleque, mostra em breque
E o amor então se faz canção
Partido alto em fundo de quintal
Silas, poeta do meu carnaval
Mangueira, hoje o povo todo aclama
Nossa majestade, o samba
O mundo é um eterno moinho
Em seu berço, "Folhas Secas" vão caindo
As novas vão crescer em seu caminho
A Manga brota em flor sem ter espinhos
No batuque, no pagode
Avante mangueira (bis)
"Teu cenário é uma beleza"
Tua voz uma bandeira
2000
Enredo: Dom Obá II - Rei dos esfarrapados, príncipe do povo
Autores: Marcelo D´Aguiã, Bizuca, Gilson Bermini e Valter Veneno
Axé, mãe África
Berço da nação Iorubá
De onde herdei o sangue azul da realeza
Sou guerreiro de Oyó
Filho dos orixás
Vim da corte do sertão
Pra defender nossa pátria
Mãe gentil
Sou dom Obá, o príncipe do povo
Rei da ralé
Nos meus delírios, um mundo novo
Eu tenho fé
No rio de lá
Luxo e riqueza (bis)
No rio de cá
Lixo e pobreza
Freqüentei o palácio imperial
Critiquei a elite do jornal
Desejei liberdade
500 anos Brasil
E a raça negra não viu
O clarão da igualdade
Fazer o negro respirar felicidade
Sonho ou realidade
Uma dádiva do céu (do céu, do céu)
Vi o morro da Mangueira (bis)
Sambar de porta-bandeira
A princesa Isabel
2001
Enredo: A seiva da vida
Autores: Marcelo D´Aguiã, Bizuca, Gilson Bermini e Clóvis Pê
Nos mares da poesia, naveguei
Cruzando as fronteiras do tempo
Eu aportei
Nas terras de Canaã
O povo fenício encontrei
Do cedro, construíam as embarcações
Banhando com sabedoria
Outras civilizações
A expansão comercial
Gerou o intercâmbio cultural
Mistério, a seiva da vida
Chega ao país do carnaval
É prometida esta terra
Abençoado nosso chão (bis)
Onde a semente da paz é verde e rosa
E brota no seu coração
Da arte assíria, a inspiração
O rei mandou construir
O monumento ao amor
E à rainha negra ofertou
Tem mascates, troca-troca, gritaria
A dança do ventre até hoje contagia
Vou pro Saara comprar, no dia-a-dia
Descendo o morro
Vou vendendo alegria
Eu sou a essência do samba
A minha raiz é de bambas
Sou Mangueira (bis)
O tronco forte que dá fruto
A vida inteira
2002
Enredo: Brasil com 'Z' é pra cabra da peste, Brasil com 'S' é nação do Nordeste
Autores: Lequinho e Amendoim
Mangueira encanta
E canta a história que o povo faz
Vem mostrar a nação do valente sertão
De guerras e de sonhos imortais
A cada invasão, uma reação
Pra cada expedição, um brado surgia
Brilhou o sol no sertão
A luz de um novo dia
Lendas e crendices, mistérios que vem ao luar
No velho Chico naveguei, com meu cantar
No canto e na dança
No pecado ou na fé, vou seguir no arrasta-pé
Deixa o povo aplaudir (bis)
Ao som da sanfona
Vou descendo a ladeira, com o trio da Mangueira
''Doce Cartola'' sua alma está aqui
Padim, Padre Ciço faça chover alegria
Pra que cada gota seja o pão de cada dia
Jogo flores ao mar pra saudar Iemanjá
E na lavagem do Bonfim eu peço axé
Terra encantada, tão predestinada
Tua beleza não tem fim
Brasil, no coração eu levo paz
Pau-de-Arara nunca mais
Vou invadir o Nordeste, sou cabra da peste
Sou Mangueira (bis)
No forró, no xaxado os filhos do chão rachado
Vêm com a Estação Primeira
2003
Enredo: Os dez mandamentos! O Samba da paz canta a liberdade
Autor(es): Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clovis Pê
Um clarão no céu
Iluminou Mangueira
Surge um caminho de luz
Pra mergulhar na história
No Egito, um faraó
Poder e riqueza, cruel tirania
E um povo sonhava na lama
Que o "libertador" ali nasceria
Flutua nas águas do Nilo
A esperança guiando o menino
Criado no luxo da corte
Enfrenta o deserto, sagrado destino
É o vento que sopra poeira
Segue o homem em busca da fé (bis)
Do alto uma voz anuncia
A certeza de um novo dia
Moisés desafia o rei
A ira divina desaba na terra
Libertação, e num gesto encantado
O mar virou passarela
No ouro a falsa adoração
A vontade de Deus é a lei da verdade
Foi revelada pra humanidade
Mostra pro mundo Brasil (meu Brasil)
O caminho da felicidade
Quem plantar a paz, vai colher amor
Um grito forte de liberdade (bis)
Na Estação Primeira ecoou
2004
Enredo: Mangueira redescobre a Estrada Real... E deste Eldorado faz seu carnaval
Autor(es): Cadu, Gabriel, Almyr e Guilherme
Mangueira
Um brilho seduziu o meu olhar
E me fez encontrar
A Estrada do Sonho
Real desejo de poder e ambição
As trilhas bordadas em ouro
Levaram um tesouro à caminho do mar
Teu chão é um retrato da história
E o tempo não pode apagar
Hoje, eu descubro a beleza
Que faz a riqueza voltar
Por belos recantos andei
Das suas águas provei (bis)
De mansinho eu peço passagem
A Mangueira vai seguir viagem
Que tempero bom
Pode avisar que a comida está na mesa
Se a pinga não "pegar"
Eu chego ao Rio com certeza
Na Arte, eu vi obras que o gênio esculpiu
Igrejas, o Barroco emoldura o Brasil
Oh Minas
És um berço de cultura, és raiz
Que brilha forte em verde e rosa
Herança e patrimônio de um país
Eu vou embarcar
Na Estação Primeira (bis)
Tesouro do Samba, minha paixão
"Ê Trem Bão"
2005
Enredo: Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval é Pura Energia e a Energia é Nosso Desafio
Compositores: Lequinho, Junior Fionda e Amendoim
Mangueira despontou no infinito
Numa explosão de cor
Em sua sutileza e dom divino
O universo Deus criou
Fez a luz, separou da escuridão
Coloriu de verde e rosa
Toda sua criação
O mundo gira, avança a tecnologia
A ciência faz o homem acreditar
Que a vida é uma fonte de energia pra sonhar
O vento corta o mar
Faz o moinho girar, vem sambar! (bis)
Com pensamento de amor, traz alegria no olhar
Que a energia negativa não vai te pegar
O desafio é o ciclo da vida
A água banha e guarda o tesouro desse chão
Da terra vi brotar tanta beleza
Do ventre da mulher uma nação
Mangueira, tu és o ar que eu respiro
O fogo que aquece o meu coração
A esperança de um novo amanhecer
É reciclar, sobreviver
Se me desafiar, pode contar, não vou desistir
Pois a energia é o nosso desafio
E o nosso desafio é aqui
A energia do samba é combustível pro amor
Sou Mangueira
Nos braços do povo fazendo fluir (bis)
A verde e rosa na Sapucaí
2006
Enredo: Das Águas do Velho Chico, Nasce um Rio de Esperança
Compositores: Henrique Gomes, Gilson Bernini e Cosminho

Vou navegar
Com a minha Estação Primeira
Nas águas da integração chegou Mangueira
Opará, rio-mar, o nativo batizou
Quem chamou de São Francisco foi o navegador
Na serra ele nasce pequenino
Ilumina o destino, vai cumprir sua missão
Se expande pra mostrar sua grandeza
"Gigante pela própria natureza"

A carranca na Mangueira vai passar
Minha bandeira tem que respeitar (bis)
Ninguém desbanca minha embarcação
Porque o samba é minha oração

Beleza, o bailar da piracema
Cachoeiras, um poema a preservação
Lendas ilustrando a história
Memórias do valente Lampião
Mercado flutuante, um constante vai-e-vem
Violeiro, sanfoneiro, que saudade do meu bem
O sabor desse tempero, eu quero provar
Graças à irrigação, o chão virou pomar
E tem frutas de primeira pra saborear
Um brinde à exportação, um vinho pra comemorar
O Velho Chico, é pra se orgulhar

O sertanejo sonhou
Banhou de fé o coração (bis)
E transbordou em verde e rosa
A esperança do sertão

2007
Enredo: Minha Pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor
Autore(s): Lequinho, Junior Fionda, Aníbal e Amendoim

Quem sou eu
Tenho a mais bela maneira de expressar
Sou Mangueira... uma poesia singular
Fui ao Lácio e nos meus versos canto a última flor
Que espalhou por vários continentes
Um manancial de amor
Caravelas ao mar partiram
Por destino encontraram Brasil...
Nos trazendo a maior riqueza
A nossa língua portuguesa
Se misturou com o tupi, tupinambrasileirou
Mais tarde o canto do negro ecoou
E assim a língua se modificou

Eu vou dos versos de Camões
As folhas secas caídas de Mangueira (bis)
É chama eterna, dom da criação
Que fala ao pulsar do coração

Cantando eu vou
Do Oiapoque ao Chuí ouvir
A minha pátria é minha língua
Idolatrada obra-prima, te faço imortal
Salve... Poetas e compositores
Salve também os escritores
Que enriqueceram a tua história
Ó meu Brasil
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Hoje a herança portuguesa nos conduz
À estação da luz

Vem no vira da Mangueira, vem sambar
Meu idioma tem o dom de transformar (bis)
Faz do Palácio do Samba uma casa portuguesa
É uma casa portuguesa com certeza

2008
Enredo: 100 Anos de Frevo, é de Perder o Sapato - Recife Mandou me Chamar...
Compositores: Lequinho, Junior Fionda, Francisco do Pagode, Silvão e Aníbal
Ao som de clarins
Descendo a ladeira
Sou Mangueira
Tem frevo no samba
Deu nó na madeira
Orgulho da cultura brasileira
A majestade é o povo
Sem o povo, história não há
Estende o brasão, reflete o Leão
Símbolo de garra e união

Capoeira invade os salões
Mascarados, despertam Dragões (bis)
E pelas ruas, vem Zé Pereira
Arrastando a multidão

Nascia o frevo contagiando toda a massa
E até hoje tem colombina e seus amores
Passo no bloco das flores
O profano é sagrado no maracatu
Nos cem anos de história, desperto a alvorada
Brincando no Galo da Madrugada
Invade a cabeça, o corpo, embala os pés
Delírio da massa, um "fervo"
É a Mangueira no passo do frevo
Voltei de sombrinha na mão
Sonhando em gritar é campeã

Mandou me chamar, eu vou
Pra Recife festejar (bis)
Alegria no olhar, eu vejo
É frevo, é frevo, é frevo


2009
Enredo: A Mangueira traz os Brasis do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro
Autore(s): Lequinho, Jr. Fionda, Gilson Bernini e Gusttavo Clarão

Deus me fez assim filho desse chão
Sou povo, sou raça... miscigenação
Mangueira viaja nos Brasis dessa nação
O branco aqui chegou
No paraíso de encantou
Ao ver tanta beleza no lugar
Quanta riqueza pra explorar
Índio valente guerreiro
Não se deixou escravizar... lutou
E um laço de união surgiu
O negro mesmo entregue à própria sorte
Trabalhou com braço forte
Na construção do meu Brasil

É sangue, é suor, religião
Mistura de raças num só coração (bis)
Um elo de amor à minha bandeira
Canta a Estação Primeira

Cada lágrima que já rolou
Fertilizou a esperança
Da nossa gente, valeu a pena
De norte a sul desse país
Tantos Brasis, sagrado celeiro
Crioulo, caboclo, retrato mestiço
De fato, sou Brasileiro!
Sertanejo, caipira, matuto... sonhador
Abraço o meu irmão
Pra reviver a nossa história
Deixar guardado na memória... o seu valor

Sou a cara do povo... Mangueira
Eterna paixão (bis)
A voz do samba é verde-e-rosa
E "nem cabe explicação"

2010
Enredo: Mangueira é a Música do Brasil
Autores: Renan Brandão, Machado, Paulinho Bandolim e Rodrigo Carioca

"Vai passar"
Nessa avenida mais um samba popular
Mangueira até "parece um céu no chão"
É música vestida de emoção
Com notas e acordes refletiu
Em suas cores o orgulho do Brasil
Nas ondas do rádio
De norte a sul viajei
Do sonho dourado embarquei, parece magia
Vai, minha inspiração
"Num doce balanço a caminho do mar"
Vem me trazer a canção
Pro mundo se encantar

Tantas emoções na verde e rosa
Brilham as estrelas imortais (bis)
"Bate outra vez" uma saudade
Lembro dos antigos festivais

Um verso me levou
Do rock à Jovem Guarda
Fui "caminhando e cantando" ao luar
"Com a Tropicália no olhar"
Atrás do trio eu quero ver
O baile começar e a noite adormecer
"O sol nascerá", as cortinas irão se fechar
"Folhas secas" virão e o show vai continuar

Meu coração é verde e rosa
Descendo o morro, eu vou (bis)
A música, alegria do povo
Chegou, a Mangueira chegou

2011
Enredo: O Filho Fiel, Sempre Mangueira
Autores: Alemão do Cavaco, Cesinha Maluco, Xavier, Ailton Nunes, Rifai e Pê Baianinho

Quis o criador me abençoar
Fazer de mim um menestrel
Traço o meu passo no compasso
Dos surdos de primeira
Sou Mangueira!
Trilhei ruas e vielas
"Morro" de alegria e emoção
Procurando harmonia, encontrei a poesia
E me entreguei à boêmia
No Buraco Quente, Olaria e Chalé
Com meus parceiros de fé

Trago violão no Zicartola, Opinião...
Se te encantei com meu talento (bis)
Acabo te vendendo uma canção

Passei... "aquela dor" venceu espinhos
"Amor perfeito" em nosso ninho
Que foi desfeito ao luar
Prazer... me chamam Nelson Cavaquinho
Tatuei em meu caminho
Seletas obras musicais
Sonhei que "folhas secas" cobriam meu chão
Pra delírio dessa multidão
Impossível não emocionar
Chorei... Ao voltar para minha raiz
Ao teu lado eu sou mais feliz
Pra sempre vou te amar

Mangueira é nação, é comunidade
"Minha festa", teu samba, ninguém vai calar (bis)
Sou teu filho fiel, Estação Primeira
Por tua bandeira vou sempre lutar

2012

Enredo: Vou festejar! Sou Cacique, sou Mangueira!
Compositores: Igor Leal, Lequinho, Junior Fionda e Paulinho Carvalho

Salve a tribo dos bambas!
Onde um simples verso se torna canção...
Salve o novo palácio do samba!
O “Doce refúgio” pra inspiração
Debaixo da tamarineira
Oxóssi guerreiro me fez recordar
Um lugar... O meu berço num novo lar
Seguindo com os “pés no chão”
“Raiz” que se tornou religião
Da boemia, dos antigos carnavais
Não esquecerei jamais!

Firma o batuque, quero sambar...
Me leva!
A Surdo Um faz festa! (bis)
Esqueça a dor da vida...
Caciqueando na avenida

Sim...
Vi o bloco passando, o nobre rezando e o povo a cantar
Sim...
Era um nó na garganta ver o Bafo da Onça desfilar...
Chora, chegou a hora eu não vou ligar
Minha cultura é arte popular
Nasceu em Fundo de Quintal...
Sou Imortal e vou dizer
Agonizar não é morrer
Mangueira, fez o meu sonho acontecer... (hey, hey, hey)
O povo não perde o prazer de cantar
Por todo universo minha voz ecoou
Respeite quem pôde chegar
Onde a gente chegou!

Vem festejar, na palma da mão
Eu sou o samba, “a voz do morro”! (bis)
Não dá pra conter tamanha emoção
Cacique e Mangueira num só coração

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