Acadêmicos do Salgueiro
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Salgueiro | |
---|---|
Fundação | 5 de março de 1953 (63 anos) [1][2] |
Escola-madrinha | Mangueira [3][4] |
Cores | |
Símbolo | Pandeiro, surdo de barrica, ganzá e tamborim quadrado [5] |
Bairro | Andaraí [1][6] |
Presidente | Regina Celi [7] |
Carnavalesco | Renato Lage e Márcia Lage [8] |
Intérprete oficial | Leonardo Bessa Serginho do Porto e Xande de Pilares [8] |
Diretor de carnaval | Alexandre Couto [8] |
Diretor de harmonia | Jô Calça Larga, Siro e Tia Alda [8] |
Diretor de bateria | Mestre Marcão [8][9] |
Rainha da bateria | Viviane Araújo [10][11] |
Mestre-sala e porta-bandeira | Sidcley e Marcella Alves[8] |
Coreógrafo | Hélio Bejani [8] |
Desfile de 2017 | |
Enredo | "A Divina Comédia do Carnaval" |
Posição de desfile | 5° a desfilar no domingo (26/2/2017) por volta de 3h |
Site oficial www.salgueiro.com.br |
Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro (frequentemente referida apenas como Salgueiro) é uma escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro. Originária do Morro do Salgueiro, atualmente é sediada na Rua Silva Teles, n.º 104, no bairro do Andaraí, onde também funciona a Vila Olímpica do Salgueiro.[12] Foi fundada em 5 de março de 1953, a partir da fusão de duas escolas de samba do Morro do Salgueiro, a Depois Eu Digo e a Azul e Branco.[13]
Possui nove títulos de campeã do Grupo Especial do carnaval carioca, conquistados nos anos de 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975, 1993 e 2009. É uma das maiores vencedoras do Estandarte de Ouro, sendo premiada como melhor escola por sete vezes.[14] É a maior vencedora do Tamborim de Ouro, conquistando por seis vezes o prêmio principal.[15] Nunca foi rebaixada do Grupo Especial. Sua pior colocação ocorreu em 2006, quando obteve o 11.º lugar.
A Acadêmicos do Salgueiro desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã Portela. A escola foi responsável por renovar a estética do carnaval carioca ao convidar artistas de formação acadêmica, para confeccionar seus desfiles.[16] Em 1959, foi o casal de artistas plásticos Dirceu e Marie Louise Nery os responsáveis pelo desfile da escola, sobre o pintor francês Jean-Baptiste Debret. A apresentação chamou atenção de um dos julgadores, o professor da Escola de Belas Artes e cenógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Fernando Pamplona, que foi convidado pelo presidente da escola, Nelson de Andrade, para confeccionar o desfile de 1960. Neste ano, a escola conquistou o seu primeiro campeonato, com o enredo "Quilombo dos Palmares". Também nesse período, a escola inovou na escolha dos enredos, homenageando personalidades brasileiras, na época, pouco conhecidas, como Zumbi dos Palmares (em 1960), Xica da Silva (em 1963), Chico Rei (em 1964) e Dona Beija (em 1968). Naquela época, apenas figuras conhecidas da história nacional eram temas de enredo.[17] Em 1963, pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba apresentava um enredo centrado em uma personalidade feminina.[18] A escola inovou, mais uma vez, ao apresentar uma ala de passo marcado. Coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ala trazia casais dançando um minueto. A ideia causou polêmica, mas, com o passar do tempo, o artifício foi utilizado por outras agremiações em seus desfiles.[19] Polêmicas à parte, naquele ano a escola conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval carioca, com um enredo de Arlindo Rodrigues sobre Chica da Silva. Em 1965, conquistou o seu terceiro campeonato com um enredo sobre a história do carnaval carioca. Em 1969 foi campeã fazendo uma homenagem à Bahia. Em 1971, conquistou o seu quinto título de campeã com o popular samba-enredo "Festa para um rei negro", conhecido pelo refrão "O-lê-lê, o-lá-lá / Pega no ganzê / Pega no ganzá". Os anos de 1974 e 1975 marcaram uma nova mudança na escolha dos enredos.[20] O carnavalesco Joãosinho Trinta conquista mais dois títulos para a escola com dois enredos oníricos, misturando realidade e imaginação. Em 1993, a escola foi protagonista de um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca.[21] Com o enredo "Peguei um Ita no Norte", do carnavalesco Mario Borrielo, a escola conquistava o seu oitavo campeonato. Durante o desfile, o público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão "Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".[22] Em 2009 a escola conquistou o seu nono título de campeã do carnaval carioca, com o enredo "Tambor", do carnavalesco Renato Lage.
Alguns dos mais importantes carnavalescos da história do carnaval carioca iniciaram a carreira na Acadêmicos do Salgueiro. Entre eles, Arlindo Rodrigues, Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Maria Augusta, Renato Lage, Max Lopes e Joãosinho Trinta - todos de formação acadêmica. A maioria foi levado para a escola por Fernando Pamplona, fato que lhe deu a alcunha de "o pai de todos os carnavalescos".[23] Aos poucos, outras escolas aderiram à ideia, consolidando a presença de artistas acadêmicos no carnaval carioca. A escola possui o lema "Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". É apelidada de "Academia do samba", e sua bateria é denominada "A Furiosa".[24]
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
Origem[editar | editar código-fonte]
A Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro é originária do Morro do Salgueiro. O morro tem seu nome em referência ao comerciante português Domingos Alves Salgueiro, que, em meados de 1900, era proprietário de mais de trinta barracos e dono do único comércio do local.[16] Logo, o "morro do seu Salgueiro" se tornou Morro do Salgueiro. Dentre as manifestações populares que eram cultivadas no Salgueiro estavam o Caxambú, Carimbó, Folia de Reis, Calango, Jongo, Samba de Roda, além de vários blocos carnavalescos como: Capricho do Salgueiro, Flor dos Camiseiros, Terreiro Grande, Príncipe da Floresta, Pedra Lisa, Unidos da Grota e Voz do Salgueiro.[25] Da união de pequenos blocos, surgiram três escolas de samba: Azul e Branco, Unidos do Salgueiro e Depois Eu Digo.[26] A Escola de Samba Azul e Branco tinha entre seus componentes Antenor Gargalhada, o português Eduardo Teixeira, e Paolino Santoro, conhecido como Italianinho do Salgueiro. A Unidos do Salgueiro, de cores azul e rosa, foi formada pela união dos blocos Capricho do Salgueiro e Terreiro Grande e tinha como comandante Joaquim Casemiro, conhecido como Joaquim Calça Larga. A Escola de Samba Depois Eu Digo, de cores verde e branco, foi fundada em 1934 e tinha entre seus componentes Mané Macaco, Paulino de Oliveira e Ceciliano, o Peru.[13]
Fundação[editar | editar código-fonte]
Após o desfile de 1953, componentes das três escolas representantes do Morro do Salgueiro iniciaram uma campanha para unir as três agremiações, a fim de criar uma escola forte que pudesse disputar os campeonatos com as agremiações mais tradicionais, já que as três escolas, separadas, não conseguiam ameaçar o domínio de Portela, Império Serrano e Mangueira.[13] Em 5 de março de 1953, após algumas reuniões, integrantes da Depois Eu Digo e da Azul e Branco se uniram e fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.[13] A Unidos do Salgueiro, terceira escola existente naquela localidade e que tinha como representante maior o sambista Joaquim Calça Larga, não concordou com a união e, por esse motivo, não participou da fusão. Com o passar do tempo, a Unidos do Salgueiro foi extinta e seus componentes ingressaram na Acadêmicos do Salgueiro, inclusive Joaquim Calça Larga, que se tornou um dos principais nomes da escola.[26]
Nome, cores e pavilhão[editar | editar código-fonte]
O nome "Acadêmicos do Salgueiro" foi sugerido por Joaquim Calça Larga e escolhido através de votação durante uma reunião no dia 15 de março de 1953.[27] As cores, vermelho e branco, foram escolhidas por Francisco Assis Coelho (Gaúcho).[26] O pavilhão oficial do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro foi criado em 1956, por Nelson de Andrade. A bandeira é formada por 16 polígonos, vermelhos e brancos, dispostos alternadamente, que saem da extremidade da bandeira em direção ao canto superior esquerdo, onde fica o escudo com os símbolos da escola.[1] A bandeira sofreu transformações ao longo dos anos, porém, retornou ao desenho de origem.[24] O escudo da Acadêmicos do Salgueiro é formado por dois círculos vermelhos superpostos, onde ficam dispostos quatro instrumentos de percussão: pandeiro, surdo de barrica, ganzá e tamborim quadrado - instrumentos comuns em baterias de escolas de samba. Os instrumentos são circundados pelo nome da escola, em branco.[28]
Lema da escola[editar | editar código-fonte]
Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente. |
Pioneirismos, inovações e "revolução estética"[editar | editar código-fonte]
A história da Acadêmicos do Salgueiro, entre as décadas de 50 e 70, é marcada por pioneirismos e inovações.[29] A escola foi a primeira agremiação a convidar artistas plásticos, de formação acadêmica para confeccionar seus desfiles.[16] Em 1959, o casal de artistas plásticos Dirceu e Marie Louise Nery foram responsáveis pelo desfile da escola. Em 1960, o professor da Escola de Belas Artes e cenógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Fernando Pamplona foi convidado para confeccionar o desfile da escola. Pamplona ainda levaria ao Salgueiro, o figurinista do Teatro Municipal carioca, Arlindo Rodrigues; o aderecista e desenhista da Escola de Belas Artes, Nilton Sá; Max Lopes, também da EBA; e suas alunas, também da Escola de Belas Artes, Lícia Lacerda, Maria Augusta e Rosa Magalhães; além do cenógrafo Renato Lage. Joãosinho Trinta, naquela época bailarino do Municipal, também começou na Acadêmicos do Salgueiro, sendo levado por Arlindo Rodrigues. A entrada de artistas acadêmicos no carnaval carioca provocou uma revolução estética nos desfiles das escolas de samba.[30] Os quesitos plásticos (fantasias e alegorias), que até então ficavam em segundo plano em detrimento ao samba, bateria e outros quesitos, ganharam grande importância ao receberem maior tratamento visual. Portados de maior conhecimento sobre artes plásticas e cenografia, Pamplona e seus 'pupilos' buscaram imprimir maior efeito visual às fantasias e alegorias, introduzindo materiais alternativos como palha, ráfia, raspa de vime, feltro, papel alumínio, sisal, isopor, entre outras fibras.[2] Com o passar do tempo, outras escolas levaram artistas acadêmicos para confeccionar seus desfiles, consolidado a presença de artistas plásticos nos desfiles de escolas de samba.
A Acadêmicos do Salgueiro também inovou nas escolhas dos enredos, homenageando personalidades brasileiras, na época, pouco conhecidas, como Zumbi dos Palmares (em 1960), Chica da Silva (em 1963), Chico Rei (em 1964) e Dona Beija (em 1968). Na época, apenas figuras conhecidas da história nacional eram temas de enredo, herança do patriotismo imposto pelo Estado Novo e que ainda vigorava no carnaval carioca.[31] Em 1957, a escola colocou os afrodescendentes como protagonistas do carnaval, ao realizar o enredo "Navio Negreiro", sobre a viagem de escravos ao Brasil. A escola criou forte identificação com essa temática, tendo diversos enredos abordando a cultura afro-brasileira.
Foi a primeira escola a fazer um enredo sobre uma personalidade feminina, com "Xica da Silva", de 1963.[18] Neste mesmo ano, foi a primeira escola a apresentar uma ala de passo marcado. Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, coreografou a ala "o minueto".[33] Na época, a ideia causou polêmica, mas, com o passar do tempo, o artifício foi utilizado por outras agremiações em seus desfiles.[19] Em 1965, a escola inovou ao apresentar vinte rapazes da comunidade, fantasiados de burrinhas, em sua comissão de frente, lugar tradicionalmente ocupado por integrantes da velha guarda.[34][35]
Fernando Pamplona atribuiu as mudanças na forma de fazer desfile a Nelson de Andrade, presidente da Acadêmicos do Salgueiro que lhe convidou para fazer o desfile da escola em 1960. Segundo Pamplona, Nelson "foi o cara que revolucionou o carnaval. Em vez de cantar 'capa e espada' cantou o artista".[26][36]
Em 1974, outra inovação na construção de um enredo.[20] Misturando realidade e imaginação, "O Rei da França na ilha da assombração" foi o primeiro enredo onírico criado por Joãosinho Trinta.[37] No ano seguinte, o carnavalesco usaria a imaginação para criar mais um enredo fictício, em que as minas do Rei Salomão eram extraídas do Brasil.
A escola também foi uma das responsáveis por uma mudança no gênero de sambas-enredo.[16][38] Numa época de sambas extensos, com letras rebuscadas e melodia cadenciada, a escola apostou em sambas curtos, de letras fáceis e refrões fortes.[39] O primeiro foi "Bahia de todos os deuses", de 1969. Mas foi em 1971 que a escola conquistou grande êxito, com o samba composto por Zuzuca para o enredo "Festa para um rei negro".[40] O samba fez sucesso antes mesmo de vencer a disputa na quadra.[41] Foi campeão de vendagem ao ser regravado e lançado como single individual pelo cantor Jair Rodrigues.[42] Fez sucesso no exterior, e virou hino de torcida de futebol.[43] Após o sucesso do samba de 1971, compositores de outras escolas passaram a adotar o novo modelo.[44] Em 1972, a escola Império Serrano foi campeã do carnaval carioca com um samba-enredo nesse novo formato. O fato gerou grande discussão entre os sambistas. Silas de Oliveira, da Império Serrano, por exemplo, abandonara as disputas de samba exatamente por desaprovar esse novo modelo de "samba fácil".
No carnaval de 1959, em mais um ato de pioneirismo, a Acadêmicos do Salgueiro comunicou à organização dos desfiles que não usaria a corda que separava o público dos desfilantes, embora fosse obrigatório pelo regulamento.[45] Foi a primeira escola a homenagear outra agremiação, com enredo "Nossa madrinha, Mangueira querida", de 1972.[39] Em 1973, Joãosinho Trinta colocou, pela primeira vez, uma pessoa em cima de um carro alegórico.[3] Também foi a primeira escola a fazer a junção de dois sambas de enredo concorrentes, no ano de 1975.[37]
Segmentos[editar | editar código-fonte]
Presidência[editar | editar código-fonte]
Presidentes | ||
---|---|---|
Nome | Período | Referência |
Paulino de Oliveira | 1955 - 1956 | [47] [48] |
Nelson de Andrade | 1956 - 1958 | |
Manoel Carpinteiro | 1959 - 1960 | |
José Nicolau Nachef | 1961 | |
Mário Pinheiro | 1960 - 1962 | |
Osmar Valença | 1962 - 1976 | |
Euclides Pannar (China Cabeça Branca) | 1976 | |
Moacyr de Carvalho (Moacyr Lord) | 1976 - 1978 | |
Osmar Valença | 1978 - 1981 | |
Sillos de Oliveira | 1981 - 1982 | |
Régis Cardoso | 1982 - 1984 | |
Milton de Souza | 1984 - 1986 | |
Elizabeth Nunes | 1986 - 1988 | |
Miro Garcia | 1988 - 1993 | |
Waldemir Paes Garcia (Maninho) | 1993 - 1994 | |
Paulo César Mangano | 1994 - 2000 | |
Luiz Augusto Laje Duran (Fú) | 2001 - 2008 | |
Regina Celi Fernandes | 2009 - atualmente |
Intérpretes[editar | editar código-fonte]
Na lista de intérpretes com passagens pelo Salgueiro, estão Rico Medeiros, Rixxah, Wander Pires, Nêgo, entre outros. Djalma Sabiá, um dos fundadores da escola, foi o primeiro intérprete da agremiação. O compositor Noel Rosa de Oliveira foi durante 17 anos o intérprete oficial da escola, tendo dividido o posto, em várias ocasiões, com outras personalidades, como o cantor Jorge Goulart (em 1968); a cantora Elza Soares (em 1969); o compositor Zuzuca do Salgueiro (em 1971 e 1972); a cantora Alaíde Costa (em 1973); o então diretor de carnaval e harmonia da escola, Laíla (em 1974 e 1975); o compositor Zé Di (em 1974); e as cantoras Sônia Santos (em 1975) e Dinalva (em 1976).[49]Outro intérprete de destaque da escola foi Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como Quinho.[50] No Salgueiro, Quinho ficou por 19 carnavais, sendo campeão em 1993 (interpretando o samba "Peguei um Ita no Norte") e em 2009 (conduzindo o samba "Tambor"). Outros intérpretes que passaram pelo Salgueiro como apoio de som, foram Celino Dias (de 1992 a 2000, e de 2004 a 2009) e Emerson Dias (de 1992 a 2000).[51][52]
Carnavais | Intérprete oficial | Referências |
---|---|---|
1956–1957 | Djalma Sabiá | [53][54] |
1958 | Raul Moreno | [55] |
1959 | Djalma Sabiá | [56] |
1960–1977 | Noel Rosa de Oliveira | [49] |
1978–1981 | Rico Medeiros | [57] |
1982 | Zé Di | [58] |
1983 | Rico Medeiros | [57] |
1984 | David Corrêa | [59] |
1985–1986 | Rico Medeiros | [57] |
1987–1989 | Rixxah | [60] |
1990 | Rico Medeiros | [57] |
1991–1993 | Quinho | [50] |
1994 | Quinzinho | [61] |
1996–1999 | Quinho | [50] |
2000 | Wander Pires | [62] |
2001–2002 | Nêgo | [63] |
2003–2010 | Quinho | [50] |
2011–2012 | Quinho, Leonardo Bessa e Serginho do Porto | [50][64][65] |
2013–2014 | Quinho, Leonardo Bessa, Serginho do Porto e Xande de Pilares | [50][64][65][66] |
2015–presente | Leonardo Bessa, Serginho do Porto e Xande de Pilares | [64][65][66] |
Comissão de frente[editar | editar código-fonte]
Comissão de frente | ||
---|---|---|
Coreógrafo(a) | Período | Referência |
Suzana Braga | 1990 - 1994 | [68] |
Dennis Gray | 1995 | [69] |
Regina Miranda | 1996 - 1998 | [70] |
Beth Oliose e Regina Sauer | 1999 | [71] |
Carlota Portella | 2000 | [72] |
Caio Nunes | 2001 - 2002 | [73] |
Marcelo Misailidis | 2003 - 2007 | [74] |
Hélio Bejani | 2008 - atualmente | [75] |
Mestre-sala e Porta-bandeira[editar | editar código-fonte]
Mestre-sala e Porta-bandeira | ||
---|---|---|
Casal | Período | Referência |
Chico Mangonga e Eni | 1954 | [76] |
Mário e Marina | 1958 | [55] |
Ananias e Eni | 1959 - 1961 | [56] |
Mário e Iolanda | 1963 | [77] |
Agostinho e Maria de Lourdes | 1967 | [78] |
Elcio PV e Estandília | 1968 - 1970 | [79] |
Bira e Marina | 1971 | [80] |
Elcio PV e Estandília | 1972 | [81] |
Agostinho e Celma | 1973 | [82] |
Cheiroso e Marina | 1974 | [83] |
Agostinho e Celina | 1975 | [84] |
Ronaldo e Celina | 1976 | [85] |
Oswaldo e Lourdes | 1977 | [86] |
Ronaldo e Celina | 1978 | [87] |
Peninha e Adriana | 1979 - 1982 | [88] |
Amauri e Rita Freitas | 1983 - 1986 | [89] |
Marquinho e Andréa | 1987 | [90] |
Ronaldinho e Norminha | 1988 | [91] |
Élcio PV e Dóris | 1989 - 1990 | [92] |
Ronaldinho e Rita Freitas | 1991 | [93] |
Vanderli e Taninha | 1992 - 1993 | [94] |
Dionísio e Taninha | 1994 | [68] |
Vanderli e Andréa | 1995 - 1996 | [69] |
Sidcley e Ana Paula | 1997 - 1999 | [95] |
Vanderli e Fernanda | 2000 | [72] |
Ronaldinho e Marcella Alves | 2001 - 2005 | [73] |
Ronaldinho e Rita Freitas | 2006 | [96] |
Ronaldinho e Gleice Simpatia | 2007 - 2010 | [74] |
Sidcley e Gleice Simpatia | 2011 - 2013 | [97] |
Sidcley e Marcella Alves | 2014 - atualmente | [75] |
Bateria[editar | editar código-fonte]
A bateria da Acadêmicos do Salgueiro é denominada "A Furiosa". É a bateria que mais vezes foi premiada com o Estandarte de Ouro, com um total de nove Estandartes; entre outras premiações.[98] Até o ano de 2004 a Acadêmicos do Salgueiro não possuía rainha de bateria. Mestre Louro acreditava que os ritmistas ficariam desconcentrados com uma mulher desfilando à frente deles. Em 2004, com o desligamento de Louro, Ana Cláudia Soares - esposa de Maninho, o patrono da escola - inaugurou o posto.[99]
Mestres[editar | editar código-fonte]
| Rainhas[editar | editar código-fonte]
|
Direção[editar | editar código-fonte]
[editar | editar código-fonte]
| Harmonia[editar | editar código-fonte]
|
[editar | editar código-fonte]
Primeiros anos[editar | editar código-fonte]
Em seu primeiro desfile, com o enredo "Romaria à Bahia" em 1954, a Acadêmicos do Salgueiro surpreendeu o público e alcançou a terceira colocação, à frente da Portela.
O primeiro presidente do Salgueiro foi Paulino de Oliveira e nos anos que se seguiram, a escola ousou ao tratar de enredos que colocassem os negros em destaque, e não como figurantes. É exemplo marcante desse novo estilo, Navio Negreiro (1957). Mas foi em 1958, sob a presidência de Nélson Andrade, que a agremiação adotou o lema que traz até hoje: nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente. Foi Nélson Andrade o responsável pela ida do carnavalesco Fernando Pamplona para o Salgueiro, em 1960, dando início a uma grande mudança no visual da escola. Pamplona criou uma equipe formada por ele, o casal Dirceu e Marie Lousie Nery, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, revolucionou a estética dos desfiles das escolas de samba. Essa tendência foi reforçada com a chegada de Fernando Pamplona e, posteriormente, de Arlindo Rodrigues, que resgataram personagens negros que enriqueceram a história do Brasil, embora fossem pouco retratados nos livros escolares, como Zumbi dos Palmares (Quilombo dos Palmares - 1960), Xica da Silva (Xica da Silva - 1963) e Chico Rei (Chico Rei - 1964).
- 1963 - "Xica da Silva"
No primeiro desfile realizado na Avenida Presidente Vargas, a Acadêmicos do Salgueiro foi a nona escola a se apresentar pelo Grupo 1.[77] Mais uma vez a escola optou por homenagear uma personalidade desconhecida do grande público na época, Chica da Silva. A ideia de desenvolver tal enredo partiu do carnavalesco Arlindo Rodrigues. Até mesmo Fernando Pamplona desconhecia a personagem.[118] Arlindo ficou responsável pelo desfile, enquanto Pamplona ajudou a escolher o samba-enredo.[119] Pela primeira vez, na história do carnaval carioca, um enredo foi centrado em uma personalidade feminina.[18] Também pela primeira vez, um desfile de escola de samba apresentava uma ala coreografada.[19] Com perucas, luvas e roupas de época, componentes da escola representavam doze pares de nobres dançando polca. A ala "o minueto" foi coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.[19] Na época, a ideia causou polêmica e dividiu opiniões, recebendo críticas de sambistas mais tradicionais.[18] Com o passar do tempo, as coreografias em alas e alegorias foram incorporadas por outras escolas. Isabel Valença, esposa do então presidente Osmar Valença, desfilou como destaque de chão representando Chica da Silva. Sua fantasia ostentava uma peruca de 1,10 metros, e um vestido com cauda de sete metros de comprimento.[16] A luxuosa fantasia de Isabel fez tanto sucesso que ela foi convidada para participar do concurso de fantasias do Teatro Municipal, no ano seguinte, se tornando a primeira mulher negra a vencer o concurso.[16] Isabel desfilaria durante anos como destaque de chão do Salgueiro, sempre ostentando fantasias caras, de luxo. O cineastra Cacá Diegues, que assistiu ao desfile ao vivo, afirmou que a apresentação foi uma das inspirações para dirigir o filme Xica da Silva, rodado em 1976.[16] Ao final de seu desfile, a escola recebeu gritos de "já ganhou".[33] Na apuração das notas, o favoritismo foi confirmado e a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval carioca. Desta vez, sozinha.[120] No ano de 2013, o Jornal Extra recriou o desfile em um show especial em homenagem à Acadêmicos do Salgueiro.[30]
- 1964 - "Chico-Rei"
O enredo de 1964, sobre Chico Rei, foi desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Pamplona, e o desfile foi confeccionado por Arlindo Rodrigues.[119] A Acadêmicos do Salgueiro foi a oitava escola a se apresentar pelo Grupo 1 do carnaval carioca.[121] Devido ao sucesso do minueto apresentado no ano anterior, o carnavalesco Arlindo Rodrigues encomendou outras alas coreografadas para o desfile de 1964.[119] Uma das alas, ensaiada pela bailarina Mercedes Baptista, apresentou uma coreografia extensa e excessivamente teatral.[18][119] A ala representava uma passagem da história de Chico Rei, em que ele lava a cabeça numa pia batismal para retirar o pó de ouro escondido no cabelo.[119] Durante o coreografia, integrantes da escola representando escravos, subiam em uma alegoria que representava uma pia de igreja e lavavam a cabeça.[119] O excesso de coreografias atrapalhou a harmonia da escola.[18][119] Na apuração das notas, a escola conquistou o vice-campeonato, apenas um ponto atrás da campeã Portela.[122]
- 1965 - "História do carnaval carioca - Eneida"
Para o carnaval de 1965, ficou decidido que todas as escolas fariam enredos em homenagem à cidade do Rio de Janeiro, que completava 400 anos.[123] De volta ao Brasil, o carnavalesco Fernando Pamplona escolheu o enredo "História do carnaval carioca", baseado no livro homônimo lançado pela jornalista e escritora Eneida de Moraes. A obra narra os festejos de carnaval pela cidade carioca, passando por várias épocas, relembrando os entrudos, corsos, blocos, cordões, ranchos, as grandes sociedades e as escolas de samba. Foi o primeiro desfile com participação efetiva de Joãosinho Trinta. João Clemente Jorge Trinta já auxiliava no barracão da escola quando foi chamado por Arlindo Rodrigues para desenhar as alegorias do desfile de 1965, sendo apelidado, na época, de "Joãosinho das alegorias".[119][124] A Acadêmicos do Salgueiro foi a sexta escola a desfilar pelo Grupo 1.[100] A escola foi bem recebida pelo público, sendo saudada com confetes e serpentinas.[119] As irmãs Marinho - Olívia, Mary e Norma - abriram o desfile representando o triângulo amoroso formado por Pierrot, Colombina e Arlequim.[34] Na comissão de frente, posição onde desfilavam integrantes da velha guarda, a escola inovou ao apresentar vinte rapazes da comunidade, vestindo fantasias de burrinhas, confeccionadas de vime e desenhadas por Joãosinho Trinta, representando o cortejo em homenagem à chegada da corte de D. João VI ao Rio de Janeiro - evento considerado o primeiro carnaval da cidade.[4][35] Um calhambeque da década de 1930, ornamentado com flores, representava os corsos. Isabel Valença novamente desfilou representando Chica da Silva.[35] A destaque de chão Paula, representou Tia Ciata. Casais de Mestre-sala e Porta-bandeira portavam pavilhões de outras escolas de samba.[119] O desfile terminou relembrando os carnavais na Praça Onze. Na apuração das notas, o favoritismo da Acadêmicos do Salgueiro foi confirmado, e a escola conquistou o seu terceiro título de campeã do carnaval carioca, com a ampla vantagem de dez pontos de diferença para a vice-campeã Império Serrano.[125]
- 1966 - "Os amores célebres do Brasil".
Após o campeonato do ano anterior, os carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues se desligaram da escola por desavenças com o então presidente salgueirense, Osmar Valença.[34] Para ocupar a função de carnavalesco, a escola contratou Clóvis Bornay.[119] Sétima escola a se apresentar pelo Grupo 1, a escola não conseguiu o mesmo êxito dos anos anteriores, terminando classificada na 5.ª colocação.[126]
- 1967 - "História da liberdade no Brasil".
De volta ao Salgueiro, o carnavalesco Fernando Pamplona desenvolveu o enredo "História da liberdade no Brasil", baseado no livro homônimo do historiador Viriato Correia.[119]Em plena ditadura militar, o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) acompanhou de perto os preparativos para o desfile, por várias vezes intimando Pamplona a prestar esclarecimentos sobre o enredo.[34][127] Integrantes da escola tinham medo que o desfile fosse censurado pelo departamento, o que não aconteceu. O enredo abordava o período Colonial até a Proclamação da República, não fazendo menção ao período ditatorial que o país atravessava.[34] Foi a quarta escola a desfilar pelo Grupo 1.[78] O carro abre-alas representou um livro aberto. Durante o desfile, foram lembradas a Inconfidência Mineira, Quilombo dos Palmares, Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos, Guerra dos Mascates, Revolução Pernambucana, Proclamação da Independência e Dia do Fico.[119] Com fantasias floridas, a ala de baianas representou a Conjuração Baiana.[119] Isabel Valença representou Princesa Isabel, no setor referente à Abolição da Escravatura.[119] Na classificação oficial, a escola terminou na 3.ª colocação.
- 1968 - "Dona Beja, a feiticeira de Araxá".
Sétima escola a desfilar pelo Grupo 1 em 1968, a Acadêmicos do Salgueiro iniciou seu desfile numa manhã chuvosa.[119] Homenageou outra personalidade desconhecida do público na época, Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beija.[34][79] O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Pamplona, baseado no livro homônimo do escritor Thomas Othon Leonardos.[128] Isabel Valença desfilou representando Dona Beija.[129] Na classificação oficial, repetiu a colocação do ano anterior, terminando no 3.º lugar.[130][131]
- 1969 - "Bahia de todos os deuses".
Em 1969, a Acadêmicos do Salgueiro quebrou o tabu de que desfile sobre a Bahia dá azar, e conquistou o seu quarto título de campeã do carnaval carioca.[132] O enredo foi sugerido pelo carnavalesco Fernando Pamplona, que confeccionou o desfile juntamente com Arlindo Rodrigues.[133] O samba-enredo, composto por Bala e Manuel Rosa, era curto e tinha um refrão de letra fácil: "Zum, zum, zum / Zum, zum, zum / Capoeira mata um!". Era o início de uma mudança que o gênero sofreria nos anos seguintes. O samba-enredo foi cantado na avenida por Elza Soares, que mais tarde regravaria o samba. A escola foi a oitava a se apresentar pelo Grupo 1, e desfilou com o dia claro.[101] O carro abre-alas era uma grande escultura de Yemanjá, toda coberta de espelho. A luz do sol refletia na escultura espelhada, causando grande efeito visual.[134] O ano de 1969 marcou a estreia de Xangô do Salgueiro na escola. A partir deste ano, até a sua morte, Júlio Machado desfilaria todos os anos como destaque, representando o orixá Xangô.[127] A escola recebeu gritos de "já ganhou!" do público que acompanhava o desfile.[33][135] Na apuração das notas, o favoritismo se confirmou e a Acadêmicos do Salgueiro se sagrou campeã do carnaval carioca de 1969.[136]
Década de 1970[editar | editar código-fonte]
- 1970 - "Praça Onze, carioca da gema".
A Acadêmicos do Salgueiro foi a sétima agremiação a se apresentar pelo Grupo 1.[137] Tentando o bicampeonato, a escola prestou uma homenagem à Praça Onze, região da Zona Central da cidade do Rio de Janeiro; e reduto dos antigos carnavais da cidade.[138] Isabel Valença desfilou como destaque representando Tia Ciata, e recebeu críticas por sua fantasia extremamente luxuosa não condizer com a personalidade representada por ela.[132] Com esse desfile, a escola conquistou o vice-campeonato do carnaval carioca de 1970.[139]
- 1971 - "Festa para um rei negro".
Com mais um enredo de temática afro-brasileira, e um samba-enredo popular que provocou uma mudança no gênero, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o seu quinto título de campeã do carnaval carioca.[16][140] Para tal feito, foi montado um competente grupo de trabalho formado por Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta, Lícia Lacerda e Rosa Magalhães; todos chefiados por Fernando Pamplona.[127][140] O enredo contava a história de uma visita de nobres africanos a Maurício de Nassau, em Recife. O samba-enredo, composto por Zuzuca, fez grande sucesso antes mesmo de vencer a disputa na quadra da escola.[41][141] Eternizado pelo refrão "O-lê-lê, o-lá-lá / Pega no ganzê / Pega no ganzá", o samba fez sucesso no Brasil e no exterior e virou hino de torcida de futebol.[43][44] Foi campeão de vendagem ao ser regravado e lançado como single individual pelo cantor Jair Rodrigues.[42][142] O samba de Zuzuca é considerado um marco no gênero, pois devido ao seu sucesso, compositores de outras escolas passaram a investir nesse novo formato de samba curto, com letra fácil e refrão forte, de impacto.[16][38][141] A escola foi a quarta a se apresentar pelo Grupo 1.[80] O público, que já conhecia a letra do samba-enredo, cantou junto com os componentes da escola.[20] Pela primeira vez, Joãosinho Trinta utilizava isopor na confecção dos adereços das fantasias.[140] Estampas africanas, pinturas corporais e muita palha completavam o visual estético do desfile. Na apuração das notas, a Acadêmicos do Salgueiro recebeu apenas duas notas diferentes de dez e conquistou com tranquilidade o seu quinto título de campeã do carnaval carioca.[143]
- 1972 - "Nossa madrinha, Mangueira querida".
Tentando o bicampeonato para a Acadêmicos do Salgueiro, o carnavalesco Fernando Pamplona propôs um enredo ousado para a época: pela primeira vez no carnaval carioca, uma escola de samba homenagearia outra escola de samba.[127][144] Apesar da Mangueira ser a madrinha da Acadêmicos do Salgueiro e ter ajudado a escola em seu início, alguns componentes da escola tijucana se mostraram reticentes em dedicar um desfile seu a outra agremiação.[140] Polêmica à parte, o desfile foi realizado. A Acadêmicos do Salgueiro foi a última escola a se apresentar no Grupo 1.[81] A comissão de frente da escola desfilou vestida nas cores da homenageada, verde e rosa. Assim como no ano anterior, a escola escolheu o samba-enredo do compositor Zuzuca. O samba, conhecido pelo refrão "Tengo-Tengo / Santo Antônio, Chalé / Minha gente, é muito samba no pé!", fez muito sucesso e foi regravado por Jair Rodrigues, à exemplo do samba do ano anterior.[20][42] Porém, dessa vez, a estrutura do samba, com três refrões, acabou confundindo o canto dos componentes e prejudicando a harmonia da escola.[145] A escola, apontada como favorita, não obteve o sucesso esperado, se classificando na 5.ª colocação.[146][147] Após o resultado, o carnavalesco Fernando Pamplona foi afastado da agremiação.[140]
- 1973 - "Eneida, amor e fantasia".
A Acadêmicos do Salgueiro promoveu ao posto de carnavalescos Joãosinho Trinta e Maria Augusta - até então, auxiliares de Fernando Pamplona. A dupla de carnavalescos desenvolveu um enredo sobre a jornalista Eneida de Moraes, morta dois anos antes. A autora escreveu o livro "História do carnaval carioca", que já havia servido de base para o desfile de 1965, com o qual a escola foi campeã. A Acadêmicos do Salgueiro foi a sexta escola a desfilar no Grupo 1 em 1973.[82] Joãosinho Trinta viajou até o Pará para pesquisar sobre a vida de Eneida.[148] O desfile começava exatamente no Estado do Pará, onde a jornalista nasceu. Foram abordadas as lendas e a culinária paraense, além da procissão do Círio de Nazaré. Os setores seguintes retratavam suas obras literárias e sua paixão pelo carnaval carioca. Neste desfile, Joãosinho Trinta colocou, pela primeira vez, uma pessoa em cima de um carro alegórico.[5] A bateria da escola, comandada pelos irmãos Almir Guineto e Louro, foi premiada com o Estandarte de Ouro. A escola também foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor enredo. O diretor de carnaval, Laíla, também foi premiado com o Estandarte. Na apuração das notas, a escola conquistou a 3.ª colocação.[149]
- 1974 - "O Rei da França na ilha da assombração".
"O Rei da França na ilha da assombração" marcou uma inovação na criação de enredos. Pela primeira vez no carnaval carioca, foi apresentado um enredo onírico, misturando realidade e imaginação.[37] Foi o primeiro enredo criado pelo carnavalesco Joãosinho Trinta.[37] O desfile foi confeccionado por Joãosinho e Maria Augusta. Pela originalidade do enredo, a escola foi apontada como favorita antes mesmo do desfile.[150] O enredo contava sobre as fantasias que o Rei Luís XIII de França criava em sua mente sobre a Ilha de São Luis do Maranhão. Segundo a sinopse do enredo, a corte francesa planejava invadir o território onde se localiza o Maranhão e estabelecer no local um novo reino da França. Luís XIII, na época com oito anos de idade, começa a imaginar como seria este novo habitat.[151] No delírio do pequeno rei, a sala de espelhos da Côrte Francesa se transforma em floresta, candelabros eram palmeiras, e os nobres do salão seriam indígenas.[83][152] No desfile, também foram abordadas lendas maranhenses que o próprio carnavalesco Joãosinho Trinta - natural do Maranhão - ouvia de sua babá quando era criança.[153] As lendas foram tratadas no enredo como parte da imaginação fértil de Luís XIII.[154] Curiosamente, Joãosinho Trinta faria um enredo semelhante em 2002, na escola de samba Grande Rio. Porém, contando as lendas maranhenses sob a visão dos moradores locais.[155] A Acadêmicos do Salgueiro foi a quarta escola a se apresentar na Avenida Presidente Antônio Carlos.[83] Como a escola encontrava-se com dificuldades financeiras, o carnavalesco utilizou materiais baratos como isopor, papel alumínio, feltro e madeira.[20] Isabel Valença desfilou como destaque, representando a Rainha regente Maria de Médici, mãe de Luís XIII. A Acadêmicos do Salgueiro foi agraciada com os prêmios Estandarte de Ouro de melhor escola, e de melhor enredo do ano. Na apuração das notas, o favoritismo foi confirmado e a escola conquistou o seu sexto título de campeã do carnaval carioca.[156]
- 1975 - "O segredo das minas do Rei Salomão".
A Acadêmicos do Salgueiro foi a décima escola a se apresentar na Avenida Presidente Antônio Carlos.[84] Após o sucesso do enredo do ano anterior, o carnavalesco Joãosinho Trinta resolve ousar ainda mais em seu novo enredo. Além de misturar ficção e realidade, o carnavalesco ainda consegue uma forma de burlar a proibição a temas estrangeiros.[153] Como na época eram proibidos temas sobre cultura estrangeira, Joãosinho se baseou na teoria que discute a presença de fenícios no Brasil, para contar a história das Minas de Rei Salomão.[157] A escolha causou polêmica, e o carnavalesco precisou explicar nas emissoras de rádio e televisão que o enredo tinha base histórica e não se tratava de um tema estrangeiro.[37] Segundo a teoria, a frota de Rei Salomão esteve na Amazônia, entre 993 e 960 a.C.[158] Utilizando-se dessa brecha, Joãosinho criou um enredo em que navegadores fenícios chegavam à selva brasileira e eram recebidos por amazonas, que acreditavam que eles fossem semideuses. Após a "grande noite de amor e festa de prazer das Amazonas", os navegadores partiam levando as riquezas minerais e pedras preciosas da região que, segundo o enredo, seriam as minas do Rei Salomão.[84] Em mais um ato de pioneirismo da escola, pela primeira vez no carnaval carioca, houve a junção de dois sambas de enredo concorrentes.[37] O diretor de carnaval, Laíla, resolveu unir trechos de duas obras que estavam na disputa para ser o samba oficial do ano.[37] Polêmica na época, com o passar do tempo outras escolas e o próprio Salgueiro, realizariam outras junções. Na época, a escola encontrava-se em crise financeira e sem quadra. Para fazer o desfile, Joãosinho utilizou sucatas que, com muita criatividade, foram usadas na confecção de pirâmides, palácios e tesouros.[159] Os materiais utilizados causaram grande efeito visual.[20] Isabel Valença desfilou como destaque, representando a Rainha de Sabá. A escola foi aplaudida pelo público e recebeu gritos de "já ganhou!".[20] A bateria da escola, comandada por Mestre Louro, foi premiada com o Estandarte de Ouro. Apesar da polêmica em torno do enredo, a Acadêmicos do Salgueiro ganhou nota dez no quesito e conquistou o seu sétimo título de campeã do carnaval carioca.[160] Foi o último carnaval de Joãosinho Trinta na escola. Após a conquista, o carnavalesco, juntamente com o diretor Laíla, se transferiram para a escola de samba Beija-Flor.
- 1976 - "Valongo".
Após o bicampeonato conquistado no ano anterior, o carnavalesco Joãosinho Trinta foi contratado pela escola de samba Beija-Flor, onde foi tricampeão entre 1976 e 1978, conquistando a marca histórica de cinco títulos consecutivos.[37] Para tentar o tricampeonato, a Acadêmicos do Salgueiro retomou os seus enredos de temática afro-brasileira. O carnavalesco Edmundo Braga desenvolveu um enredo sobre o Cais do Valongo, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro, e que serviu para desembarque e comercialização de escravos vindos da África durante o século XIX.[161] A escola foi a sétima agremiação a se apresentar na Avenida Presidente Vargas, e terminou classificada na 5.ª colocação.[85][162]
- 1977 - "Do Cauim ao Efó, com moça branca, branquinha".
O carnavalesco Fernando Pamplona foi convidado pelo então presidente da Acadêmicos do Salgueiro, Euclides Pannar (China Cabeça Branca), para retornar à escola. Meses mais tarde, em dezembro de 1976, Euclides foi morto assassinado.[163] Para o carnaval de 1977, Pamplona desenvolveu o enredo "Do Cauim ao Efó, com moça branca, branquinha", sobre a culinária brasileira e a cachaça. "Moça branca" e "branquinha" são alcunhas para cachaça.[164] A ideia de Pamplona era fazer um desfile alegre e irreverente.[165] A escola foi a nona a desfilar na Avenida Presidente Vargas.[86] O início do desfile abordou o ciclo da cana-de-açúcar no Brasil. Nos setores seguintes, foram representadas as comidas brasileiras, o frango assado - uma das iguarias preferidas de Dom João VI, o churrasco gaúcho, o Mercado Ver-o-Peso, o Mercado Modelo, bares e restaurantes, o chope, etc. Os ritmistas da bateria, comandada pelos Mestres Louro e Arengueiro, desfilaram vestidos de cozinheiros. Isabel Valença desfilou como destaque, representando "moça branca", a cachaça; e foi premiada com o Estandarte de Ouro. Com esse desfile, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou a 4.ª colocação.[166]
- 1978 - "Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses".
O carnavalesco Fernando Pamplona desenvolveu um enredo sobre a mitologia iorubá. O enredo foi escolhido por Pamplona propositalmente para desafiar a escola Beija-Flor, que apresentaria o mesmo tema, sob o comando de Joãosinho Trinta.[167] A escola de Nilópolis se saiu melhor no "desafio", conquistando o tricampeonato. A Acadêmicos do Salgueiro terminou na 6.ª colocação, a uma posição do rebaixamento.[168] Este foi o último carnaval de Fernando Pamplona na escola. A Acadêmicos do Salgueiro foi a quarta agremiação a se apresentar na Avenida Marquês de Sapucaí.[87] A escola desfilou com três carros alegóricos, representando, respectivamente: uma floresta, Oxumaré e Yemanjá. Grandes bonecos representavam entidades iorubanas. O samba-enredo, composto por Renato de Verdade, foi premiado como o melhor do ano pelo Estandarte de Ouro.
- 1979 - "O reino encantado da mãe natureza contra o reino do mal".
Com a saída definitiva de Fernando Pamplona da Acadêmicos do Salgueiro, a escola iniciaria um período de muitas trocas de carnavalesco. O desfile de 1979 foi desenvolvido pelo jornalista Ivan Jorge e confeccionado por Stoessel Cândido. O Salgueiro foi a quinta escola a se apresentar no único dia de desfiles do grupo principal, denominado "1A".[88]O enredo, de cunho ecológico, contava sobre uma fictícia batalha entre a natureza e o "reino do mal", simbolizado por males como a poluição, a seca e a peste.[169] A comissão de frente foi formada por crianças.[170] O primeiro setor do desfile apresentava "o reino encantado da mãe natureza". Um carro alegórico giratório, com diversos pavões coloridos, simbolizava a mãe natureza. O segundo setor do desfile representava "a invasão do mal", com alas simbolizando as queimadas, a poluição e as pragas. O final do desfile simbolizava o futuro. Com roupa branca e carregando ramos de flores nas mãos, as baianas representavam o reflorescimento. Apesar da correção no tratamento do tema, a escola fez um desfile "frio", sem empolgar o público.[171] Com esse desfile, a Acadêmicos do Salgueiro terminou na 6.ª colocação do grupo principal.[172]
Década de 1980[editar | editar código-fonte]
- 1980 - "O bailar dos ventos. Relampejou, mas não choveu".
Para confeccionar o desfile de 1980, a Acadêmicos do Salgueiro contratou o carnavalesco Max Lopes, que sugeriu um enredo sobre o compositor Lamartine Babo.[173] Max chegou a desenvolver o enredo e desenhar as fantasias e alegorias.[173] Porém, durante a preparação para o desfile, o presidente Osmar Valença reassumiu a direção da escola e demitiu o carnavalesco.[173] O enredo foi considerado fraco por Osmar, e também foi trocado.[173] Curiosamente, no ano seguinte, a escola Imperatriz Leopoldinense seria campeã com uma homenagem a Lamartine Babo. Osmar Valença contratou o carnavalesco Ney Ayan, que junto a Jorge Nascimento, desenvolveu um enredo em homenagem à Iansã, orixá dos raios e dos ventos.[173] A escola foi a quarta a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo 1A.[174] Os carnavalescos receberam críticas por confeccionarem um desfile multicolorido, sem destacar as cores da escola.[173] Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro terminou na 3.ª colocação, porém, ficou atrás de seis escolas, já que três agremiações empataram na primeira colocação e outras três empataram no segundo lugar.[175]
- 1981 - "Rio de Janeiro".
Com um enredo desenvolvido pelo carnavalesco Geraldo Sobreira, a Acadêmicos do Salgueiro homenageou a cidade do Rio de Janeiro. O desfile ocorreu exatamente no dia de aniversário da cidade (1.º de março). A escola foi a sétima a se apresentar no primeiro dia de desfiles.[176] O primeiro setor do desfile fez referência à fundação da cidade. O segundo setor representou o período colonial, com referências ao pintor francês Debret, que esteve no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Outro setor fazia referência ao período imperial, com uma alegoria representando uma carruagem sendo puxada por cavalos. Isabel Valença desfilou como destaque na alegoria, representando a Marquesa de Santos. Outra alegoria, com as bandeiras dos times cariocas, representava o futebol. O Teatro Municipal do Rio de Janeiro também foi representado em uma alegoria. A última alegoria, em formato de bolo, tinha Elke Maravilha como destaque. Com esse desfile a Acadêmicos do Salgueiro conquistou a 6.ª colocação do Grupo 1A.[177]
- 1982 - "No reino do faz de conta".
No ano de 1982, a Acadêmicos do Salgueiro apresentou um enredo sobre lendas e mitologias. O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco José Felix. Fragilizada com problemas internos e dificuldades financeiras, a Acadêmicos do Salgueiro não realizou um bom desfile.[178] A escola foi a quinta a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo 1A.[179] O carro abre-alas representava um castelo, e tinha efeito giratório. Também foram representados no desfile, o "Reino de Ouro", "Reino de Prata", "Reino Brilhante", "Reino das Águas", "Reino De Xangô", "Reino da Magia", "Reino das Fadas", "Reino do Faz de conta" e "Reino do Pássaro de cristal".[179] Devido aos problemas financeiros, a escola apresentou poucas alegorias.[178] A Porta-bandeira Adriana foi premiada com o Estandarte de Ouro.[180] Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro terminou no 8.º lugar, até então, a pior colocação de sua história.
- 1983 - "Traços e troças".
Através de uma ideia do diretor Augusto César Vannucci, a Acadêmicos do Salgueiro decidiu homenagear a prática de caricatura e homenagear os cartunistas do país.[181] A escola ainda sofria dificuldade para encontrar um carnavalesco. O artista José Luiz Rodrigues chegou a desenhar as fantasias e alegorias para o desfile, porém se desligou da escola muito antes do carnaval.[182] O presidente da escola, Régis Cardoso, preferiu não contratar outro carnavalesco, cuidando, ele próprio, dos preparativos para o desfile.[182]A escola foi a sétima a se apresentar no primeiro dia de desfiles.[89] A comissão de frente foi formada por atrizes famosas, como Susana Vieira, Marília Pêra e Lady Francisco.[178] As atrizes vestiam figurino vermelho, desenhado pelo cartunista Lan. O abre alas era uma representação do Pão de Açúcar, de onde surgia a caricatura do então governador fluminense Leonel Brizola. A escola apresentou poucas alegorias, preferindo utilizar estandartes com frases escritas, reflexo da crise financeira que a escola atravessava.[182] Na classificação oficial, a escola repetiu a 8.ª colocação do ano anterior.
- 1984 - "Skindô, Skindô".
No primeiro ano do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, a competição foi dividida em dois dias, desfile de domingo e desfile de segunda, sendo que cada dia teria sua escola campeã e as melhores classificadas disputariam o Supercampeonato no sábado posterior. A Acadêmicos do Salgueiro foi a quarta escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo 1A.[102] A escola apresentou o enredo "Skindô, Skindô", baseado em um show produzido por Haroldo Costa, denominado “Na Pista do Samba”, e que abordava a influência da cultura negra na formação da música brasileira. De volta ao Salgueiro, o carnavalesco Arlindo Rodrigues encontrou dificuldades financeiras para realizar o carnaval da escola.[183][184] O samba-enredo fez sucesso junto ao público, porém não rendeu o esperado no desfile, propiciando uma apresentação "morna".[178]Causou polêmica a decisão do diretor de carnaval Laíla de destituir o diretor de bateria, Mestre Louro, a poucas semanas do desfile.[183][184] O fato causou mal estar entre os ritmistas, que ameaçaram não desfilar.[183][184] A situação foi contornada e o próprio Louro integrou a bateria da escola, tocando tamborim.[183][184] Mestre Louro e a bateria da escola foram premiados com o Estandarte de Ouro. O primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Amauri e Rita Freitas, conquistou nota máxima dos jurados.[185] O samba-enredo também recebeu nota máxima do júri.[185] Com esse desfile, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou a 4.ª colocação do desfile de domingo, não se classificando para disputar o Supercampeonato.
- 1985 - "Anos Trinta, Vento Sul - Vargas".
Completando dez anos sem vencer o carnaval carioca, a Acadêmicos do Salgueiro decidiu homenagear Getúlio Vargas e o Estado Novo para tentar acabar com o jejum de títulos. A escolha do enredo causou polêmica. O ex-carnavalesco salgueirense Fernando Pamplona, que comentava o desfile ao vivo pela Rede Manchete, acusou a escola de trair sua tradição de "cantar a liberdade" ao homenagear um "ditador".[186][187] A escola foi a quarta a desfilar na primeira noite de desfiles do Grupo 1A.[103] O desfile foi confeccionado pelos carnavalescos Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo. A comissão de frente foi formada por integrantes da velha guarda, entre eles Haroldo Costa, vestindo fraque e cartola. O carro abre-alas apresentava o busto de Getúlio Vargas. O Palácio das Águias, antiga sede da Presidência, foi representado em uma alegoria com vários destaques com fantasias de luxo confeccionadas por Clóvis Bornay. O enredo abordou as paisagens e tradições do Rio Grande do Sul - terra natal de Getúlio - e fez referências à criação da Petrobras, a criação das leis trabalhistas e ao suicídio do Presidente.[187] A Porta-bandeira Rita Freitas e a passista Narcisa Macedo foram premiadas com o Estandarte de Ouro. Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro terminou na 6.ª colocação.[188]
- 1986 - "Tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso - Tributo a Fernando Pamplona".
Em 1986, a Acadêmicos do Salgueiro prestou uma homenagem a Fernando Pamplona, relembrando os doze carnavais realizados pelo carnavalesco na escola. O título do enredo é uma frase do próprio Pamplona.[189] A ideia do enredo foi oferecida por Anescarzinho, compositor da escola.[190] Pamplona, que na época comentava os desfiles pela Rede Manchete, foi contra a homenagem e não participou do desfile, apesar de comentar normalmente a apresentação pela rede de televisão.[189] O desfile foi confeccionado pelos carnavalescos Ney Ayan, Mário Monteiro e Yarema Ostrower. A escola foi a sexta a se apresentar na segunda noite de desfiles.[113] A comissão de frente foi formada por amigos de Pamplona, entre eles: Arlindo Rodrigues, Maria Augusta, Haroldo Costa e Albino Pinheiro. Todos vestiam fraque e cartola nas cores da escola, vermelho e branco. A comissão se apresentou para Fernando Pamplona, que estava cobrindo o desfile ao vivo, pela Rede Manchete. Pamplona se emocionou e achou graça do amigo Arlindo Rodrigues participando da comissão.[189] O carro abre-alas era a escultura de uma grande cartola vermelha. A cantora Joanna desfilou como destaque em cima da alegoria. Cada setor do desfile fazia referência a um carnaval de Pamplona. Com fantasias trabalhadas em palha e tons dourados, a ala das baianas representava o desfile de 1978 ("Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses"). A escola teve problemas em uma de suas alegorias, o que prejudicou a evolução dos componentes, tendo que "correr" no final do desfile.[189] O samba-enredo não empolgou o público, apesar da boa condução do intérprete Rico Medeiros.[190] A bateria da escola, comandada por Mestre Louro, recebeu nota máxima dos jurados.[191] O primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Amauri e Rita Freitas, também conquistou nota máxima do júri e ambos foram premiados com o Estandarte de Ouro.[191] Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro repetiu a 6.ª colocação do ano anterior.
- 1987 - "E por que não?"
Para o ano de 1987, a escola novamente trocaria os seus carnavalescos. Renato Lage, que começara sua carreira no carnaval carioca como auxiliar de Fernando Pamplona, na Acadêmicos do Salgueiro, estava de volta à escola. Ele assinara o desfile de 1987 ao lado de sua esposa (na época), Lilian Rabelo.[192] O enredo fazia várias indagações, pensando em mudanças e transformações para um futuro melhor.[193] A escola foi a quinta a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo 1.[90] Doze mulheres formavam a comissão de frente. O carro abre-alas representava a própria escola Acadêmicos do Salgueiro. Duas personalidades importantes na história da escola desfilaram como destaque na alegoria, Isabel Valença e Xangô do Salgueiro. A alegoria "aeroplano supersônico" apresentava uma réplica carnavalizada do 14-bis, lembrando que o desejo de voar era um sonho que foi concretizado. Outra alegoria representava uma nave espacial, com luzes led, faróis de carro e acabamento em espelho. Uma bem-humorada alegoria, intitulada "o polvo no poder", trazia as esculturas dos presidentes do Brasil (José Sarney) e dos Estados Unidos (Ronald Reagan) presos nos tentáculos de um polvo. Um carro alegórico transformava as usinas atômicas em usinas harmônicas. Outro elemento alegórico representava um tanque de guerra com o cano do canhão amarrado com um nó. A ala das baianas representou a divindade da transformação. Uma alegoria representando uma grande pomba branca, simbolizava um pedido pela paz. A bateria da escola, comandada por Mestre Louro, recebeu nota máxima dos jurados.[194] Foi a estreia de Rixxah como intérprete oficial de escola de samba. Com esse desfile, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou a 5.ª colocação.
- 1988 - "Em busca do ouro".
Primeiro trabalho de Chico Spinoza no carnaval carioca. O estreante carnavalesco cuidou dos figurinos, enquanto o experiente cenógrafo Mário Monteiro ficou responsável pelas alegorias.[195] Com o dia amanhecendo, a Acadêmicos do Salgueiro foi a sétima e penúltima escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles do Grupo 1.[91] O enredo abordou a busca do homem pelo ouro. A comissão de frente foi formada por quinze integrantes da velha guarda da escola, todos vestidos de dourado, simbolizando o ouro. O carro abre-alas simbolizava moedas de ouro empilhadas. Uma grande moeda giratória trazia escrito o lema da escola. Logo após, alas e alegorias referenciavam o mito do Rei Midas, que transformava em ouro tudo o que tocava. O ciclo do ouro no Brasil foi lembrado em uma alegoria que representava o barroco mineiro. O ciclo do café, considerado o ouro nacional, também foi lembrado. A alegoria que representava Serra Pelada trazia trinta componentes caracterizados como garimpeiros. A bateria, comandada por Mestre Louro, representou os guardiões do ouro. Não foi um bom ano para a bateria da escola, que não recebeu nota dez dos jurados.[196] Uma alegoria em forma de bolo, representava as comemorações de bodas de ouro. O desfile também abordou a busca pelo ouro no esporte, nas artes e no carnaval, com as medalhas de ouro, os discos de ouro e o Estandarte de ouro - respectivamente. A cantora Joanna desfilou no tripé que representava os discos de ouro. Os cantores Ângela Maria e Cauby Peixoto desfilaram no tripé que representava a era de ouro das rádios. Outros famosos como Eri Johnson, Giulia Gam, Rômulo Arantes, Norma Bengell e Isadora Ribeiro, também participaram do desfile.[195] O carnavalesco Arlindo Rodrigues, morto no ano anterior, foi homenageado em um tripé com o inscrito "Arlindo Rodrigues - Carnavalesco de Ouro". A ala das baianas causou grande impacto com suas fantasias nas cores preto e dourado, representando o ouro negro (petróleo).[195] A ala foi premiada com o Estandarte de Ouro. O Mestre-sala Ronaldinho também foi premiado com o Estandarte de Ouro. O desfile foi encerrado por uma alegoria em formato de galinha, intitulada "Brasília, galinha dos ovos de ouro", uma crítica à política econômica do país. Uma junção de dois sambas deu origem ao samba-enredo da escola. O intérprete Rixxah foi um dos compositores do samba. Com esse desfile, a escola conquistou a 4.ª colocação.
- 1989 - "Templo negro em tempo de consciência negra".
Em mais uma troca de carnavalesco, a escola contratou Luiz Fernando Reis, que contou com a ajuda do figurinista Flávio Tavares para a confecção do desfile de 1989. O enredo relembrava os desfiles de temática afro-brasileira da Acadêmicos do Salgueiro.[197] O carnavalesco Luiz Fernando Reis apresentou um desfile diferente de seus anteriores, onde abusava do deboche e da descontração.[198] O carnavalesco imprimiu uma abordagem séria, apesar de dar continuidade ao seu estilo crítico, questionando, por exemplo, a abolição da escravatura.[199] Com o dia claro, a escola foi a oitava e penúltima a se apresentar na "primeira noite" do Grupo 1.[92] A comissão de frente foi formada por integrantes da velha-guarda da escola, que representaram os guardiões do Templo Negro. O carro abre-alas representava o Templo Negro, com esculturas de panteras negras. A cantora Watusi desfilou como destaque na alegoria, representando uma sacerdotisa. O segundo carro alegórico, "Navio Negreiro", fazia referência ao desfile de 1957. A alegoria representava um navio, todo forrado em lamê dourado e com uma escultura prateada de Yemanjá à frente do carro. A terceira alegoria, "Portais de Palmares" referenciava o desfile campeão de 1960, "Quilombo dos Palmares". O ator Antonio Pitanga desfilou como destaque na alegoria, representando Zumbi. Um tripé representava o desfile campeão de 1963, sobre Chica da Silva. Após o tripé, dezenas de casais de adolescentes reproduziram a clássica "ala do minueto", que fez sucesso no desfile de 1963, por ser a primeira ala coreografada do carnaval carioca.[18] No quarto carro alegórico, "Jardins de Xica", Isabel Valença desfilou como destaque representando Chica da Silva, personagem que também representou no desfile campeão de 1963. A alegoria seguinte fazia referência ao desfile de 1964, sobre Chico Rei. A primeira ala de baianas, com fantasias nas cores branco e prata, antecedia a alegoria "Bahia Negra", nas mesmas cores, em referência ao desfile campeão de 1969, sobre a Bahia. A bateria, comandada por Mestre Louro, desfilou representando guerreiros africanos, e recebeu nota máxima dos jurados.[200] Um tripé representava o desfile campeão de 1971, "Festa para um rei negro". Outra alegoria fazia referência ao desfile de 1976, "Valongo", com correntes e pombas brancas. Referenciando os desfiles de 1978 ("Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses") e de 1980 ("O bailar dos ventos. Relampejou, mas não choveu"), alas, tripés e alegorias, representavam orixás como Exú, Iansã, Xangô, Ogum, Oxóssi, Oxumarê e Oxalá. O último setor do desfile exaltou a luta negra pela liberdade. Um tripé representou João Cândido. O carro "consciência negra" apresentava uma escultura de escrava Anastácia se libertando da mordaça. Um tripé representava Zumbi dos Palmares. A segunda ala das baianas representava a "elegância negra". Após um início lento, a escola teve que "correr" no final do desfile para não estourar o tempo limite, conseguindo encerrar sua apresentação a um minuto do tempo limite permitido.[199] O contingente da escola, beirou os cinco mil componentes, o que contribuiu para atrasar a evolução.[198] O intérprete oficial Rixxah e as baianas da Acadêmicos do Salgueiro foram premiados com o Estandarte de Ouro. Na classificação oficial, a escola terminou na 5.ª colocação. No desfile das campeãs, integrantes da escola protestaram contra o resultado, exibindo uma faixa com o escrito: "Nem melhor, nem pior. Apenas roubado" - uma paródia ao lema da escola[198][201]
Década de 1990[editar | editar código-fonte]
- 1990 - "Sou amigo do rei".
Rosa Magalhães, que iniciou sua carreira no carnaval carioca como auxiliar de Fernando Pamplona na Acadêmicos do Salgueiro, voltava à escola como carnavalesca titular da agremiação.[202] A escola foi a sétima a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.[114] O enredo contava histórias e lendas do Rei Carlos Magno e seus cavaleiros, denominados "os doze pares da França". As histórias do Rei viraram livros e influenciaram a origem de festejos folclóricos populares como a congada, a cavalhada e a folia de reis.[203] A escola foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor enredo do ano. A comissão de frente, coreografada por Suzana Braga, representava cavaleiros medievais, e também foi premiada com o Estandarte de Ouro, além de receber nota máxima dos jurados.[204] O carro abre-alas apresentava quatro grandes esculturas de cavalos, com destaques femininos em cima. Coroas e brasões da Idade Média decoravam a alegoria. A bateria, comandada por Mestre Louro, desfilou com fantasias inspiradas na congada, e recebeu nota máxima do júri oficial.[204] O samba-enredo também conquistou nota máxima dos jurados.[204] O samba foi conduzido pelo intérprete Rico Medeiros. Na classificação oficial, a escola conquistou a 3.ª colocação.
- 1991 - "Me masso se não passo pela Rua do Ouvidor".
A Acadêmicos do Salgueiro foi a sexta escola a se apresentar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial, no ano de 1991.[93] A carnavalesca Rosa Magalhães desenvolveu um enredo sobre a Rua do Ouvidor, logradouro localizado no Centro, na cidade do Rio de Janeiro. A escola apresentou um desfile alegre, de fantasias e alegorias coloridas e de fácil leitura.[205][206] A comissão de frente, coreografada por Suzana Braga, representou os mestres de cerimônia do teatro francês e recebeu nota máxima dos jurados.[207] O carro abre-alas simbolizava um barco, com um dragão à sua frente. Uma alegoria com livros e destaques representando personagens de histórias infantis fazia referência às livrarias da rua. Outra alegoria, cheia de bolos e tortas, representava as confeitarias. As joalherias foram representadas em um carro alegórico cheio de jóias e relógios. Os destaques da alegoria representavam jóias preciosas. O intérprete Quinho, saído da União da Ilha, fez sua estreia como intérprete oficial da Acadêmicos do Salgueiro. A escola recebeu dois prêmios Estandarte de Ouro: de melhor enredo do ano, e de melhor Porta-bandeira (para Rita Freitas). Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o vice-campeonato do carnaval carioca de 1991, sua melhor colocação desde o campeonato de 1975.[208]
- 1992 - "O negro que virou ouro nas terras do Salgueiro".
Após o vice-campeonato do ano anterior, a carnavalesca Rosa Magalhães trocou a Acadêmicos do Salgueiro pela Imperatriz Leopoldinense. De volta ao Salgueiro, Flávio Tavares desenvolveu o enredo sobre a história do café, e desenhou as fantasias, porém, se desligou da escola meses antes do desfile.[209] O cenógrafo e figurinista Mário Borriello assumiu o carnaval da agremiação, mantendo o enredo e o desenho das fantasias, redesenhando apenas as alegorias.[210] Foi a estreia de Mário como carnavalesco. A Acadêmicos do Salgueiro foi a sexta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles.[94] Na comissão de frente, coreografada por Suzana Braga, integrantes portando um bastão simulavam o movimento de socar o café no pilão. As alegorias traziam esculturas caricaturais do cartunista Stil, numa opção do carnavalesco Mário Borriello de dar um tom irreverente e bem humorado ao desfile.[209] O carro abre-alas trazia a escultura de um grande preto velho socando um pilão de café, assim como versava o refrão principal do samba-enredo: "Soca no pilão / Preto velho mandingueiro / O negro que virou ouro / Lá nas terras do Salgueiro".[211] O samba ganhou nota máxima dos jurados.[212] A bateria, comandada por Mestre Louro, representava os soldados do Império, e também ganhou nota máxima do júri oficial.[212] Com esse desfile, a escola conquistou a 4.ª colocação.
- 1993 - "Peguei um Ita no Norte".
Após 17 anos sem títulos, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o seu oitavo campeonato com um desfile considerado "arrebatador".[16][21][22][213] O enredo do carnavalesco Mário Borriello foi inspirado na canção "Peguei um Ita no Norte", do cantor e compositor baiano Dorival Caymmi; e falava sobre uma viagem costeira entre Belém e Rio de Janeiro, abordando as culturas e tradições dos lugares por onde o Ita passava.[213] "Ita" era o nome que se dava aos navios que faziam viagem entre o Norte e o Sul do Brasil, na primeira metade do século XX, e que tinham nomes em tupi-guarani iniciados pela sílaba "ita", como: Itaquatirara, Itaipu, Itajubá, Itapé, entre outros.[214] A escola foi a terceira a desfilar na segunda noite de apresentações do Grupo Especial.[115] A comissão de frente, coreografada por Suzana Braga, representou os "oficiais do Ita". Os componentes evoluíam com bandeiras nas cores da escola. Com vários barquinhos, o carro abre-alas representou a "festa do Círio de Nazaré". As alas seguintes ao abre-alas representavam tradições e costumes de Belém, local do ponto de partida do Ita. Foram representados os fiés da procissão do Círio de Nazaré, os vendedores de peixe no Mercado Ver-o-Peso e os vendedores de pássaros. A segunda alegoria representou a partida do Ita. A triatleta Fernanda Keller desfilou como destaque na alegoria. A terceira alegoria representava o mar, com uma escultura de Yemanjá. O quarto carro alegórico tinha um boi-bumbá, representando a primeira parada do navio, em São Luís do Maranhão. A quinta alegoria representava a chegada ao Ceará. A sexta alegoria representava Natal, com dunas de areia e moinhos de vento. O sétimo carro alegórico, "Riquezas da cultura pernambucana", fazia referência ao Maracatu. A oitava alegoria representou as "tradições populares de Alagoas". O nono carro alegórico simbolizou o sertão de Sergipe, com representações de Lampião e Maria Bonita. A alegoria seguinte representou a chegada à Bahia, com a escultura de uma grande baiana cercada por representações de orixás. A penúltima alegoria, "Cidade Maravilhosa", representava a chegada dos imigrantes ao Rio de Janeiro. A última alegoria, "Explode Coração", trazia crianças sobre uma representação da Praça da Apoteose, saudando o carnaval carioca. A escola terminou seu desfile aos gritos de "é campeã".[16] O grande destaque do desfile foi o samba-enredo composto por Demá Chagas, Arizão, Celso Trindade, Bala e Guaracy.[215] O público presente no Sambódromo cantou em coro o popular samba-enredo, conhecido pelo refrão "Explode coração / Na maior felicidade / É lindo o meu Salgueiro / Contagiando, sacudindo essa cidade".[215] Anos após o desfile, o samba ainda faz muito sucesso.[216] É hino de diversas torcidas de futebol pelo país, sendo muito cantado nos estádios de futebol.[217] Nos anos posteriores, a escola apostou em sambas neste mesmo molde, porém não obteve o mesmo sucesso.[218][219] O desfile entrou para a história do carnaval carioca especialmente pela reação do público, cantando o samba e aplaudindo a escola durante toda a apresentação.[16][218][220] Um raro momento, poucas vezes visto na Sapucaí.[22][219][220] A escola recebeu quatro prêmios Estandarte de Ouro: de melhor escola, de melhor enredo, de melhor ala das crianças, e de melhor bateria. Na apuração do resultado oficial, a Acadêmicos do Salgueiro perdeu apenas meio ponto, no quesito "Harmonia".[221] A escola confirmou o favoritismo, conquistando o seu oitavo título de campeã do carnaval carioca.
- 1994 - "Rio de lá pra cá".
Tentando o bicampeonato, a Acadêmicos do Salgueiro escolheu a cidade do Rio de Janeiro como enredo. Durante a preparação para o carnaval de 1994, os presidentes da escola - Miro e Maninho - foram presos durante uma operação em que vários bicheiros foram detidos - incluindo presidentes de outras escolas.[222] O carnavalesco Roberto Szaniecki fez sua estreia na escola, substituindo o carnavalesco campeão do ano anterior, Mário Borriello. Quinho também deixou a escola, sendo substituído pelo intérprete Quinzinho. O samba-enredo, dos mesmos compositores de "Peguei um Ita no Norte", agradou ao público, sendo bem cantado durante o desfile.[223] A escola foi a sexta agremiação a se apresentar na segunda noite de desfiles. A Comissão de frente, coreografada por Suzana Braga, representava uma mistura de franceses com índios tamoios, os "françoios". O carro abre-alas, "Heráldica Carioca", trazia o brasão da cidade. Durante o desfile foram lembradas a fundação da cidade, o Rio Colonial, a boemia, a high society carioca, as festas, religiões e futebol.[224] O Mestre-sala Vanderli sofreu uma torção no joelho a um mês do desfile e foi substituído pelo segundo Mestre-sala da escola, Dionísio, em par com Taninha. O casal desfilou de máscaras, representando Pierrot e Colombina. Ele de branco, ela de vermelho. A bateria, comandada por Mestre Louro, desfilou fantasiada de Arlequins e recebeu nota máxima dos jurados.[225] As baianas desfilaram fantasiadas de roleta, homenageando os cassinos. A alegoria "Cassino da Urca", tinha uma grande roleta giratória, cartas de baralho e fichas de jogos. A escola desfilou "inchada", com um contingente estimado em seis mil componentes, e teve que correr ao final do desfile para não ultrapassar o tempo limite.[226] O desfile animou o público e arrancou gritos de "bicampeã", deixando a Sapucaí como grande favorita ao título.[227] Pelo segundo ano consecutivo, a escola foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor escola.[228] Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro foi vice-campeã, ficando 3,5 pontos atrás da campeã Imperatriz Leopoldinense.[225] O resultado causou revolta no presidente da escola, Paulo César Mangano, que invadiu a área de leitura das notas e chutou o troféu da campeã, sendo contido pelos seguranças da LIESA e da RioTur.[229] O resultado também foi mal recebido pelos torcedores da escola. A torcida salgueirense que acompanhava a leitura das notas no Sambódromo, deixou o local antes mesmo do final da apuração. Uma grande festa que estava preparada na quadra da escola, para comemorar o possível campeonato, foi cancelada. Jornalistas foram hostilizados na quadra da agremiação.[230]
- 1995 - "O caso do por acaso".
A Acadêmicos do Salgueiro foi a sexta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. O desfile foi mais uma vez confeccionado pelo carnavalesco Roberto Szaniecki. O enredo contestava a versão oficial do descobrimento do Brasil. Quinho voltou ao posto de intérprete oficial da escola. Em 1995 a escola encontrava-se sem quadra e com dificuldades financeiras, o que refletiu na falta de acabamento de algumas alegorias.[231] A entrega das botas dos integrantes da comissão de frente atrasou. Com isso, a velha guarda da escola abriu o desfile. Por volta dos dez minutos de apresentação, as botas foram distribuídas aos componentes e a comissão de frente assumiu o seu lugar de origem.[232] Intitulada "invasores e navegadores", a comissão foi coreografada por Dennis Gray. A fantasia era dividida em duas partes, a primeira metade representava os navegadores, e a segunda metade os mouros. Apesar dos problemas, a comissão de frente recebeu nota máxima dos jurados.[233] O carro abre-alas, que representava Constantinopla, desfilou incompleto, com panos rasgados, estruturas de ferro e madeira à mostra e esculturas sem finalização.[234] A fantasia do primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Vanderli e Andréa, representava o Cabo das Tormentas. O casal ganhou nota máxima dos jurados.[233] A bateria, comandada por Mestre Louro, representou seres marinhos e também conquistou nota máxima do júri.[233] O carro que representava a mitologia marinha pegou fogo poucos dias antes do desfile e teve que ser refeito. A ala das baianas representou bússolas. A alegoria "Frota de Cabral" apresentou uma cópia fiel em dimensão da caravela com que Cabral chegou ao Brasil. Porém, a alegoria também desfilou incompleta, faltando as velas.[235] A alegoria “Comércio Italiano” ficou presa no portão de saída da Sapucaí, e teve que ser quebrada para que as alas posteriores passassem pelo portão.[236] O samba-enredo, de ritmo acelerado, empolgou o público e levou nota máxima dos jurados.[237] Na classificação oficial, a escola terminou na 5.ª colocação.
- 1996 - "Anarquistas sim, mas nem todos."
Quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles, a Acadêmicos do Salgueiro abordou a cultura italiana no Brasil.[238] O desfile foi assinado pelo carnavalesco Fábio Borges. A comissão de frente, "Pierrot Salgueirense", coreografada por Regina Miranda, representava o personagem da Comédia Dell'Art. A comissão causou bonito impacto com suas fantasias carregadas de plumas, levando nota máxima dos jurados e sendo premiada com o Estandarte de Ouro.[239] O carro abre-alas trazia o símbolo da Acadêmicos do Salgueiro dentro de um coração. O carro homenageava dois fundadores da escola: Pedro Siciliano, o Peru e Paulinho Santoro, o Italianinho - os dois de origem italiana. O primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Vanderli e Andreia, representava o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina. A bateria, comandada por Mestre Louro, representava os joalheiros. A bateria recebeu nota máxima dos cinco jurados.[239] O terceiro e o quarto carro alegórico representavam a imigração italiana nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. A quinta alegoria, "artes plásticas" representou a influência italiana na pintura, arquitetura, desenho e escultura. A sexta alegoria, "artes cênicas" representou a contribuição italiana ao teatro, cinema, ópera e circo. Com queijos, vinhos, linguiças e macarronada, a sétima alegoria sintetizava a culinária italiana. A última alegoria representou a influência italiana no carnaval brasileiro. A ala das baianas representava o baile de máscaras de Veneza. Na classificação oficial, a escola repetiu a 5.ª colocação do ano anterior.
- 1997 - "De poeta, carnavalesco e louco... todo mundo tem um pouco."
O ano marcou a volta de Mário Borriello ao Salgueiro, após quatro anos do campeonato conquistado em 1993 com "Peguei um Ita no Norte". A escola desfilou com o dia amanhecendo, encerrando a primeira noite de apresentações.[240] Curiosamente, a escola abordou o mesmo tema da Escola Porto da Pedra - que desfilou pouco antes: a loucura. Porém, enquanto o enredo da escola de São Gonçalo sintetizou o tema, a Acadêmicos do Salgueiro focou a influência da loucura nas criações de artistas. O enredo foi baseado nos estudos da psiquiatra Nise da Silveira.[241] Aos 92 anos, a psiquiatra fez questão de acompanhar o desfile e auxiliar o carnavalesco no desenvolvimento do enredo.[242] De roupa branca, a comissão de frente, coreografada por Regina Miranda, representava "Navegantes do imaginário". A comissão ganhou nota máxima dos jurados.[243] O carro abre-alas apresentava uma grande esfinge, representando o enigma da mente. A segunda alegoria representava os delírios de Dona Maria, a louca. O pintor Hieronymus Bosch foi representado na terceira alegoria, "Jardim das delícias". O quarto carro, "Os girassóis de Van Gogh" homenageava o pintor neerlandês, que sofria desequilíbrios mentais. Em sua estreia como primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Sidcley e Ana Paula ganharam nota máxima dos jurados.[243] A fantasia do casal, toda branca, representava os sonhos. A bateria, comandada por Mestre Louro, desfilou fantasiada de "passageiros da barca do sol", em referência ao quadro do pintor Carlos Pertuis. A bateria também ganhou nota máxima dos jurados.[243] A quinta alegoria homenageava o pintor catalão Salvador Dalí e tinha Carla Perez como destaque. A sétima alegoria homenageava o artista plástico Arthur Bispo do Rosário.[244] A última alegoria, "Arte-folia", fazia menção aos desfiles de escolas de samba como obras de arte.[245] A ala das baianas representava girassóis. Com esse desfile, a escola terminou na 7.ª colocação, ficando de fora do desfile das campeãs.
- 1998 - "Parintins, a Ilha do boi-bumbá: Garantido X Caprichoso, Caprichoso X Garantido."
Em 1998 a Acadêmicos do Salgueiro, por divergências com a LIESA, gravou e lançou o próprio samba-enredo.[246] Foi a segunda agremiação a se apresentar na primeira noite de desfiles. O carnavalesco Mário Borriello desenvolveu um desfile sobre as lendas amazonenses da Ilha de Parintins e o Festival Folclórico de Parintins, disputado por Boi Caprichoso e Boi Garantido. A comissão de frente representava "Os guardiões do boi". A segunda alegoria, "Lendas e mistérios da Ilha", trazia grandes serpentes com movimentos e efeitos de luzes e fumaça. A ala das baianas representou as colhedoras de patchouli. A fantasia do primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Sidcley e Ana Paula, representava a dança na ilha tupinambá. Sidcley foi premiado com o Estandarte de Ouro. A bateria, comandada por Mestre Louro, também foi premiada com o Estandarte de Ouro. A última alegoria trazia um imenso jacaré, abrindo e fechando a boca, onde um casal representando indígenas era engolido pelo animal.[247] Na classificação oficial, a escola repetiu a 7.ª colocação do ano anterior, ficando mais uma vez de fora do desfile das campeãs.
- 1999 - "Salgueiro é sol e sal nos quatrocentos anos de Natal."
O carnavalesco Mauro Quintaes fez sua estreia na Acadêmicos do Salgueiro com um enredo sobre a cidade de Natal, que completava 400 anos em 1999. Causou polêmica a ideia do intérprete Quinho - a pedido de seus filhos - de cantar a música "Erguei as mãos", de Padre Marcelo Rossi, no esquenta do desfile. O pedido da Arquidiocese do Rio para não cantar a música foi ignorado.[248] A comissão de frente, coreografada por Beth Oliose e Regina Sauer, representou os colonizadores holandeses invadindo Natal. O carro abre-alas, em tom dourado, trazia o brasão da escola. Logo após o abre-alas, a ala das baianas desfilou com roupas brancas, representando a espuma do mar de Natal. De roupa dourada com plumas brancas, o primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Sidcley e Ana Paula, desfilou fantasiado de "Sol de Natal". A bateria, comandada por Mestre Louro, desfilou fantasiada de Lampião, e recebeu nota máxima dos jurados.[249] O samba-enredo composto por Celso Trindade, Demá Chagas, Eduardo Dias, Líbero e Quinho, também recebeu nota máxima do júri oficial.[249] O terceiro carro alegórico homenageava o historiador natalense Câmara Cascudo. O filho do escritor desfilou na alegoria, representando o pai. Com muitos integrantes, a escola precisou correr no final do desfile para não ultrapassar o tempo limite.[250] Com esse desfile, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou a 5.ª colocação.
Década de 2000[editar | editar código-fonte]
- 2000 - "Sou rei, sou Salgueiro, meu reinado é brasileiro."
Para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil, todas as escolas do Grupo Especial fizeram desfiles sobre a história do país. A Acadêmicos do Salgueiro escolheu como tema a transferência da corte portuguesa para o Brasil.[251] O desfile foi confeccionado pelo carnavalesco Mauro Quintaes. A escola foi a terceira a desfilar na segunda noite de apresentações. Wander Pires foi o intérprete oficial da escola, e também foi um dos compositores do samba-enredo. A comissão de frente, coreografada por Carlota Portella, representava a tropa francesa de Napoleão Bonaparte invadindo Portugal. O carro abre-alas, "Conquistas de Napoleão sobre o reino de João", trazia à sua frente três grandes dragões. Desfilaram na alegoria, o diretor Jorge Fernando interpretando Napoleão Bonaparte, e a atriz Ângela Leal como Carlota Joaquina. As baianas foram divididas em duas alas, nas cores da escola. A primeira, "africanas vermelhas", com roupa predominantemente vermelha e detalhes rústicos. A segunda, "africanas brancas", com roupa predominantemente branca e detalhes em dourado. A segunda alegoria, "Abertura dos Portos", trazia à sua frente, uma grande piscina com oito atletas do nado sincronizado. Joana Prado - a feiticeira, foi destaque no carro. O cantor Daniel foi destaque na terceira alegoria, "A corte no Rio", que representava a festa de recepção de Dom João. A alegoria seguinte, “Elevação a Reino Unido”, tinha grandes esculturas douradas para simbolizar o fim do período colonial. A alegoria "Aclamação de Dom João", apresentou um salão com integrantes dançando um minueto, em referência a uma clássica ala do desfile campeão de 1963.[252] A escola animou o público e encerrou o seu desfile recebendo gritos de "é campeã".[253] A Acadêmicos do Salgueiro foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor escola do ano. A bateria, comandada por Mestre Louro, também foi premiada com o Estandarte de Ouro e recebeu nota máxima dos jurados.[254] Uma das favoritas para conquistar o título de campeã, a escola terminou apenas na 6.ª colocação.
- 2001 - "Salgueiro no mar de Xarayés, é pantanal, é carnaval."
A Acadêmicos do Salgueiro foi a quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. O carnavalesco Mauro Quintaes desenvolveu um enredo sobre o Pantanal Sul-Matogrossense. A comissão de frente, coreografada por Caio Nunes, representou os "Guerreiros Guaicurus", os primeiros habitantes do Pantanal. A Porta-bandeira Marcella Alves fez sua estreia na escola, ao lado do experiente Mestre-sala Ronaldinho, que voltava à agremiação. Os dois foram premiados com o Estandarte de Ouro.[255] A bateria, comandada por Mestre Louro, representava "Os sonhos da Nação Guaicuru". Assim como no ano anterior, as baianas foram divididas em duas alas. A primeira, com roupa predominantemente vermelha, representava as mulheres da tribo Guaicuru. A segunda, com roupa predominantemente branca, representava a culinária pantaneira. Durante o desfile, foram utilizados 30 mil litros de água.[256] A segunda alegoria representava o Império Inca, com uma grande pirâmide dourada com cascatas d'água. A cantora mato-grossense Tetê Espíndola foi destaque na alegoria "Fauna e Flora". Na classificação oficial, a escola terminou na 4.ª colocação.
- 2002 - "Asas de um sonho. Viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro."
A Acadêmicos do Salgueiro foi a penúltima escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. Desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes, o enredo exaltava o sonho de voar. Curiosamente, a Beija-Flor, que desfilou em seguida, apresentou um enredo semelhante. Enquanto o desfile da escola de Nilópolis foi patrocinado pela Varig, o desfile da Acadêmicos do Salgueiro foi patrocinado pela TAM.[257] O intérprete Nêgo foi um dos compositores do samba-enredo. A comissão de frente do coreógrafo Caio Nunes representava pássaros, a grande inspiração do homem para voar. O carro abre-alas representava as primeiras tentativas do homem de voar. O diretor Jorge Fernando foi destaque no carro, representando Leonardo da Vinci. A segunda alegoria, "A era dos balões", trouxe grandes balões e uma representação da Torre Eiffel. A ala das baianas representava as "nuvens celestiais", com roupa branca e detalhes dourados. Logo atrás das baianas, a velha guarda da escola desfilou de roupa vermelha, representando os comandantes de voo. A bateria, comandada por Mestre Louro, representava as "asas de um sonho". A terceira alegoria homenageou Santos Dumont. O quarto carro trouxe uma grande escultura de Netuno, representando os voos sobre o mar. Popó desfilou como destaque na quinta alegoria, que representava a quebra da barreira do som. Luana Piovani e Luciano Huck desfilaram na frente do penúltimo carro alegórico, que trouxe uma representação de um avião, em proporções reais.[258] A última alegoria apresentava uma grande escultura do comandante Rolim Amaro, presidente da TAM, patrocinadora do desfile.[259] Rolim morreu em um acidente aéreo em 8 de julho de 2001, pouco depois de ser escolhido como homenageado do enredo. O comandante, que era salgueirense, desfilaria no último carro.[260] Como resultado, a escola terminou na 6.ª colocação.
- 2003 - "Salgueiro, minha paixão, minha raiz - 50 anos de glória."
Em 2003 a Acadêmicos do Salgueiro completou 50 anos. E para comemorar, fez um desfile relembrando a própria história. Renato Lage voltava à escola onde começou a fazer carnaval. Assinou o desfile de 2003 ao lado de sua esposa, Márcia Lage. Segunda escola a se apresentar na primeira noite de desfiles, a Acadêmicos do Salgueiro fez um desfile animado. O samba-enredo caiu no gosto popular, sendo bem cantado por público e componentes.[261] O refrão do samba tinha o verso: "Salgueiro, vermelho / Balança o coração da gente / Guerreiro, é de bambas um celeiro / Apenas uma escola diferente".[262] Um dos compositores do samba-enredo, Quinho voltava ao posto de intérprete oficial da escola. A comissão de frente, coreografada por Marcelo Misailidis, uniu o clássico ao moderno. Os integrantes vestiam fraque e cartola, nas cores da escola, como nos antigos carnavais. O toque moderno foi mostrado na coreografia, com as capas que formavam palavras como: "Salgueiro", "50 anos" e "glórias". Nas cores da escola, o carro abre-alas representou o Morro do Salgueiro. Na frente do carro, uma foto de Domingos do Salgueiro, comerciante que deu nome ao morro. Desfilaram na alegoria: Delegado, Jamelão, entre outros integrantes ilustres do Salgueiro e de sua escola madrinha, a Mangueira.[263] Ainda na alegoria, um casal de Mestre-sala e Porta-bandeira carregava o primeiro pavilhão da escola. Cada setor relembrava um desfile campeão da agremiação. Abrindo cada setor, um tripé com o título dos enredos campeões em neon vermelho. Com muita palha e bambu, a segunda alegoria, "Zumbi dos Palmares", lembrava o título de 1960. O setor seguinte relembrava o campeonato de 1963. Zezé Motta desfilou como Xica da Silva, personagem que interpretou no cinema. A ala "Minueto" relembrava a clássica ala coreografada que fez sucesso naquele ano. A terceira alegoria, "Luxúrias de Xica" fazia referência ao lago criado pelo Contratador João Fernandes para presentear Xica. Outro setor lembrava a conquista de 1965, com o enredo "História do carnaval carioca - Eneida". O casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Ronaldinho e Marcella Alves, representavam Pierrot e Colombina. A bateria da escola, comandada pela última vez por Mestre Louro, representava Arlequim. O setor seguinte lembrava a conquista de 1969. Representando esse desfile, a alegoria "Bahia de todos os deuses" trazia sete esculturas douradas representando orixás. As baianas desfilaram com roupa em branco e dourado, representando o Senhor do Bonfim. Outro setor lembrava o carnaval campeão de 1971. A sexta alegoria, "Festa para um rei negro", relembrava esse desfile. O setor seguinte referenciava o bicampeonato conquistado em 1974 e 1975 sob comando do carnavalesco Joãosinho Trinta. O sétimo carro, "Rei de França e As Minas do Rei Salomão" trazia uma grande serpente, que segundo uma lenda, cercava a Ilha de São Luiz do Maranhão. O último setor, lembrava o oitavo título da escola, "Peguei um Ita no Norte". A ala "Comandantes do Ita" fazia referência à comissão de frente de 1993. Encerrando o desfile, a última alegoria, "Explode Coração" remontava o navio Ita, presente no desfile campeão de 1993. A escola teve que correr para terminar seu desfile dentro dos 80 minutos estipulados. Ainda assim, ultrapassou em quatro minutos o tempo máximo regulamentar.[264] A Acadêmicos do Salgueiro foi a grande campeã do Estandarte de Ouro 2003, conquistando 5 prêmios: melhor escola, melhor bateria, melhor comissão de frente, melhor Mestre-sala (Ronaldinho) e Personalidade do ano (para Djalma Sabiá).[265] A escola começou a apuração com uma punição de oito décimos por ter ultrapassado o tempo limite. Ainda assim, a expectativa era de uma boa colocação.[266] Porém, a escola recebeu notas baixas dos jurados. A premiada bateria recebeu uma nota 9,0, perdendo um total de 1,4 pontos. A também premiada comissão de frente também perdeu 1,4 pontos. No quesito "enredo" foram perdidos 1,3 pontos. Como resultado, a escola passou o seu cinquentenário fora do desfile das campeãs, na 7.ª colocação.
- 2004 - "A Cana que aqui se planta, tudo dá… Até energia! Álcool – o combustível do futuro."
Após mais de 30 anos comandando a bateria "Furiosa", Mestre Louro foi dispensado da escola, sendo substituído por Mestre Jonas.[267] A Acadêmicos do Salgueiro foi a quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. O enredo começava na Índia, onde iniciou-se o cultivo de cana-de-açúcar; passava pela chegada da cana ao Brasil; e terminava defendendo o álcool como o combustível do futuro.[268] O desfile foi patrocinado pelo conglomerado de usinas de álcool e açúcar J. Pessoa.[269] A escola fez uma apresentação tecnicamente correta, porém, sem empolgar o público.[270] A comissão de frente, coreografada por Marcelo Misailidis, em determinado momento da coreografia se transformava em um grande elefante. O carro abre-alas, "Usina da Alegria", abusava da iluminação neon, característica do estilo high-tech dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. O casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Ronaldinho e Marcella Alves, representava boias-frias que trabalhavam nos canaviais. Pelo segundo ano consecutivo, Ronaldinho foi premiado com o Estandarte de Ouro. Pela primeira vez, a Acadêmicos do Salgueiro apresentou uma rainha de bateria.[271] A escolhida foi Ana Cláudia, esposa de Maninho, patrono da escola. Aos 97 anos, Dercy Gonçalves desfilou como destaque na alegoria "Tempos Modernos".[272] A última alegoria, "Álcoopolis", apresentou carros se locomovendo em uma pista de kart.[273] Na classificação oficial, a escola terminou na 6.ª colocação.
No dia 28 de setembro de 2004, Waldemir Paes Garcia, o Maninho, foi morto a tiros ao sair de uma academia de ginástica, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Pouco mais de um mês depois, morria com problemas respiratórios, seu pai, Waldomiro Paes Garcia, o Miro. Os dois ocuparam a presidência da escola, e na época eram patronos da agremiação.[274][275]
- 2005 - "Do fogo que ilumina a vida, Salgueiro é chama que não se apaga."
No carnaval de 2005, o casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage confeccionaram um desfile com muita pirotecnia para contar a história do fogo. A Acadêmicos do Salgueiro foi a terceira escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. A comissão de frente, "O fogo que ilumina a vida", coreografada por Marcelo Misaillidis, trazia integrantes vestidos de ancestrais e utilizava fogos de artifício, causando grande efeito. A comissão foi premiada com o Estandarte de Ouro. O carro abre-alas causou impacto ao apresentar uma escultura representando um vulcão, de onde saía uma grande labareda de fogo - de verdade.[276] Duas alegorias tiveram problemas ao colidirem em árvores ainda na armação da escola, na Avenida Presidente Vargas. Em uma dessas alegorias, uma escultura representando uma torre foi danificada.[277] A ala das baianas, vestida de "Senhoras da Luz", também foi premiada com o Estandarte de Ouro. A alegoria "O fogo faz a festa", toda em preto e dourado, soltava fogos de artifício. Encerrando o desfile, um grande telão de LED passava imagens de Miro Garcia e Maninho, ex-patronos da escola, mortos no final do ano anterior. A LIESA permitiu que a alegoria fosse apresentada apenas como forma de homenagem, não sendo avaliada pelos jurados.[278] Foi o primeiro ano de Mestre Marcão no comando da bateria. A escola foi premiada com o Tamborim de Ouro de melhor escola do ano. Na classificação oficial, terminou na 5.ª colocação.
- 2006 - "Microcosmos - O que os olhos não veem, o coração sente."
Foi o primeiro carnaval contando com a estrutura do barracão da Cidade do Samba.[279] Desenvolvido pelo casal Renato Lage e Márcia Lage, o enredo sobre microrganismos foi premiado com Estandarte de Ouro de melhor enredo do ano. A Acadêmicos do Salgueiro foi a escola responsável por abrir os desfiles do Grupo Especial de 2006. Com o público ainda "frio", chegando ao sambódromo, a escola fez um desfile sem empolgação.[280] A comissão de frente, do coreógrafo Marcelo Misailidis, representava aranhas "tecendo a vida" com grandes agulhas. O carro abre-alas apresentava um telão de LED dentro de uma grande representação de um globo ocular que piscava. De volta ao Salgueiro, a Porta-bandeira Rita Freitas vestia branco, representando o glóbulo branco - leucócito. O Mestre-sala Ronaldinho vestia vermelho representando o glóbulo vermelho - as hemácias. As baianas representaram orquídeas púrpuras. A bateria, comandada por Mestre Marcão, fez "paradinhas" imitando a batida do coração durante o refrão principal do samba-enredo, que tinha o verso: "Na batida de um coração / Tem mistérios e emoção / Ecoa no ar um canto de amor / A academia do samba chegou". O samba foi formado por uma junção de duas composições.[281] Durante a apresentação, diretores da escola fizeram um cordão de isolamento impedindo que cinegrafistas e fotógrafos se aproximassem dos componentes, o que gerou uma grande confusão entre as partes.[282] Na apuração das notas, a escola recebeu notas baixas, terminando no 11.º lugar, a pior classificação da história da Acadêmicos do Salgueiro.
- 2007 - "Candaces."
Para tentar se reerguer, após alcançar o pior resultado de sua história, a Acadêmicos do Salgueiro escolheu um enredo de temática afro, que tantas vezes lhe consagrou campeã. Terceira agremiação a se apresentar na segunda noite de desfiles, a escola homenageou as Candaces, rainhas guerreiras da África Oriental, sete séculos antes de Cristo. Outras guerreiras, orixás femininas e mães de santo também foram homenageadas como exemplos de luta e perseverança. Renato e Márcia Lage abandonaram o estilo high tech, que lhes consagraram, e confeccionaram um desfile rústico.[283] Na comissão de frente, coreografada por Marcelo Misailidis, a representação de um Faraó liderando escravos na condução de um bloco de pirâmide que guardava a energia vital da Rainha Nefertiti.[284] O carro abre-alas, "Raízes da Criação", causou grande efeito ao apresentar a escultura de uma grande feiticeira com movimentações e cercada por representações de orixás femininas constituídas de galhos de árvores.[285] Como efeito especial, o carro soltava fumaça. A ala das baianas representou as "Mães feiticeiras". A penúltima alegoria, "Mães de Santo, Mães do Samba", trazia uma grande escultura de mãe de santo, representando Tia Ciata. A bateria "Furiosa", comandada por Mestre Marcão, esteve inspirada, fazendo várias "paradinhas".[286] O samba-enredo foi bem cantado por público e componentes.[287] O refrão principal tinha o verso: "Odoyá Iemanjá / Saluba Nanã! Eparrei Oyá! / Orayê Yê o, Oxum! / Oba Xi Oba!“, uma saudação às Yabas - orixás femininas. O desfile contagiou o público nas arquibancadas.[288] Foi a escola mais aplaudida da noite, sendo recebida aos gritos de "é campeã!".[289] Haroldo Costa, ao comentar o desfile ao vivo pela Rede Globo, definiu a apresentação da escola como uma das maiores de toda a sua história.[290] A escola foi premiada com o Tamborim de Ouro de melhor escola do ano.[291] Apontada entre as favoritas para conquistar o campeonato de 2007, a escola recebeu algumas notas baixas dos jurados e terminou a competição apenas na 7.ª colocação, ficando de fora, inclusive, do Desfile das Campeãs. O resultado foi muito contestado pelos torcedores da escola e pela crítica especializada.[292][293][294] Foi o último desfile de Júlio Machado, o Xangô do Salgueiro, que desde 1969 desfilava na escola como destaque, sempre representando o orixá Xangô. Júlio faleceu algumas semanas após o desfile de 2007.[295]
- 2008 - "O Rio de Janeiro continua sendo…"
Terceira escola a se apresentar na primeira noite de desfiles, a Acadêmicos do Salgueiro exaltou o Rio de Janeiro por meio das belezas naturais e pontos turísticos da cidade, em mais um enredo do casal Renato e Márcia Lage. A comissão de frente satirizava a chegada dos portugueses à cidade. Foi coreografada por Hélio Bejani, em sua estreia na escola. Na comissão, os navegadores chegavam de banana boat. Os integrantes se apresentavam com sombrinhas nas cores amarelo e vermelho.[296] O carro abre-alas, todo em dourado e com iluminação quente, representava a visão que os descobridores tiveram ao chegar ao Rio. A ala das baianas representava araras vermelhas. A segunda alegoria, “A França invadiu a nossa praia”, apresentou uma embarcação, vazada, com acrobacias da Intrépida Trupe. A Praça Mauá, o Mosteiro de São Bento, o bairro da Lapa, as praias cariocas, a Igreja da Penha e o subúrbio carioca também foram representados em alegorias. Os jogadores Júnior e Jairzinho desfilaram como destaques na alegoria que representava o Maracanã.[297] O último setor representava os antigos carnavais, e o último carro, “Não me Leve a Mal … Hoje É Carnaval”, lembrava o desfile campeão de 1965, em que a escola também homenageou o Rio de Janeiro.[298] De terno de linho e chapéu panamá, integrantes da bateria representavam a malandragem carioca. Viviane Araújo desfilou pela primeira vez como rainha de bateria da escola. A bateria "Furiosa", comandada por Mestre Marcão, ganhou nota máxima dos jurados e foi premiada com o Estandarte de Ouro. Na classificação oficial, a escola se sagrou vice-campeã do carnaval carioca de 2008.
- 2009 - "Tambor."
Após o vice-campeonato de 2008, foi realizada uma eleição para escolher a nova presidência. A vencedora foi a candidata da situação, Regina Celi Fernandes, segunda mulher presidente na história da escola.[299] Em 2009, a Acadêmicos do Salgueiro escolheu como enredo a história do tambor. O desfile foi desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage, sem o auxílio de sua esposa, que naquele ano assinou o carnaval da Império Serrano. Segunda escola a se apresentar na segunda noite de desfiles, a Acadêmicos do Salgueiro fez uma apresentação contagiante.[300] A comissão de frente, denominada "No princípio era o tambor", foi coreografada por Hélio Bejani. Após a comissão, uma ala coreografada representando o maculelê precedia o imponente carro abre-alas. Com muitos tambores, luz neon vermelha e acrobatas da Intrépida Trupe, o abre-alas, orçado em R$ 400 mil, causou grande impacto.[301] A segunda alegoria, "Essência Ritual", relembrou a origem pré-histórica do tambor. A ala das baianas representava as rainhas africanas. Toda em branco, a alegoria “Sagração aos Deuses” lembrava a utilização do instrumento nas religiões de origem africana. O Festival Folclórico de Parintins foi lembrado numa alegoria em que metade era vermelha - em referência ao Boi Garantido, e outra metade era azul - em referência ao Boi Caprichoso. O carro “Eletrizante Batuque das Ruas” trazia Carlinhos Brown como destaque sobre a réplica de um trio elétrico. A última alegoria homenageava Mestre Louro, morto no ano anterior. Desfilaram no carro todos os mestres de bateria do grupo especial daquele ano.[302] A escola terminou a sua apresentação aos gritos de "é campeã!".[303] O samba-enredo, composto por Moisés Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatiana Leite, apresentava o refrão: "Vem no tambor da Academia / Que a furiosa bateria vai te arrepiar! / Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiro / Salve o mestre do Salgueiro!".[304] O samba foi bem cantado pelo público e pelos componentes e ganhou nota máxima dos jurados. A escola também ganhou nota máxima nos quesitos "Comissão de Frente", "Alegorias e Adereços" e "Fantasias". A escola foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor escola, e de melhor enredo.[305] Na apuração das notas, o favoritismo foi confirmado e a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o seu nono título de campeã do carnaval carioca, quebrando um jejum de 16 anos.[306]
Década de 2010[editar | editar código-fonte]
- 2010 - "Histórias sem fim."
A Acadêmicos do Salgueiro foi a quinta escola a se apresentar na primeira noite dos desfiles de 2010. Tentando o bicampeonato, o carnavalesco Renato Lage desenvolveu um enredo sobre a história dos livros, relembrando as mais consagradas obras da literatura estrangeira e brasileira. A comissão de frente, coreografada por Hélio Bejani, representou "monges copistas". O carro abre-alas, “Primeira impressão”, representou a oficina de Gutemberg, com acrobatas da Intrépida Trupe e do Cirque Du Soleil.[307] Na segunda alegoria, que representava uma biblioteca, componentes lançavam livros para o público.[308] Alas e alegorias relembravam os grandes clássicos da literatura mundial e nacional, como "O Pequeno Príncipe”, “Os Lusíadas”, “Os três mosqueteiros”, "Memórias póstumas de Brás Cubas", “Don Quixote”, “Alice no País das Maravilhas”, e a Bíblia. Grandes tripés acompanhavam as alas.[309] O terceiro carro alegórico representou “O Guarani”, obra de José de Alencar. A quarta alegoria trazia uma boneca Emília gigante em referência ao Sítio do Pica Pau Amarelo. O carro seguinte representava a saga Harry Potter. Destaque para a ala coreografada "Navio Negreiro", em referência à obra de Castro Alves.[310] Vestindo branco, a ala das baianas homenageou o escritor baiano Jorge Amado e foi premiada com o Estandarte de Ouro.[311] A bateria da escola, comandada por Mestre Marcão, representou "Ali Babá e os Quarenta Ladrões", e a rainha de bateria, Viviane Araújo, representou a rainha Sherazade.[312] Apesar da beleza plástica, o desfile não empolgou o público como no ano anterior.[313] O samba-enredo fez sucesso com a torcida do Flamengo, que adaptou o refrão do samba.[314] O desfile rendeu ao Salgueiro a 5.ª colocação.
- 2011 - "Salgueiro apresenta: O Rio no cinema."
Em 2011, a Acadêmicos do Salgueiro foi a segunda escola a se apresentar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial. O enredo, sobre a relação do Rio de Janeiro com o cinema, foi proposto pelo prefeito Eduardo Paes e desenvolvido por Renato Lage e sua esposa Márcia Lage que retornava à escola.[315] Leonardo Bessa e Serginho do Porto foram efetivados, ao lado de Quinho, como intérpretes oficiais da agremiação. O Mestre-sala Ronaldinho, que estava na escola a dez anos, foi substituído por Sidcley, que retornava ao Salgueiro.[316] Foi a segunda escola a se apresentar na segunda noite de desfiles. Os carnavalescos optaram por confeccionar fantasias mais leves e alegorias maiores. A escola apresentou um desfile monumental, com alegorias enormes e pesadas.[317] A comissão de frente, coreografada por Hélio Bejani, representava vendedores de bala na porta do cinema. Um tripé simbolizava a calçada da fama, onde se apresentavam integrantes representando Fred Astaire e Marilyn Monroe.[318] Representando a Cinelândia, o carro abre-alas transmitia ao vivo, em um grande telão, imagens do público presente na Sapucaí. A ala das baianas representava "Carlota Joaquina", filme que marcou a retomada do cinema nacional. Representando as chanchadas da Atlântida, a segunda alegoria, "Tesouro perdido da Atlântida", soltava bolhas de sabão e teve dificuldade para entrar na Sapucaí. Com exceção do abre-alas, todas as alegorias traziam à sua frente gruas com câmeras e integrantes representando diretores. O quarto carro apresentou uma grande escadaria com dançarinos de sapateado. O público pode ouvir o som do sapateado graças à microfones instalados nos degraus da escadaria da alegoria. Por volta dos cinquenta minutos de apresentação, o desfile, até então tecnicamente perfeito, se transformou em uma das apresentações mais dramáticas do carnaval carioca.[319] O carro que homenageava o filme “Rio”, teve um princípio de incêndio.[320] A penúltima alegoria, "Hollywood é aqui", apresentou uma grande escultura do personagem King Kong escalando o relógio da Central, numa sátira ao filme "King Kong". Toda pintada de amarelo, representando uma banana, a cantora Valesca Popozuda desfilou como destaque nas mãos do gigantesco gorila. O carro teve muita dificuldade para entrar na Sapucaí. Para a escola não perder tempo, alas tiveram que passar à frente da alegoria. Com o desfile atrasado, a bateria "Furiosa" - sob o comando de Mestre Marcão - não teve tempo de entrar no recuo. A bateria representava o filme "Tropa de Elite". O oitavo e último carro, que representava o Óscar, também teve dificuldade para entrar na Sapucaí. A escola permaneceu parada por alguns minutos, enquanto diretores tentavam acoplar a alegoria. Ao completar oitenta e dois minutos de desfile, tempo máximo permitido, integrantes precisaram correr para não aumentar ainda mais o prejuízo. As alegorias gigantescas congestionaram a dispersão. A presidente Regina Celi chegou a tirar os sapatos para ajudar na dispersão da escola.[321] Integrantes chegavam ao final do desfile aos prantos pelo acontecido. A Acadêmicos do Salgueiro encerrou a sua apresentação com uma hora e trinta e dois minutos de desfile, dez minutos a mais do que o permitido. Com isso, a escola foi punida com a perda de um ponto, o que a tirou da disputa pelo título. Ainda assim, a escola conquistou a 5.ª colocação, retornando no desfile das campeãs.
- 2012 - "Cordel branco e encarnado."
Terceira escola a se apresentar na segunda noite de desfiles, a Acadêmicos do Salgueiro fez uma homenagem à literatura de cordel, com mais um enredo desenvolvido pelo casal Renato e Márcia Lage. As alegorias, novamente muito grandes, tiveram dificuldades para entrar na Sapucaí.[322] Porém, ao contrário do ano anterior, a escola passou sem maiores problemas em evolução e cronometragem. A comissão de frente, coreografada por Hélio Bejani, representava uma caravana de teatro mambembe. Os integrantes dançavam com bonecas atadas ao braço.[323] O primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Sidclei e Gleice Simpatia, desenvolveu passos de xaxado. Sidclei ainda tocou triângulo durante a coreografia.[324] As baianas representavam Maria Bonita. Representando o "Bando de Lampião", a bateria comandada por Mestre Marcão, fez uma apresentação repleta de "paradinhas" em ritmos nordestinos, como forró, xote e xaxado.[325] Ao final de seu desfile, a escola foi apontada como uma das favoritas daquele ano.[326] Foi premiada com o Troféu SRZD de melhor desfile de 2012.[327] Na apuração das notas, três escolas da região da Tijuca disputaram a liderança. Porém, a Unidos da Tijuca sagrou-se campeã, dois décimos acima da vice-campeã, a Acadêmicos do Salgueiro.[328]
- 2013 - "Fama."
Renato Lage completava dez anos ininterruptos como carnavalesco da Acadêmicos do Salgueiro. Nesse ano, a escola escolheu a fama como tema de seu carnaval. O desfile foi patrocinado pela Revista Caras, que completava 20 anos.[329] A escolha do enredo patrocinado causou polêmica.[330] Foi a segunda escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. Xande de Pilares, do Grupo Revelação, passou a integrar o carro de som da escola, junto aos intérpretes oficiais Quinho, Leonardo Bessa e Serginho do Porto.[331] A comissão de frente, "A nossa divina comédia da fama", coreografada por Hélio Bejani, trazia uma grande limousine vermelha com as figuras de Chacrinha, saudando o público, e as celebridades Amy Winehouse e Marilyn Monroe se atracando. Integrantes fantasiados de fotógrafos completavam a apresentação com uma coreografia. A comissão de frente foi agraciada com os prêmios Estandarte de Ouro e Tamborim de Ouro.[332] O carro abre-alas, denominado "Grande Angular", era cercado por esculturas de seguranças e trazia uma grande câmera fotográfica, com acrobatas em volta. Completava o carro, um enorme cilindro com 4,5 milhões de LED, que exibia imagens de integrantes do Salgueiro.[333] O carro "O Atelier" trazia um telão menor, exibindo imagens dos funcionários do barracão, que trabalharam na confecção do desfile. A alegoria "Fotoshopping", representava um shopping center onde eram vendidos narizes, olhos, bocas e etc, fazendo uma crítica bem-humorada à indústria das cirurgias plásticas.[334] A alegoria "Pleasure Island" fazia referência à Ilha de Caras, lugar onde a revista leva famosos para fazer reportagens.[335] A ala das baianas representou a obra de Tarsila do Amaral. A bateria da escola, comandada por Mestre Marcão, desfilou com fantasias estilizadas com o famoso retrato de Che Guevara.[336] A Acadêmicos do Salgueiro, que completava 60 anos na ocasião, encerrou seu desfile com uma homenagem à própria história. A escola foi premiada com o Tamborim de Ouro.[337] Na classificação oficial, terminou na 5.ª colocação.
- 2014 - "Gaia - a vida em nossas mãos."
Em 2014, a Acadêmicos do Salgueiro retoma a estética afro, tão associada à sua história. Foi a quinta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles. O enredo abordou a criação do universo sob a ótica da lenda africana de Olorum, com um toque de apelo pela sustentabilidade nos dias atuais - um desejo já demonstrado pelos orixás em suas lendas e ideais. O ano também marcou a volta da Porta-bandeira Marcella Alves, após oito anos afastada da escola.[338] O desfile, confeccionado pelo casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage, foi dividido em setores. Começou com o elemento terra, depois água, fogo, ar, e terminou falando sobre sustentabilidade. A comissão de frente, "Guardiões da Natureza", coreografada por Hélio Bejani, trazia as representações de quatro orixás, cada um representando um elemento (Ossain - Terra, Xangô - Fogo, Iansã - Ar, Iemanjá - Água). A bailarina representando Gaia, "levitava" em cima de um triplé representando o planeta Terra.[339] O carro abre-alas, todo em madeira e com forte iluminação, trazia à sua frente uma escadaria com integrantes vestidos de zebra desenvolvendo uma coreografia. media 47 metros de comprimento. O primeiro setor, em tons marrons, representava o fator terra. O segundo setor representava o elemento água, com predominância do tom azul. O terceiro setor representava o fogo. O carro alegórico que representava esse elemento trazia um efeito simulando chamas de fogo. Porém, o carro passou a maior parte do desfile apagado, sem a iluminação e o efeito programado.[340] A bateria "Furiosa", comandada por Mestre Marcão, representava os "Guerreiros do Fogo". O setor seguinte representava o ar, em tons claros. O penúltimo setor falava sobre sustentabilidade. A escola encerrou o seu desfile com um alerta sobre o futuro. O último carro trazia uma grande caveira sobre um globo terrestre, num cenário de completa devastação. A escola desfilou com muitos componentes e teve que correr no final para não ultrapassar o tempo limite. A Acadêmicos do Salgueiro terminou o seu desfile a um minuto do tempo limite, aos gritos de "é campeã!".[341] O samba-enredo composto por Xande de Pilares, Dudu Botelho, Miudinho, Betinho de Pilares, Rodrigo Raposo e Jassa foi bem cantado pelo público.[342] A escola ganhou os prêmios Estandarte de Ouro e Tamborim de Ouro de melhor escola, de melhor samba-enredo e de melhor bateria do ano de 2014.[343][49] Na apuração das notas, Salgueiro e Unidos da Tijuca travaram uma disputa acirrada pelo título. Porém, assim como em 2012, a Acadêmicos do Salgueiro perdeu o título para a sua conterrânea, ficando com o vice-campeonato. Dessa vez, por apenas um décimo de diferença.[344] Após a apuração, a rainha da bateria, Viviane Araújo, considerou injusto o resultado. "Perder para a Tijuca é inadmissível. Perder para eles em alegorias e fantasias? Tá brincando, né!? Somos os campeões do povo e isso é o que importa", declarou Viviane.[345] Mestre Marcão também declarou que a escola foi "campeã moralmente, eleita pelo povo".[346]
- 2015 - "Do fundo do quintal, saberes e sabores na Sapucaí."
Em mais um pleito, Regina Celi foi reeleita presidente da escola, como candidata única, após serem constatadas irregularidades nas chapas de Fú e do intérprete Quinho.[347] A chapa de Quinho foi considerada uma surpresa, sendo mal-recebida por muitos salgueirenses simpatizantes de Regina.[348] Após a reeleição da presidente, foi confirmado o afastamento do intérprete. Xande de Pilares, Leonardo Bessa e Serginho do Porto foram os intérpretes oficiais da escola. Pelo segundo ano consecutivo, a parceira de Xande de Pilares venceu a disputa de samba-enredo.[349] Com um desfile orçado em 10 milhões, os carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage confeccionaram mais um carnaval de luxo e grandiosidade.[350] A comissão de frente, "Delírio Ancestral", trazia um tecido de 100 kg, todo confeccionado em LED, que se transformava no pavilhão da escola, em fogo, ouro, e no manto de Nossa Senhora do Rosário.[351] Lília Cabral, Alexandre Nero e Leandra Leal desfilaram como destaques na segunda alegoria, "Delírio Reluzente", que trazia um grande diamante giratório todo espelhado.[352] A ala das baianas representava as cozinheiras mineiras. De avental e touca, a bateria "Furiosa", comandada por Mestre Marcão, representou os chefes de cozinha. Alguns ritmistas tocavam frigideira com colher de pau.[353] A fantasia da rainha Viviane Araújo representava o fogo que aquece a comida. A penúltima alegoria trazia um trem em forma de bule que exalava aroma de café.[354] A escola ganhou vários prêmios de melhor escola do ano, como Tamborim de Ouro, Estrela do Carnaval, Troféu Tupi e Gato de Prata.[50][64][66][355] Na classificação oficial, a Acadêmicos do Salgueiro conquistou mais um vice-campeonato, quatro décimos atrás da campeã Beija-Flor.[356]
- 2016 - "A Ópera dos Malandros."
Renato e Márcia Lage desenvolveram um enredo baseado no musical “Ópera do Malandro” de Chico Buarque.[357] O enredo abordava o "jeito malandro", com suas principais características e os Malandros na Umbanda.[358][359] O samba-enredo escolhido agradou público e crítica, e impulsionou o favoritismo da escola no período pré-carnaval.[360][361] A Acadêmicos do Salgueiro foi a segunda escola a se apresentar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial.[362] Na comissão de frente, coreografada por Hélio Bejani, um componente representando Exú acompanhava malandros da rua e pombas giras numa coreografia. A saia das bailarinas, que representavam as damas da noite, media 3 metros de diâmetro, e tinha uma parte confeccionada em led, que exibia imagens de fogo e rosas.[363] Em determinado momento da coreografia, as damas saíam das saias, que ganhavam “vida própria”, rodopiando sozinhas. A comissão de frente e o enredo foram premiados com o Estandarte de Ouro.[364] O casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Sidcley e Marcella Alves, representava os reis da ralé. O carro abre-alas representou a Cinelândia e o Teatro Municipal, com um grande chafariz com efeitos de cascatas d'água em led, e personagens da noite carioca como malandros, bêbados, travestis, mendigos e prostitutas. O carro teve problemas de iluminação, passando apagado por toda a avenida.[365] Apenas a luz led do chafariz se manteve acesa.[365] Com figurinos em tons de bordô e preto, as baianas representavam pombas giras espanholas, numa referência à ópera "Carmen", de Georges Bizet.[358] Os integrantes da bateria, comandada por Mestre Marcão, desfilaram vestidos de rosa, representando a personagem Geni, da obra de Chico Buarque. Um balão de gás, representando um zepelim, sobrevoava a bateria. Viviane Araújo desfilou representando o malandro Max Overseas, personagem por quem Geni era apaixonada na "Ópera do Malandro".[366] Galvão Bueno, o jogador Júnior e o ator Eri Johnson desfilaram na alegoria "De bar em bar", que apresentava uma escultura de um malandro na clássica posição da escultura "O Pensador" de Auguste Rodin, representando a filosofia da malandragem.[367] O último setor do desfile tratou da fé, com patuás, "comigo ninguém pode", "espada de São Jorge", exús e pombas giras, ciganos, e terminava no malandro "mensageiro da paz". A última alegoria, "Meu santo é forte", apresentava uma grande escultura de uma pomba branca. A escola terminou o seu desfile aos gritos de "é campeã!".[361] O samba-enredo composto por Francisco Aquino, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Guinga, Marcelo Motta e Ricardo Fernandes, fez sucesso junto ao público, especialmente pelo refrão: “É que eu sou malandro batuqueiro / Cria lá do Morro do Salgueiro / Se não acredita, vem no meu samba pra ver / o couro vai comer”.[361] A escola foi premiada com o Tamborim de Ouro de melhor escola e de melhor samba-enredo.[15] Na apuração das notas, a Acadêmicos do Salgueiro liderou a classificação, empatada com a Mangueira, até chegar ao último quesito - “alegorias e adereços”. Como esperado, devido ao problema de iluminação do abre-alas, a escola perdeu alguns décimos no quesito, caindo do primeiro ao quarto lugar, posição em que terminou classificada.[368]
Cronologia[editar | editar código-fonte]
Carnavais da Acadêmicos do Salgueiro | |||||
---|---|---|---|---|---|
Ano | Colocação | Grupo | Enredo | Carnavalesco | Ref. |
1954 | 3.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | Romaria à Bahia (Samba-enredo composto por Abelardo Silva, Duduca e José Ernesto Aguiar) | Hildebrando Moura | [369] [76] |
1955 | 4.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | Epopéia do Samba (Samba-enredo composto por Bala, Duduca e José Ernesto Aguiar) | Hildebrando Moura | [369] [370] |
1956 | 4.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | Brasil, fontes das artes (Samba-enredo composto por Djalma Sabiá, Eden Silva e Nilo Moreira) | Hildebrando Moura | [369] [53] |
1957 | 4.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | Navio negreiro (Samba-enredo composto por Armando Régis e Djalma Sabiá) | Hildebrando Moura | [369] [54] |
1958 | 4.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | Um século e meio de progresso a serviço do Brasil - Homenagem ao Corpo de Fuzileiros Navais (Samba-enredo composto por Carivaldo da Mota, Djalma Sabiá e Graciano Campos) | Hildebrando Moura | [369] [55] |
1959 | Vice-campeã | 1 (AESB e CBES) | Viagem pitoresca através do Brasil - Debret (Samba-enredo composto por Djalma Sabiá e Duduca) | Marie Louise e Dirceu Néri | [369] [56] |
1960 | Campeã | 1 (AESB e CBES) | Quilombo dos Palmares (Samba-enredo composto por Anescar Rodrigues e Noel Rosa de Oliveira) | Fernando Pamplona | [112] [369] |
1961 | Vice-campeã | 1 (AESB e CBES) | Vida e obra de Aleijadinho (Samba-enredo composto por Bala, Duduca e Juca) | Fernando Pamplona | [369] [371] |
1962 | 3.º Lugar | 1 (AESB e CBES) | O Descobrimento do Brasil (Samba-enredo composto por Geraldo Babão) | Arlindo Rodrigues | [369] [109] |
1963 | Campeã | 1 (AESB e CBES) | Xica da Silva (Samba-enredo composto por Anescar Rodrigues e Noel Rosa de Oliveira) | Arlindo Rodrigues | [369] [77] |
1964 | Vice-campeã | 1 (AESB e CBES) | Chico-Rei (Samba-enredo composto por Binha, Djalma Sabiá e Geraldo Babão) | Arlindo Rodrigues | [369] [121] |
1965 | Campeã | 1 (AESB e CBES) | História do carnaval carioca – Eneida (Samba-enredo composto por Geraldo Babão e Valdelino Rosa) | Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues | [369] [100] |
1966 | 5.º Lugar | 1 (AESEG e CBES) | Os amores célebres do Brasil (Samba-enredo composto por Bala, Nilo e Zuzuca) | Clóvis Bornay | [369] [126] |
1967 | 3.º Lugar | 1 (AESEG e CBES) | História da liberdade no Brasil (Samba-enredo composto por Aurinho da Ilha) | Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues | [369] [78] |
1968 | 3.º Lugar | 1 (AESEG e CBES) | Dona Beja, a feiticeira de Araxá (Samba-enredo composto por Aurinho da Ilha) | Fernando Pamplona e Maria Louise Néri | [369] [79] |
1969 | Campeã | 1 (AESEG e CBES) | Bahia de todos os deuses (Samba-enredo composto por Bala e Manuel Rosa) | Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues | [369] [101] |
1970 | Vice-campeã | 1 (AESEG e CBES) | Praça Onze, carioca da gema (Samba-enredo composto por Duduca, Omildo, Miro e Silvio) | Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues | [369] [137] |
1971 | Campeã | 1 (AESEG e CBES) | Festa para um rei negro (Samba-enredo composto por Zuzuca) | Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Maria Augusta | [369] [80] |
1972 | 5.º Lugar | 1 (AESEG e CBES) | Nossa madrinha, Mangueira querida (Samba-enredo composto por Zuzuca) | Fernando Pamplona | [369] [81] |
1973 | 3.º Lugar | 1 (AESEG e CBES) | Eneida, amor e fantasia (Samba-enredo composto por Geraldo Babão) | Joãosinho Trinta e Maria Augusta | [369] [82] |
1974 | Campeã | 1 (AESEG) | O Rei da França na ilha da assombração (Samba-enredo composto por Malandro e Zé Di) | Joãosinho Trinta e Maria Augusta | [369] [83] |
1975 | Campeã | 1 (AESEG) | O segredo das minas do Rei Salomão (Samba-enredo composto por Dauro Ribeiro, Mário Pedra, Nininha Rossi e Zé Pinto) | Joãosinho Trinta | [369] [84] |
1976 | 5.º Lugar | 1 (AESCRJ) | Valongo (Samba-enredo composto por Djalma Sabiá) | Edmundo Braga | [369] [85] |
1977 | 4.º Lugar | 1 (AESCRJ) | Do Cauim ao Efó, com moça branca, branquinha (Samba-enredo composto por Geraldo Babão e Renato de Verdade) | Fernando Pamplona | [369] [86] |
1978 | 6.º Lugar | 1 (AESCRJ) | Do Yorubá à luz, a aurora dos deuses (Samba-enredo composto por Renato de Verdade) | Fernando Pamplona | [369] [87] |
1979 | 6.º Lugar | 1A (AESCRJ) | O reino encantado da mãe natureza contra o reino do mal (Samba-enredo composto por Bala, Cuíca e Luís Marinheiro) | Ivan Jorge e Stoessel Cândido | [369] [88] |
1980 | 3.º Lugar | 1A (AESCRJ) | O bailar dos ventos. Relampejou, mas não choveu (Samba-enredo composto por Edinho, Haydée, Moacir Arantes, Pompeu, Zé di e Zuzuca) | Ney Ayan e Jorge Nascimento | [369] [174] |
1981 | 5.º Lugar | 1A (AESCRJ) | Rio de Janeiro (Samba-enredo composto por Buguinho, Henrique Rodrigues Filho, Mauro Torrão) | Geraldo Sobreira | [369] [176] |
1982 | 8.º Lugar | 1A (AESCRJ) | No reino do faz de conta (Samba-enredo composto por César Veneno e Zedi) | José Félix | [369] [179] |
1983 | 8.º Lugar | 1A (AESCRJ) | Traços e troças (Samba-enredo composto por Bala e Celso Trindade) | Augusto César Vannucci e Lan | [369] [89] |
1984 | 4.º Lugar | 1A - Domingo (AESCRJ) | Skindô, Skindô (Samba-enredo composto por David Corrêa e Jorge Macêdo) | Arlindo Rodrigues | [369] [102] |
1985 | 6.º Lugar | 1A (LIESA) | Anos Trinta, Vento Sul – Vargas (Samba-enredo composto por Bala, Jorge Melodia e Jorge Moreira) | Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo | [369] [103] |
1986 | 6.º Lugar | 1A (LIESA) | Tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso - Tributo a Fernando Pamplona (Samba-enredo composto por Jorge Melodia, Paulo Emílio, Bicho de Pena e Marcelo Lessa) | Mário Monteiro, Ney Ayam e Yarema Ostrower | [369] [113] |
1987 | 5.º Lugar | 1 (LIESA) | E por que não? (Samba-enredo composto por Bala, César Veneno e Didi) | Renato Lage e Lílian Rabello | [369] [90] |
1988 | 4.º Lugar | 1 (LIESA) | Em busca do ouro (Samba-enredo composto por Alaor Macedo, Arizão, Buguinho, Gilberto Tobias, Henrique do Salgueiro, Jorginho da Cadeira, Mauro Torrão, Rixxah e Rolando Medeiros) | Chico Spinoza e Mário Monteiro | [369] [91] |
1989 | 5.º Lugar | 1 (LIESA) | Templo negro em tempo de consciência negra (Samba-enredo composto por Alaor Macedo, Arizão, Demá Chagas, Helinho do Salgueiro e Rubinho do Afro) | Flávio Tavares e Luiz Fernando Reis | [369] [92] |
1990 | 3.º Lugar | Especial (LIESA) | Sou amigo do rei (Samba-enredo composto por Alaor Macedo, Arizão, Demá Chagas, Fernando Baster e Pedrinho da Flor) | Rosa Magalhães | [369] [114] |
1991 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | Me masso se não passo pela Rua do Ouvidor (Samba-enredo composto por Diogo, Luiz Fernando e Sereno) | Rosa Magalhães | [369] [93] |
1992 | 4.º Lugar | Especial (LIESA) | O negro que virou ouro nas terras do Salgueiro (Samba-enredo composto por Bala, Efealves, Preto Velho, Sobral e Tiãozinho do Salgueiro) | Mário Borriello | [369] [94] |
1993 | Campeã | Especial (LIESA) | Peguei um Ita no Norte (Samba-enredo composto por Arizão, Bala, Celso Trindade, Demá Chagas e Guaracy) | Mário Borriello | [369] [115] |
1994 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | Rio de lá pra cá (Samba-enredo composto por Celso Trindade, Demá Chagas, Bala, Arizão e Guaracys) | Roberto Szaniecki | [369] [68] |
1995 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | O caso do por acaso (Samba-enredo composto por Adalto Magalha, Eduardo Dias, Márcio Paiva e Quinho) | Roberto Szaniecki | [369] [69] |
1996 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Anarquistas sim, mas nem todos (Samba-enredo composto por Adalto Magalha, Eduardo Dias, Márcio Paiva e Quinho) | Fábio Borges | [369] [70] |
1997 | 7.º Lugar | Especial (LIESA) | De poeta, carnavalesco e louco... todo mundo tem um pouco (Samba-enredo composto por Adalto Magalha, Eduardo Dias, Guaracy, Márcio Paiva, Quinho, Tico do Gato) | Mário Borriello | [369] [95] |
1998 | 7.º Lugar | Especial (LIESA) | Parintins, a Ilha do boi-bumbá: Garantido X Caprichoso, Caprichoso X Garantido (Samba-enredo composto por Mestre Louro, Paulo Onça e Quinho) | Mário Borriello | [369] [116] |
1999 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Salgueiro é sol e sal nos quatrocentos anos de Natal Samba-enredo composto por Celso Trindade, Demá Chagas, Eduardo Dias, Líbero e Quinho) | Mauro Quintaes | [369] [71] |
2000 | 6.º Lugar | Especial (LIESA) | Sou rei, sou Salgueiro, meu reinado é brasileiro (Samba-enredo composto por Fernando Baster, J.C. Couto, João da Valsa, Touro e Wander Pires) | Mauro Quintaes | [369] [72] |
2001 | 4.º Lugar | Especial (LIESA) | Salgueiro no mar de Xarayés, é pantanal, é carnaval (Samba-enredo composto por Augusto, José Carlos Saara, Nêgo e Rocco Filho) | Mauro Quintaes | [369] [73] |
2002 | 6.º Lugar | Especial (LIESA) | Asas de um sonho. Viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro (Samba-enredo composto por Claudinho, Nêgo, Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20 e Sidney Sã) | Mauro Quintaes | [369] [372] |
2003 | 7.º Lugar | Especial (LIESA) | Salgueiro, minha paixão, minha raiz - 50 anos de glória (Samba-enredo composto por Claudinho, Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20 e Sidney Sã) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [373] |
2004 | 6.º Lugar | Especial (LIESA) | A Cana que aqui se planta, tudo dá… Até energia! Álcool – o combustível do futuro (Samba-enredo composto por Leonel, Luizinho Professor, Professor Newtão, Serginho 20 e Sidney Sã) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [104] |
2005 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Do fogo que ilumina a vida, Salgueiro é chama que não se apaga (Samba-enredo composto por Fernando Magaça, Luiz Antonio, Moisés Santiago, Quinho e Waltinho Honorato) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [105] |
2006 | 11.º Lugar | Especial (LIESA) | Microcosmos: O que os olhos não vêem, o coração sente (Samba-enredo composto por ABS, Fernando Magaça, Leonel, Luizinho Professor, Moisés Santiago, Paulo Shell, Tiãozinho do Salgueiro, Quinho e Waltinho Honorato) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [96] |
2007 | 7.° Lugar | Especial (LIESA) | Candaces (Samba-enredo composto por Dudu Botelho, Luiz Pião, Marcelo Motta e Zé Paulo) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [74] |
2008 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | O Rio de Janeiro continua sendo… (Samba-enredo composto por Dudu Botelho, João Conga, Josemar Manfredini, Luiz Pião e Marcelo Motta) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [110] |
2009 | Campeã | Especial (LIESA) | Tambor (Samba-enredo composto por Leandro Costa, Moisés Santiago, Paulo Shell e Tatiana Leite) | Renato Lage | [369] [117] |
2010 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Histórias sem fim (Samba-enredo composto por Brasil do Quintal, Betinho do Ponto, Jassa, Josemar Manfredini e Fernando Magaça) | Renato Lage | [374] [369] [111] |
2011 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Salgueiro apresenta: O Rio no cinema (Samba-enredo composto por Anderson Benson, Dudu Botelho, Luiz Pião e Miudinho) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [97] |
2012 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | Cordel branco e encarnado (Samba-enredo composto por Diego Tavares, Dílson Marimba, Domingos PS, Marcelo Motta, Ribeirinho e Tico do Gato) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [375] |
2013 | 5.º Lugar | Especial (LIESA) | Fama (Samba-enredo composto por Ge Lopes, João Ferreira, Marcelo Motta e Thiago Daniel) | Renato Lage e Márcia Lage | [376] [377] [369] [378] |
2014 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | Gaia - A vida em nossas mãos (Samba-enredo composto por Betinho de Pilares, Dudu Botelho, Jassa, Miudinho, Rodrigo Raposo eXande de Pilares) | Renato Lage e Márcia Lage | [379] [369] |
2015 | Vice-campeã | Especial (LIESA) | Do fundo do quintal, saberes e sabores na Sapucaí (Samba-enredo composto por Betinho de Pilares, Jassa, Luiz Pião, Miudinho, W. Corrêa e Xande de Pilares) | Renato Lage e Márcia Lage | [380] [381] [369] |
2016 | 4.º Lugar | Especial (LIESA) | A Ópera dos Malandros (Samba-enredo composto por Francisco Aquino, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Guinga do Salgueiro, Marcelo Motta e Ricardo Fernandes) | Renato Lage e Márcia Lage | [369] [362] |
2017 | Especial (LIESA) | A Divina Comédia do Carnaval (Samba-enredo composto por Francisco Aquino, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Guinga do Salgueiro, Marcelo Motta e Ricardo Fernandes) | Renato Lage e Márcia Lage | [382] |
Títulos[editar | editar código-fonte]
Títulos da Acadêmicos do Salgueiro | ||||
---|---|---|---|---|
Divisão | Títulos | Carnavais | Referência | |
Grupo 1 (Atual Grupo Especial) | 9 | 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975, 1993 e 2009 | [16][306] |
Premiações[editar | editar código-fonte]
Estandarte de Ouro[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Estandarte de Ouro
Ver também: Anexo:Lista dos vencedores do Estandarte de Ouro
Categoria | Total | Ano | Referência |
---|---|---|---|
Escola | 7 | 1974, 1993, 1994, 2000, 2003, 2009, 2014 | [14][383] |
Samba-enredo | 2 | 1978, 2014 | [14][384] |
Enredo | 9 | 1973, 1974, 1990, 1991, 1993, 2006, 2009, 2013, 2016 | [364][385] |
Bateria | 9 | 1973, 1975, 1984, 1993, 1998, 2000, 2003, 2008, 2014 | [14][386] |
Intérprete | 1 | 1989 | [387] |
Porta-bandeira | 6 | 1982, 1985, 1986, 1991, 2001, 2016 | [180][364] |
Mestre-sala | 7 | 1986, 1988, 1998, 2001, 2003, 2004, 2017 | [388] |
Comissão de frente | 6 | 1990, 1996, 2003, 2005, 2013, 2016 | [364][389] |
Ala das baianas | 6 | 1986, 1988, 1989, 2005, 2007, 2010 | [390] |
Melhor ala | 2 | 2008, 2011 | |
Ala de Passistas | 1 | 2017 | [391] |
Passista feminino | 5 | 1978, 1983, 1985, 1987, 2007 | [392] |
Passista masculino | 3 | 1981, 2005, 2017 | [393] |
Revelação | 2 | 1992, 2010 | [394] |
Personalidade | 7 | 1979, 1982, 1983, 1986, 1992, 1994, 2003 | [395] |
Destaque feminino (Categoria extinta em 1986) | 3 | 1976, 1977, 1980 | [396] |
Destaque masculino (Categoria extinta em 1986) | 2 | 1973, 1984 | [397] |
Melhor Ala de Crianças (Categoria extinta em 1994) | 1 | 1993 | [398] |
Melhor Fantasia (Categoria extinta em 1975) | 1 | 1974 | [399] |
Outros prêmios[editar | editar código-fonte]
Além de ser uma das maiores vencedoras do Prêmio Estandarte de Ouro, a Acadêmicos do Salgueiro é a maior vencedora do Prêmio Tamborim de Ouro, do site O Dia Online. A escola foi eleita, através de votação popular pela internet, seis vezes a melhor escola do carnaval carioca, nos anos de 2005, 2007, 2013, 2014, 2015 e 2016.[14][15]
Ano | Prêmio | Categoria / premiados | Ref. |
---|---|---|---|
1967 | Cidadão Samba | Sebastião Vieira da Silva (Tião) | [400] |
1972 | Cidadão Samba | Jorge Calça Larga | [400] |
1976 | Cidadão Samba | Neca da Baiana | [400] |
1999 | Tamborim de Ouro | "Samba no pé" Feminino (Flávia Cirino) | [401] |
2002 | Tamborim de Ouro | Prêmio especial | [402] |
2003 | Tamborim de Ouro | Samba-enredo ("Salgueiro, minha paixão, minha raiz - 50 anos de glória" - Compositores: Claudinho, Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20 e Sidney Sã) | [403] |
2004 | Tamborim de Ouro | Bateria (Diretor: Mestre Jonas) | [404] |
2005 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [337] |
Plumas & Paetês Cultural | Destaque masculino (Ronaldo Barros) | [405] | |
2006 | Tamborim de Ouro | "Samba no pé" Masculino (Carlinhos do Salgueiro) | [406] |
Apoteose do Samba | Mestre-sala (Ronaldinho) | [407] | |
Plumas & Paetês Cultural | Aderecista (Anderson Abreu) | [408] | |
Personalidade (Júlio Machado, "Xangô do Salgueiro") | |||
2007 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [409] |
S@mba-Net | Velha guarda | [410] | |
Plumas & Paetês Cultural | Diretor de carnaval (Ricardo Fernandes) | [411] | |
2008 | Estrela do Carnaval | Melhor desfile do ano | [57] |
Comissão de frente (Coreógrafo: Hélio Bejani) | |||
S@mba-Net | Velha guarda | [412] | |
Apoteose do Samba | Mestre-sala (Ronaldinho) | [413] | |
2009 | Tamborim de Ouro | Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | [414] |
Estrela do Carnaval | Melhor desfile do ano | [65] | |
Carnavalesco (Renato Lage) | |||
Conjunto de fantasias | |||
S@mba-Net | Velha guarda | [415] | |
Apoteose do Samba | Melhor escola | [416] | |
Rainha de bateria (Viviane Araújo) | |||
Plumas & Paetês Cultural | Destaque performático (Maurício Pina) | [417] | |
Troféu Jorge Lafond | Personalidade (Regina Celi) | [418][419] | |
2010 | Tamborim de Ouro | Ala mirim (Cupins) | [420] |
Gato de Prata | Ala coreografada | [421] | |
Troféu Jorge Lafond | Personalidade (Quinho) | [422] | |
2011 | Tamborim de Ouro | Musa da Sapucaí (Viviane Araújo) | [423] |
Estrela do Carnaval | Ala das baianas | [57] | |
Conjunto de alegorias | |||
Tupi Carnaval Total | Samba-enredo ("Salgueiro apresenta: O Rio no cinema" - Compositores: Anderson Benson, Dudu Botelho, Luiz Pião e Miudinho) | [424] | |
Carnavalescos (Renato Lage e Márcia Lage) | |||
Gato de Prata | Enredo ("Salgueiro apresenta: O Rio no cinema") | [425] | |
S@mba-Net | Velha guarda | [426] | |
Troféu Jorge Lafond | Personalidade (Mestre Marcão) | [427] | |
Plumas & Paetês Cultural | Desenhista (Renato Lage) | [428] | |
Escultor (Carlos Lopes) | |||
Pintor (Gilberto de Lima) | |||
Iluminador (Renato Ribeiro) | |||
2012 | SRZD-Carnaval | Melhor escola | [327] |
Tamborim de Ouro | Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | [429] | |
Estrela do Carnaval | Ala das baianas | [57] | |
Gato de Prata | Ala de passistas feminino | [430] | |
Tupi Carnaval Total | Rainha de bateria (Viviane Araújo) | [431] | |
Troféu Jorge Lafond | Personalidade (Vânia Flor - musa da escola) | [432] | |
Plumas & Paetês Cultural | Carnavalesco (Renato Lage) | [433] | |
Carpinteiro (Futica) | |||
Aderecista (Adalberto Ferreira) | |||
Ferreiro (Alexandre Vieira) | |||
Gestor de ateliê (Fernando Magalhães) | |||
2013 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [337] |
Comissão de frente (Coreógrafo: Hélio Bejani) | |||
Ala das baianas | |||
Musa da Sapucaí (Viviane Araújo) | |||
SRZD-Carnaval | Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | [434] | |
Estrela do Carnaval | Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | [57] | |
Conjunto de fantasias | |||
Gato de Prata | Ala das baianas | [435] | |
Destaque (Marcelo Torreão) | |||
Rainha de bateria (Viviane Araújo) | |||
S@mba-Net | Destaque de luxo (Maria Helena Cadar) | [436] | |
Plumas & Paetês Cultural | Iluminador / Eletricista (Renato Ribeiro) | [437] | |
Destaque performático (Maurício Pina) | |||
Destaque de luxo feminino (Maria Helena Cadar) | |||
Destaque de luxo masculino (Nelcimar Pires) | |||
Veja Rio Carnaval | Mestre de bateria (Mestre Marcão) | [438] | |
Troféu Jorge Lafond | Homenagem especial (Regina Celi) | [439] | |
Homenagem especial (Carlinhos - coreógrafo) | |||
2014 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [49] |
Samba-enredo ("Gaia, a vida em nossas mãos" - Compositores: Betinho de Pilares, Dudu Botelho, Jassa, Miudinho, Rodrigo Raposo e Xande de Pilares) | |||
Enredo ("Gaia, a vida em nossas mãos") | |||
Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | |||
Ala das baianas | |||
Conjunto de alegorias | |||
Musa da Sapucaí (Viviane Araújo) | |||
SRZD-Carnaval | Destaque (Djalma Sabiá) | [440] | |
Estrela do Carnaval | Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira (Sidcley e Marcella Alves) | [57] | |
Ala das baianas | |||
Conjunto de fantasias | |||
Gato de Prata | Samba-enredo ("Gaia, a vida em nossas mãos" - Compositores: Betinho de Pilares, Dudu Botelho, Jassa, Miudinho, Rodrigo Raposo e Xande de Pilares) | [441] | |
Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | |||
Ala de passistas feminino | |||
Rainha de bateria (Viviane Araújo) | |||
S@mba-Net | Velha guarda | [442] | |
Apoteose do Samba | Mestre-sala (Sidcley) | [443] | |
Plumas & Paetês Cultural | Destaque de luxo feminino (Maria Helena Cadar) | [444] | |
Veja Rio Carnaval | Alegoria (Carro abre-alas, "Templo Sagrado de Olorum") | [445] | |
2015 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [50] |
Musa da Sapucaí (Viviane Araújo) | |||
Estrela do Carnaval | Melhor desfile do ano | [64] | |
Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | |||
Ala de passistas | |||
Conjunto de alegorias | |||
Tupi Carnaval Total | Melhor escola | [66] | |
Bateria (Diretor: Mestre Marcão) | |||
Gato de Prata | Melhor escola | [355] | |
Carnavalescos (Renato Lage e Márcia Lage) | |||
Comissão de frente (Coreógrafo: Hélio Bejani) | |||
Diretor de carnaval (Dudu Azevedo) | |||
S@mba-Net | Comissão de frente (Coreógrafo: Hélio Bejani) | [446] | |
Troféu Jorge Lafond | Homenagem especial (Viviane Araújo) | [447] | |
2016 | Tamborim de Ouro | Melhor escola | [15] |
Samba-enredo ("A Ópera dos Malandros" - Compositores: Francisco Aquino, Fred Camacho, Getúlio Coelho, Guinga, Marcelo Motta e Ricardo Fernandes) | |||
Musa da Sapucaí (Viviane Araújo) | |||
Estrela do Carnaval | Enredo ("A Ópera dos Malandros") | [448] | |
Ala das baianas | |||
SRZD-Carnaval | Ala das baianas | [449] | |
Ala de passistas | |||
Gato de Prata | Comissão de frente (Coreógrafo: Hélio Bejani) | [450][451] | |
Ala de passistas masculinos | |||
Personalidade (Aílton Graça) | |||
S@mba-Net | Ala das baianas | [452] | |
Destaque de luxo (João Helder) | |||
Troféu Bateria | Ala de tamborim | [453] | |
Desenho de tamborim | |||
Prêmio Machine | Direção de harmonia (Jô Calça Larga, Siro e Tia Alda) | [454] | |
Ala de passistas | |||
Passista Samba no Pé | Ala de passistas | [456] | |
Passista feminino (Larissa Reis) | |||
Troféu Jorge Lafond | Homenagem especial (Leonardo Bessa) | [457] |
Quadra[editar | editar código-fonte]
A quadra da Acadêmicos do Salgueiro localiza-se na rua Silva Teles, n.º 104, no Andaraí. Tem capacidade para 4.000 pessoas. Possui 18 bares, 8 banheiros, posto de atendimento médico, palco para shows, camarotes, camarins e sistema de ar-condicionado central. Além de ensaios e eventos particulares da escola, a quadra também recebe shows de diversos artistas da música popular brasileira.[458]
Departamento Médico
A Acadêmicos do Salgueiro também oferece atendimento de saúde gratuito à comunidade da escola. Os atendimentos são realizados no Departamento Médico Miro Garcia, através de médicos voluntários.[459]
A Acadêmicos do Salgueiro também oferece atendimento de saúde gratuito à comunidade da escola. Os atendimentos são realizados no Departamento Médico Miro Garcia, através de médicos voluntários.[459]
Centro Cultural
Em 2013 foi anunciada a criação do Centro Cultural Djalma Sabiá. O nome homenageia um dos fundadores da Acadêmicos do Salgueiro e compositor de diversos sambas da escola. O projeto foi idealizado pela presidente da escola, Regina Celi Fernandes. No espaço encontra-se todo o acervo cultural da agremiação, e uma loja onde são vendidos produtos da escola. O Centro Cultural localiza-se em frente à quadra da escola, na rua Silva Teles, n.º 79, no Andaraí.[460]
Em 2013 foi anunciada a criação do Centro Cultural Djalma Sabiá. O nome homenageia um dos fundadores da Acadêmicos do Salgueiro e compositor de diversos sambas da escola. O projeto foi idealizado pela presidente da escola, Regina Celi Fernandes. No espaço encontra-se todo o acervo cultural da agremiação, e uma loja onde são vendidos produtos da escola. O Centro Cultural localiza-se em frente à quadra da escola, na rua Silva Teles, n.º 79, no Andaraí.[460]
Vila Olímpica do Salgueiro[editar | editar código-fonte]
Em 30 de março de 1996 foi inaugurada a Vila Olímpica do Salgueiro, situada ao lado da quadra da Acadêmicos do Salgueiro, na rua Silva Teles, n.º 104, no Andaraí.[461] Possui um espaço físico de 4000 m². Conta com dois campos de grama sintética, quadra poliesportiva, piscina semi olímpica, pista de atletismo, lanchonete, biblioteca, sala de dança, sala de luta, entre outras salas de aula e administrativas, além de vestiários e banheiros. No local são realizados diversos projetos de cidadania e inclusão social, entre atividades físicas e esportivas.[462] Em abril de 2015 foi inaugurada, dentro da Vila Olímpica, uma unidade da Faetec Digital, com sala de informática e uso gratuito de internet banda larga.[463]
Escola Mirim[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Aprendizes do Salgueiro
Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mirim Aprendizes do Salgueiro é a escola de samba mirim representante da Acadêmicos do Salgueiro. Foi fundada em 3 de outubro de 1989. Participa dos desfiles mirins desde a sua implantação. Em 2002 participou da criação da AESM, entidade responsável pelos desfiles mirins. A escola alterna entre enredos inéditos e reedições da Acadêmicos do Salgueiro. Os enredos são desenvolvidos pelo departamento cultural da Acadêmicos do Salgueiro, e compositores da "Academia do samba" também compõem para a Aprendizes. O desfile dessas escolas não é competitivo, ou seja, não há uma campeã.[464] A escola serve de grande celeiro para revelar novos talentos. Começaram na Aprendizes do Salgueiro, artistas como o compositor e cantor Dudu Nobre, a porta-bandeira Lucinha Nobre, os intérpretes Zé Paulo Sierra e Leonardo Bessa, o mestre de bateria Thiago Diogo, entre outros sambistas.[465][466]
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